Carroceiros reivindicam manutenção da atividade
Motivados por publicação de lei da Prefeitura, que cria a Coordenadoria de Defesa dos Animais, e por projetos em tramitação na Câmara Municipal que propõem estudos para substituição gradativa de veículos de tração animal por veículos motorizados, cerca de setenta carroceiros compareceram ao Legislativo nesta quarta-feira (22/10). Recebidos por membro da Mesa Diretora, foi formada uma comissão com representantes dos carroceiros de todas as regionais para negociar com a PBH a preservação da atividade.
Comissão formada por representantes dos carroceiros de todas as regionais vai negociar com a PBH a preservação da atividade
Motivados por publicação recente de lei (10.764/2014) de autoria da Prefeitura, que cria a Coordenadoria de Defesa dos Animais, e por projetos em tramitação na Câmara Municipal que propõem estudos para substituição gradativa de veículos de tração animal por veículos motorizados, cerca de setenta carroceiros compareceram ao Legislativo nesta quarta-feira (22/10). Recebidos por membro da Mesa Diretora, foi formada uma comissão com representantes dos carroceiros de todas as regionais da cidade para negociar com a PBH a preservação da atividade.
Em reunião com o vereador Vilmo Gomes (PTdoB), 1º secretário da Mesa Diretora, assessores parlamentares dos vereadores Adriano Ventura (PT) e Léo Burguês de Castro (PTdoB), presidente da Casa, foi constituída comissão formada por representantes dos carroceiros em todas as regionais da cidade para reivindicar, junto à PBH, em reunião na próxima terça-feira (28/10), a preservação da atividade.
“Muitas vezes a sociedade fica contra nós, mas o grande problema não é colocar o animal trabalhando e sim maltratá-lo”, afirmou o carroceiro Geovani Roberto Soares. Para ele, quem deve ser fiscalizado são somente aqueles que descartam entulhos e descumprem a lei. Ressaltando a dificuldade da categoria para alimentar o animal, para obter capim e comprar feno, o carroceiro sugeriu que sejam instaladas cocheiras em cada região na capital. “Acho que isso é proteger o animal e não substituir o cavalo por um carro mecânico”, completou.
Representantes da categoria destacaram, no encontro, que, foi cancelada parceria da associação dos carroceiros com a UFMG, que permitia que os cavalos fossem atendidos sem nenhum custo por veterinários da universidade e que muitos carroceiros não têm condições de arcar com esse custo. A classe reivindicou, então, a viabilização de um novo local para o atendimento.
Causa animal
Para o assessor parlamentar Charles Porto, envolvido com a causa animal, há necessidade de se rever as condições para que vários animais possam continuar trabalhando de forma saudável, com ração, horário de trabalho e respeito. Ele ressaltou que carroceiros que não tratam desta forma o animal, deixando-os sem alimentação, doentes e machucados, devem ser fiscalizados. O assessor informou que, na próxima quinta-feira (23/10), será realizada visita ao Sindicato dos Carroceiros, para verificar os que estão registrados. Porto propôs, ainda, criar um hospital público para animais e levar veterinários às ruas para prestar-lhes assistência.
Projetos de lei
Representante do vereador Adriano Ventura, que assina os projetos em tramitação na Câmara Municipal, o assessor Antônio Galvão afirmou que Ventura não pretende extinguir a classe, garantindo que nenhuma mudança será efetivada sem o consentimento da categoria. Galvão ressaltou que o PL 832/13, que cria o Programa BH de Bem com os Animais e Redução gradativa do número de veículos de tração animal e o PL 900/13, que autoriza o Poder Executivo a elaborar estudos e parcerias para implantação do Projeto Piloto “Cavalo de Lata”, foram elaborados para discutir o assunto com o governo e sociedade civil, por meio da constituição de comissão paritária. O assessor afirmou que o vereador quer marcar reunião com os carroceiros para tratar da questão.
Encaminhamentos
Para o vereador Vilmo Gomes, a causa é justa. “Assumo com eles o compromisso de discutir o assunto com todos os segmentos, para que continuem a ter seu direito ao trabalho garantido, mas respeitando o bem-estar dos animais”, afirmou. Quanto à assistência, Gomes propôs que o atendimento seja realizado por regionais.
Na reunião, foi constituída uma comissão com representantes das administrações regionais para discutir e buscar soluções para o problema junto à Prefeitura, na próxima terça-feira (28/10).
Em Belo Horizonte, estima-se que existam mais de 10 mil condutores de veículos de tração animal. Entre outras demandas, a categoria reivindica, também, junto ao poder público, direitos quanto à aposentadoria.
Superintendência de Comunicação Institucional