Comissão propõe reunião no local para ouvir a comunidade
Em audiência realizada nesta sexta-feira (25/5), a Comissão de Administração Pública constatou desencontros de informações e diferentes posicionamentos da comunidade local em relação às medidas adotadas pelo poder público no entorno do Estádio Independência em dias de eventos. Foi sugerida a realização de uma nova reunião, desta vez no próprio local, permitindo que mais interessados se manifestem sobre a questão.
Audiência sobre impactos dos jogos no Estádio Independência
Ao constatar, na audiência pública realizada nesta sexta-feira (25/5) pela Comissão de Administração Pública, a existência de desencontros de informações e diferentes posicionamentos da comunidade local em relação às medidas adotadas pelo poder público no entorno do Estádio Independência em dias de eventos, o vereador Hugo Thomé (PMN) irá solicitar uma nova reunião, desta vez no próprio local, permitindo que um maior número de interessados se manifeste sobre a questão.
Apesar de muitos reconhecerem melhorias no trânsito e na segurança no entorno da arena nos primeiros jogos realizados após a reforma do Estádio Independência, em relação ao que ocorria anteriormente, algumas das medidas adotadas pela BHTrans e Polícia Militar nas finais do Campeonato Mineiro foram questionadas por comerciantes e moradores presentes à reunião, além da falta de informações por parte desses órgãos.
Hugo Thomé explicou que o requerimento para o encontro foi motivado pelas queixas que recebeu de donos de bares, supermercados e sacolões da região, que teriam sofrido perdas e prejuízos decorrentes da proibição de estacionamento e do fechamento de ruas desde as 7h da manhã, sem aviso prévio por parte das autoridades. Além disso, moradores reclamaram dos constrangimentos gerados pelo impedimento da passagem de pedestres em algumas vias pela Polícia Militar, que teria usado de truculência inclusive com mulheres e crianças.
Segundo o presidente da Comissão, a ocorrência de jogos do Campeonato Brasileiro já nos próximos finais de semana tornam necessário que a revisão de algumas dessas medidas e o esclarecimento das dúvidas sejam feitos imediatamente, antes da audiência da Comissão Especial que acompanha os preparativos para a Copa de 2014, que reunirá todos os atores envolvidos para debater o Estádio Independência no próximo dia 5 de junho.
O vereador Heleno (PHS), membro da Comissão Especial, afirmou que o encontro deverá contribuir de forma importante para a próxima audiência, já que a exposição e reflexão sobre os aspectos abordados trarão maior objetividade à sua discussão na audiência de junho, onde muitas outras questões deverão ser tratadas.
Informações desencontradas
A principal queixa apresentada pelos comerciantes se referiu ao fato de não terem sido avisados de que o bloqueio de vias e proibição de estacionamento ocorreria em todo o período da manhã, já que em reuniões anteriores a BHTrans definiu que as medidas seriam aplicadas de duas a quatro horas antes dos jogos, dependendo do público esperado. Eles alegaram que a instalação de faixas de sinalização, cones e cavaletes e a presença dos agentes desde as 7h da manhã teriam afugentado os clientes.
A representante da BHTrans, Maria Odila de Matos, explicou que questões logísticas impõem que a montagem da operação seja realizada com bastante antecedência, evitando que irregularidades cometidas próximo ao horário do evento impeçam a efetivação das medidas, obstruindo o fluxo do tráfego na região e ameaçando a segurança dos pedestres. Ela garantiu que o órgão vem se reunindo com a comunidade desde o início das obras, e que as alterações viárias foram devidamente acordadas e aprovadas pela comunidade.
Em outro exemplo do desencontro de informações, o proprietário de um bar vizinho ao estádio relatou que um policial militar advertiu que não seria permitida a venda de bebidas alcoólicas, o que foi desmentido algum tempo mais tarde, quando foi informado que a proibição se referia apenas a disponibilização de garrafas, latas e espetos de churrasco, sendo permitida a venda em copos e pratinhos descartáveis. Ele queixou-se ainda do impedimento à passagem de pedestres na via, causando “prejuízo total”, já que, prevendo o grande fluxo de pessoas nos dias dos jogos, os comerciantes se prepararam e se abasteceram para atender a demanda.
Moradores presentes também reclamaram que o bloqueio aos pedestres não teria sido comunicado nem explicado previamente, além da “truculência e arrogância” com que os policiais teriam tratado aqueles que insistiam em passar. Também foi apontada a aglomeração de pessoas em outros pontos, causando insegurança e sujeira, já que não foram instalados banheiros químicos conforme o combinado.
O representante do Batalhão de Trânsito da PM, capitão Miranda, disse que a medida não estava prevista e foi tomada no momento por iniciativa do Batalhão de Eventos, provavelmente devido a algum indício ou circunstância identificada como risco potencial. O militar disse que irá encaminhar à corporação a solicitação de esclarecimento e de evitação da repetição da medida nos próximos eventos, e que eventuais excessos devem ser reportados à corregedoria para as devidas providências.
Audiência no local
Maria Odila lembrou a todos que o plano estratégico ainda se encontra em fase de testes, estando sujeito a alterações e ajustes à medida que os problemas forem detectados. Ela afirmou que o órgão está aberto a novas discussões até que se chegue a um modelo que seja melhor para todos. Com relação aos estabelecimentos, ela informou que os agentes estão orientados a permitir paradas curtas para compras, por exemplo, antes do horário determinado para a proibição.
Para uma discussão mais aprofundada dessas questões, com uma maior participação da comunidade local, Hugo Thomé informou que irá requerer a realização de uma audiência externa, em local próximo ao estádio e horário mais compatível com a disponibilidade das pessoas, possibilitando que um maior número de afetados de manifeste.
Também compareceram o deputado estadual Alencar Ferreira Júnior, representando o América, que lembrou o sacrifício a que os comerciantes da região já foram submetidos durante as obras; o vereador João Oscar (PRP), membro da Comissão, que reafirmou o papel da Câmara nas discussões e recomendou “cautela e respeito” entre as partes na condução da questão; representantes das secretarias municipais de Esporte e Lazer e Administração Regional Leste.
Superintendência de Comunicação Institucional