Um vídeo lançado há um mês pelo youtuber Felca expôs casos de exploração indevida da imagem de crianças e adolescentes nas redes sociais, retratadas em atitudes e situações adultas e erotizadas. O tema alcançou ampla repercussão na mídia e na sociedade, preocupando e mobilizando pais, educadores e legisladores. Para discutir os impactos da adultização precoce e formas de enfrentar esse problema, a Comissão de Direitos Humanos, Habitação, Igualdade Racial e Defesa do Consumidor reúne gestores municipais e conselheiros tutelares, além de profissionais de justiça e de saúde especializados na terça-feira (9/9), às 10h, para debater os fatores envolvidos e propor ações para proteger os menores dentro e fora das telas. Requerida por Uner Augusto (PL), a audiência pode ser acompanhada presencialmente no Plenário Helvécio Arantes ou ao vivo no portal e no canal da CMBH no YouTube.

A denúncia do youtuber paranaense Felipe Bressanin sobre a “adultização” e sexualização de crianças e adolescentes nas redes sociais, que viralizou em todo o país, mostra "influenciadores" expondo menores a situações e conteúdos impróprios para ganhar seguidores e lucrar com sua monetização. A repercussão levou à suspensão de perfis, à prisão de adultos envolvidos e mobilizou governos e parlamentares a buscar formas de coibir essa exploração. Uner Augusto destaca que a influência de práticas culturais, comerciais e midiáticas fora da internet também normalizam a sexualização precoce, mas a ausência de filtros eficazes e dificuldade de fiscalização no ambiente virtual ampliam os riscos.

“O fenômeno da adultização e erotização precoce está associado a sérios impactos no desenvolvimento físico, psicológico e emocional de crianças e adolescentes. Estudos especializados indicam correlação entre a erotização precoce e o aumento da vulnerabilidade a situações de abuso, exploração sexual e violência psicológica”, alerta o parlamentar.

Diálogo amplo e contínuo

A solicitação da audiência, segundo Uner Augusto, atende a necessidade urgente de discutir e aprofundar medidas de conscientização, prevenção e combate a conteúdos, práticas e influências que as exponham a padrões e condutas inadequadas para sua faixa etária, tanto no meio digital quanto em espaços presenciais.

“É imprescindível estabelecer um diálogo amplo e contínuo entre sociedade civil, órgãos públicos, especialistas, educadores, famílias e entidades de proteção à infância de modo a construir estratégias conjuntas e efetivas para prevenir e erradicar a adultização e a erotização infantil”, reforça o vereador.

Convidados

São aguardados para participar do encontro o secretário municipal de Assistência Social e Direitos Humanos; e representantes da procuradoria-geral e promotoria de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público do Estado (MPMG); da defensoria-pública dos Direitos das Crianças e dos Adolescentes da Defensoria Pública do Estado (DPMG); da Vara da Infância do Tribunal de Justiça (TJMG); da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente; e do Conselho Tutelar do Município, além de pediatras, psicólogos e pedagogos. A reunião é aberta a qualquer cidadão interessado.

Superintendência de Comunicação Institucional