Exposição “O Mineirão e Eu” traz história do estádio e registros de torcedores

Integrante da torcida Autistas Cruzeirenses, o estudante Antony Sala encontrou um registro histórico na exposição “O Mineirão e Eu”: o dia em que ele, aos oito anos, foi levado pelo pai para conhecer pela primeira vez o estádio, em um clássico Cruzeiro e Atlético no ano de 2015. Desde então, a história de Antony se entrelaça com a do Mineirão, como a de muitos outros torcedores que enviaram registros pessoais para compor a galeria de arte em celebração aos 60 anos do estádio. A exposição, que também conta com registros do local desde sua construção, reportagens antigas e imagens dos principais jogos e eventos celebrados, foi inaugurada na manhã desta quinta-feira (25/9) em solenidade que contou com a presença do presidente da CMBH, Professor Juliano Lopes (Pode), do presidente do Conselho Curador do Programa Câmara Cultural, vereador Uner Augusto (PL), da diretora do Mineirão, Jacqueline Alves, e de representantes do Executivo. A ocasião também marcou a abertura do Corredor Cultural João Camilo de Oliveira Torres, que homenageia o historiador e escritor mineiro nascido em Itabira.
Olhar íntimo
A exposição “O Mineirão e Eu” convida o público a conhecer a trajetória do Estádio Governador Magalhães Pinto por meio de um olhar íntimo e afetivo, com registros pessoais, públicos e jornalísticos de quem viveu o estádio desde sua fundação, passando por grandes eventos esportivos, musicais e religiosos e as obras que prepararam o local para receber a Copa do Mundo de 2014. Ao todo, 90 fotos foram enviadas pelo público para fazer parte da mostra. Cerca de 36 estão impressas nas paredes, e o restante está disponível em um totem eletrônico.
“Para mim, é uma emoção gigante [ver minha foto na galeria], porque o Mineirão e o Cruzeiro fazem parte da minha vida. É uma paixão que nem sei como explicar”, relatou Antony Sala. Hoje com 19 anos, o jovem cursa Ciência e Tecnologia na Universidade Federal de Itajubá.
Eventos marcantes
Alguns eventos marcantes são destacados na exposição, como o primeiro clássico realizado no estádio, em 1965, interrompido por causa de uma briga generalizada; a partida em que o Atlético Mineiro venceu a seleção de Pelé em 1969; o jogo do Cruzeiro contra o Bayern de Munique em 1976; e jogos da Copa do Mundo de 2014. Além disso, podem ser conferidas corridas automobilísticas realizadas no local, o show da banda estadunidense Kiss em 1983 e até mesmo provas de vestibular realizadas no estádio nos anos 1970 pela Universidade Federal de Minas Gerais e Faculdade de Ciências Médicas.
A bola da semifinal de futebol feminino das Olimpíadas de 2016 também está exposta na mostra, bem como uma pequena réplica do troféu da Copa do Mundo de 2014, com a data em que a semifinal foi realizada em Belo Horizonte. Na ocasião, o Brasil perdeu de 7 a 1 para a seleção da Alemanha.
Ícone da cidade
Durante a cerimônia de inauguração, o presidente da Casa, Professor Juliano Lopes, ressaltou o papel do Mineirão como instrumento de transformação social e da cultura da cidade. Relembrou, também, as partidas que apitou como árbitro no estádio até o ano de 2009.
“O Mineirão está para BH assim como o Cristo está para o Rio. Marcou a vida de qualquer um que está sentado aqui hoje, todo mundo tem uma história no Mineirão, se não for no futebol, num show, num evento religioso. É um equipamento importante não só para a cidade de Belo Horizonte, mas para todos os mineiros. O Mineirão é nosso”, declarou o presidente.
A diretora do Mineirão, Jacqueline Alves, afirmou que quer levar a mostra também para dentro do estádio. “Aqui conta a história de vários personagens que vivem intensamente a paixão que pulsa dentro do estádio. Tem que reverberar por vários locais de BH”, disse.
A solenidade ainda contou com a participação do secretário municipal de Esporte e Lazer e ex-vereador, Rubem Rodrigues de Oliveira Junior, o Rubão; do subsecretário de estado de Esportes de Minas Gerais, Tomás Mendes; do presidente da Federação Mineira de Futebol (FMF), Adriano Aro; e do diretor geral da Empresa Mineira de Comunicação (EMC), Luciano Correia, na composição da mesa. A diretora do Mineirão e o presidente da FMF ganharam troféus simbólicos para prestigiar a contribuição das instituições na história do estádio.
Corredor cultural
Presidente do Conselho Curador do Programa Câmara Cultural, o vereador Uner Augusto celebrou o lançamento do Corredor Corredor Cultural João Camilo de Oliveira Torres, composto pelo hall e galeria de arte da CMBH, com a inauguração da mostra. O parlamentar explicou que o local foi batizado com o nome de "uma das maiores referências da cultura mineira e histórica do Brasil". João Camilo de Oliveira Torres nasceu em Itabira em 1915, tendo sido professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da PUC Minas, membro da Academia Mineira de Letras, do Instituto Mineiro de Geografia e História e do Conselho Mineiro de Cultura. O intelectual é autor de uma coleção de 12 livros que recebeu o título de “História das Ideias Políticas do Brasil” e outra, de cinco obras, chamada “História de Minas”, além do livro “O Homem e a Montanha”. "Ao longo do ano que vem, visitaremos várias dessas obras", adiantou Uner.
“Nosso desejo é que, imbuídos dessa cultura histórica, nós tomemos consciência de quem nós somos como cidade, estado e nação, para fazer valer as palavras que estão previstas no preâmbulo da nossa Constituição, cujo objetivo é construir uma sociedade justa, fraterna e harmônica”, ressaltou o vereador.
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