Taxistas reivindicam direito de circular na pista do Move
Sindicalistas e representantes de cooperativas táxi reivindicaram em audiência pública na Câmara de BH o direito de circular nas faixas do Move da Avenida Antônio Carlos. Para vereadores presentes na audiência, as mudanças só devem ser efetuadas caso não representarem ameaça à segurança de motoristas e passageiros, por onde já circulam veículos grande porte, com até 30 toneladas. Depois de conhecer estudo técnico sobre a proposta, parlamentares afirmaram que vão discutir o tema em reunião com o Executivo.
Taxistas reivindicam direito de circular na pista do Move (Foto: Mila Milowski)
Sindicalistas e representantes de cooperativas táxi reivindicaram em audiência pública na Câmara de BH o direito de circular nas faixas do Move da Avenida Antônio Carlos. A categoria alega que oferece um serviço de transporte público, assim como o Move, o que tornaria a proibição uma medida que atenta contra a isonomia. Requerida pelo vereador Professor Wendel (PSB), a reunião foi promovida pela Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário.
De acordo com o relato dos taxistas presentes, os frequentes congestionamentos nas vias laterais do Move, onde o tráfego é liberado para ônibus e veículos particulares, dificulta o trabalho dos taxistas. Somente nas viagens de longo percurso, como aquelas levam do centro da Capital ao aeroporto de Confins, por exemplo, a proibição de circulação nas vias exclusivas, que apresentam um trânsito mais fluido, levam a um aumento de 15 a 20 minutos no tempo da viagem, que chega a ficar até 20% mais cara. A situação, segundo os profissionais, desestimularia o uso do serviço por parte de turistas e passageiros que se dirigem à Lagoa da Pampulha, à Cidade Administrativa e a Confins.
Presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico, o vereador Preto (DEM) defendeu que a proposta dos taxistas seja discutida com cautela, sobretudo em função do impacto que uma eventual mudança pode trazer para a segurança de motoristas e passageiros. De acordo com o parlamentar, alguns dos veículos do Move são de grandes dimensões e chegam a pesar 30 toneladas, o que dificulta o processo de frenagem, fazendo com que a entrada de veículos pequenos na via seja arriscada. “É indispensável que sejam realizados estudos técnicos profundos para avaliar se a proposta é segura e se não traz riscos ao bem-estar da população”, avaliou. Perspectiva semelhante foi defendida pelos vereadores Autair Gomes (PSC) e Valdivino (PPS), que mostraram preocupação com a segurança dos milhares de passageiros que trafegam na via todos os dias.
Já o vereador Professor Wendel (PSB), requerente da audiência, explicou que a categoria, organizada em sindicato, já realizou de estudos técnicos para avaliar a viabilidade da mudança nas regras em vigor, levando em conta, inclusive, eventuais impactos na segurança. Ainda segundo o parlamentar, a demanda dos taxistas vai ao encontro dos interesses da cidade, uma vez que beneficia não apenas os profissionais, mas também passageiros e turistas, que passarão a contar com um serviço mais águil e qualificado.
Estudos Técnicos
Para o engenheiro de Nelson Prata, contratado pelo sindicato da categoria para elaborar estudo sobre os eventuais impactos trazidos pela mudança, manter os táxis nas vias congestionadas significa condenar a categoria a uma situação concorrêncial injusta, já que a agilidade é fundamental para a competitividade do serviço. Ainda segundo o engenheiro, o compartilhamento da via com veículos do Move é tecnicamente viável. Segundo ele, a atenção a algumas condicionantes poderia facilitar o processo. Dentre elas, estão a proposta de que só circulem no local táxis com passageiros e em viagens de longas distância. Além disso, ficariam proibidos os embarques e desembarques na via preferencial do Move. No tocante à segurança, o engenheiro defende, entre outras medidas, o investimento no monitoramento permanente do serviço, além da instalação de novos equipamentos de sinalização, de modo a tornar mais segura a partilha do espaço por ônibus e táxis. No tocante ao risco de acidentes, Nelson Prata lembrou que os veículos do Move já circulam em vias não exclusivas, a exemplo do que acontece no Centro e na Savassi. Além disso, antes da implantação do sistema BRT, os táxis trafegavam nas vias centrais da Avenida Antônio Carlos, dividindo o espaço com os ônibus, sem que fosse registrada quantidade atípica de acidentes.
Encaminhamentos
Como desdobramento da reunião, o vereador Professor Wendel afirmou que vai reunir ainda nesta semana com o presidente da BHTrans, Ramon Victor César, para apresentar a demanda da categoria e defender a proposta junto ao Executivo. Na mesma perspectiva, o vereador Preto, que além de presidente da comissão é líder do governo na Câmara, afirmou vai colocar o tema em pauta em reunião com autoridades do governo municipal. O parlamentar avaliou positivamente o estudo técnico apresentado na audiência e afirmou que espera que a BHTras avalie a proposta, realizando, se necessário, investigações complementares, de modo a verificar a pertinência de se rever ou não a proibição da circulação de táxis em vias exclusivas do Move.
Também estiveram presentes na reunião os vereadores Joel Moreira Filho (PTC), Pedro Patrus (PT), Jorge Santos (PRB).
Veja o vídeo completo da reunião.
Superintendência de Comunicação Institucional