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Câmara e PBH criam grupo de trabalho para estudar alterações no Código de Posturas

Assunto: 
Regulação urbana
Foto: Ernandes Ferreira/CMBH

A Comissão Especial de Estudo que trata da Revisão do Código de Posturas e a Secretaria Municipal de Política Urbana decidiram, na manhã desta quinta-feira (19/12), pela criação de grupo de estudos formado pela assessoria e consultoria do Legislativo e do Executivo que terá como função elaborar uma proposta de relatório final sobre o tema. A ideia é criar um texto que contemple sugestões e críticas recebidas pelos vereadores durante as audiências públicas, reuniões e oitivas realizadas desde a criação da Comissão Especial, em abril deste ano. Segundo o vereador Autair Gomes (PSC), é fundamental que a confecção do relatório seja feita em conjunto. “Nós formamos aqui na comissão uma colcha de retalhos. Aqui nós ouvimos todos os grupos. Então é muito importante que se componha um grupo formado pelo corpo técnico da Câmara e da Prefeitura para que a nossa proposta final seja realmente efetiva”, explicou o vereador, que é relator da Comissão.

A reunião teve a presença da secretária Municipal de Política Urbana, Maria Fernandes Caldas, e dos vereadores Mateus Simões (Novo), Pedro Patrus (PT) e Preto (DEM), que preside os trabalhos. Também participaram integrantes do corpo de consultores legislativos e da Procuradoria da Câmara.

O Grupo de Trabalho irá apresentar, nos próximos dias, um cronograma de reuniões em conjunto com a Secretaria de Política Urbana. Estas reuniões terão início em fevereiro, quando serão levadas todas as demandas levantadas pela Comissão. Em até 90 dias o corpo técnico irá apresentar a sugestão de relatório final que dará sustentação a projeto de lei que tem como objetivo modernizar o atual Código de Posturas, contido na Lei 8616 de 2003.

Demandas da cidade   

A decisão de criar o grupo de trabalhos ocorreu após extenso debate que, segundo o vereador Preto, surge a partir do grande número de propostas de mudanças do Código de Posturas. “Chegamos a um parecer com as propostas de alteração. Sei das várias mudanças sugeridas e da importância dos questionamentos da sociedade. Sei das dificuldades do Município, mas é muito importante saber exatamente o que faremos daqui pra frente, quais os desdobramentos e o que devemos apresentar no projeto de lei que será proposto”, explicou o vereador.

Segundo a secretária Maria Caldas, há necessidade de mudança da lei e isso deve mesmo ser feito a partir do sentimento do cidadão. “Temos que entender que o Código de Posturas é um acordo de como viver em uma cidade. Funciona como uma convenção de condomínio. Recebemos o material, temos uma limitação técnica de pessoal, mas tomamos conhecimento do conjunto de demandas. Na soma das propostas há algumas contradições e até mesmo oposições. Há um sentimento comum de que o atual Código de Posturas está desatualizado e que precisa ser revisto em alguns pontos. Acho que (o atual código) peca pelo excesso de regulamentação”, afirmou a secretária destacando que há interesses distintos por natureza contraditórios e que as pessoas tendem a se comportar, em relação às leis, de uma maneira que ela não seja atingida diretamente. “Dou o exemplo de cadeiras e mesas de bares em calçadas. Todos querem ficar em uma mesa conversando tranquilamente, desde que não seja próximo da sua casa”, sintetizou.

Para o vereador Mateus Simões, a visão da secretária coincide com a vontade da cidade. “Fico feliz quando a senhora diz que o código é muito travado. Defendi que o estudo fosse enviado com todas as questões, inclusive com as diferenças e oposições. Temos que evitar que a nossa proposta seja trocada por um substitutivo do Executivo. Temos que construir uma solução em conjunto”, afirmou Simões. Segundo Pedro Patrus, a solução só será encontrada a partir das sugestões da comunidade. “Também defendi que fossem para a secretaria as propostas cruas. Realizamos mais de 10 audiências públicas ouvindo a população e espero que o Executivo leve em consideração esta escuta da sociedade que fizemos. Ouvimos gente que ocupa efetivamente o espaço público da cidade”, disse Patrus.

Mudança de olhar

Um dos aspectos mais criticados no atual Código de Posturas é o excesso de burocracia. Faz sentido ter que pedir licença para tudo ou algumas questões podem ser dispensadas de licenciamento? Como facilitar este licenciamento para o cidadão? Perguntas que foram feitas em vários momentos durante os trabalhos da Comissão e que, segundo a secretária Maria Caldas, podem ser respondidas a partir de uma profunda mudança de comportamento e no olhar que se tem para a cidade. “A discussão principal é qual a cidade vamos fazer. Podemos inverter a lógica e acreditar no cidadão. Mas precisamos ter penalidades caso ele não cumpra. Vamos então inverter a lógica e acreditar mais no cidadão?”, explicou Maria Caldas informando aos participantes que a Prefeitura tem trabalhado nessa direção e vai publicar, nos próximos dias, decreto em que isenta de emissão de alvarás cerca de 300 atividades em toda a cidade. “Precisamos realmente inverter a lógica. Nossas leis são excessivas porque ficamos tentando adivinhar o que a pessoa vai fazer de errado. Sou parceira da ideia de inverter esta lógica”, finalizou Caldas.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

 Revisão do Código de Posturas

Data publicação: 
quinta-feira, 19 Dezembro, 2019 - 14:15
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Autair Gomes
Comissão Especial de Estudo - Revisão do Código de Posturas
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