PRESTAÇÃO DE CONTAS DO SUS

PBH alerta população sobre risco de propagação do Chikungunya

Gestor do sistema faz apelo à sociedade no sentido de combater focos do mosquito Aedes Aegypti

terça-feira, 14 Outubro, 2014 - 00:00
representante da população indígena no Conselho Municipal de Saúde pediu a elaboração de políticas voltadas ao segmento

representante da população indígena no Conselho Municipal de Saúde pediu a elaboração de políticas voltadas ao segmento

Na tarde desta terça-feira (14/10), durante a prestação de contas quadrimestral do Sistema Único de Saúde (SUS) na Câmara Municipal de Belo Horizonte, o gestor do sistema no município destacou a nova ameaça à saúde da população representada pelo vírus Chikungunya, também transmitido pelo mosquito da dengue, e pediu a colaboração de toda a sociedade no combate aos focos. Após a apresentação do secretário, o presidente da Comissão de Saúde e Saneamento Dr. Nilton (Pros) reconheceu os esforços da Prefeitura, mas ponderou que muitos indicadores ainda precisam ser melhorados.
 
Na audiência pública, requerida pela Comissão de Saúde e Saneamento em cumprimento à legislação federal, o secretário municipal de Saúde e gestor do SUS na capital, Fabiano Pimenta, expôs um relatório contendo números e gráficos referentes aos gastos e indicadores do primeiro e segundo quadrimestres deste ano, além de tabelas comparativas com exercícios anteriores, demonstrando avanços em aspectos como a redução da mortalidade infantil, redução de casos de AIDS e dengue, além da informatização de processos. O secretário destacou ainda a realização do Iº Seminário sobre Segurança do Paciente, que reuniu gestores e técnicos das redes pública e privada com a Vigilância Sanitária, a fim de dialogar e construir uma interação permanente sobre o tema.
 
Com relação à prevenção e às novas ameaças à saúde da população, como o Ebola, Pimenta destacou a contratação de Agentes de Controle de Endemias (ACEs) e a qualificação da estrutura e dos profissionais do Centro de Atenção ao Viajante, no qual infectologistas orientam e avaliam pessoas que saem e entram no estado ou no país em relação a doenças contagiosas. Considerando a significativa redução de casos de dengue na capital em relação ao ano passado, em parte devido à escassez de chuvas, ele alertou sobre um novo vírus transmitido pelo Aedes Aegypti, com maior potencial de disseminação, o Chikungunya. A palavra, originária da Tailândia, refere-se a "pessoa curvada", já que a doença afeta as articulações.
 
Prevenção é o remédio

Fabiano Pimenta fez um apelo a vereadores, conselheiros de saúde e cidadãos presentes na audiência, solicitando a colaboração de todos no sentido de combater os focos de proliferação do mosquito em toda a cidade. Segundo ele, apesar de baixa letalidade, a doença provoca sintomas graves como febre e dores intensas nas articulações, que além de causar sofrimento podem impedir o paciente de desempenhar suas atividades por até 90 dias.

Como não existe vacina ou soro específico e a população não possui defesas naturais contra o vírus, contra o qual o tratamento é apenas sintomático, as ações de prevenção do contágio são fundamentais e devem contar com a mobilização de todos os setores. Segundo o secretário, que preconizou a realização de campanhas, mutirões e ações individuais, “é hora de somar esforços” contra o vírus, cujas características lhe conferem um potencial de disseminação bem superior ao da dengue.

Medicamentos e transporte

Respondendo a questionamento de vereadores, conselheiros municipais e distritais de saúde e cidadãos presentes à audiência, ele explicou que algumas deficiências devem-se a fatores externos ao sistema, como, por exemplo, a dificuldade de adquirir certas vacinas e medicamentos junto ao Ministério da Saúde, fabricantes e distribuidores; o atraso das parcerias público-privadas e obras previstas devido a recursos impetrados por envolvidos em licitações ou desapropriações.  Com relação às políticas voltadas aos animais, o secretário expôs algumas ações realizadas nas regionais como castração, vacinação e incentivo à adoção. Voluntário no setor, o contador Paulo Olinto solicitou maior transparência em relação ao fluxo de recursos provenientes de cada ente federativo.

O vereador Bim da Ambulância (PTN) elogiou as melhorias no setor de transporte de pacientes e, destacando o sofrimento de pacientes e famílias, apontou aspectos a serem aperfeiçoados, como maior disponibilidade de viaturas para condução de pacientes de quimioterapia e hemodiálise. Veré da Farmácia (PTdo B), também membro da Comissão de Saúde, considerou a complexificação e aumento de custos do sistema decorrentes do aumento da população e das demandas do setor e elogiou os esclarecimentos prestados pelo gestor municipal.

A representante da população indígena no Conselho Municipal de Saúde, Marinalva pediu a elaboração de políticas voltadas ao segmento, cujas especificidades culturais exigem uma abordagem diferenciada, especialmente em questões como uso de drogas, abuso de álcool e violência doméstica.

Mais detalhamentos

Questionado sobre a ausência de alguns detalhes das contas referentes ao último quadrimestre, Fabiano Pimenta explicou que ocorreram alguns atrasos na compilação de dados devido a situações extraordinárias como a Copa do Mundo, mas garantiu que possui todas as informações em seu gabinete. Lembrando que o tema voltará à pauta na discussão do orçamento do município para 2015, ele se disponibilizou a retornar à Casa e a fornecer qualquer informação que for necessária.

De acordo com o Dr. Nilton, a necessidade de mais detalhamentos será avaliada pela Comissão de Saúde e Saneamento, se necessário junto à Comissão de Orçamento, no decorrer das próximas reuniões. Reconhecendo os avanços e os esforços da Administração Municipal, o presidente declarou que ainda há muito a ser aperfeiçoado para que o atendimento à saúde da população belo-horizontina atinja a qualidade desejada, que continuará a ser debatida e reivindicada pela Comissão.

Assista aqui à reunião na íntegra. 

Superintendência de Comunicação Institucional