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Aprovado PL que traz diretrizes para escolas bilíngues em Libras e Português

Assunto: 
Plenário
Foto: Cláudio Rabelo/CMBH

O Projeto de Lei 22/2021, que institui diretrizes para a criação de escolas bilíngues em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Língua Portuguesa na rede municipal de ensino, foi aprovado em 1º turno pelo Plenário da Câmara de BH, nesta terça-feira (6/7). A votação foi simbólica e não houve manifestações contrárias ao projeto. Durante a reunião, parlamentares também discutiram os procedimentos adotados pela Prefeitura no enfrentamento ao novo coronavírus.

De autoria de Professora Marli (PP), o PL 22/2021 considera como escola bilíngue em Libras e Língua Portuguesa aquela em que a Libras e a modalidade escrita da Língua Portuguesa sejam utilizadas como línguas de instrução no desenvolvimento de todo o processo educativo dos alunos surdos. De acordo com a proposição, entre as diretrizes a serem observadas na criação dessas escolas bilíngues estão: a promoção da identidade linguística e cultural da comunidade surda; a garantia do ensino de Libras como primeira língua e de Língua Portuguesa, na modalidade escrita, como segunda língua; o atendimento prioritário aos alunos surdocegos, surdos, filhos de pais surdos ou surdocegos e familiares de surdos e surdocegos. Também constam entre as diretrizes para as escolas bilíngues: a disponibilização de professores bilíngues, tradutores e intérpretes de Libras, guias-intérpretes e professores de Libras, prioritariamente surdos; a garantia de adaptações, modificações e ajustes para o acesso dos alunos ao currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de sua autonomia, observada a legislação vigente; e a disponibilização de equipamentos, recursos didáticos e tecnologias que viabilizem o acesso à comunicação, à informação e à educação. Ainda entre diretrizes previstas no projeto estão: a gestão democrática, com a garantia de participação dos alunos e de suas famílias no processo de tomada de decisões e no funcionamento das escolas; a promoção do uso e difusão da Libras entre as famílias e a comunidade escolar; e o respeito ao direito de opção da família ou do próprio aluno pela escola bilíngue, observada a legislação vigente.

A autora da proposição, Professora Marli, destaca que o projeto foi amplamente debatido em audiência pública pelo Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que deu apoio à proposição. Ainda sobre o projeto, a parlamentar explica que, atualmente, na escola regular inclusiva, o aluno surdo recebe, em média, cinco aulas de português por semana e apenas uma aula de Libras. “Como professora e principalmente alfabetizadora sei que isso não é garantir a alfabetização da criança surda em Libras como primeira língua”, afirmou a vereadora, apontando que o ensino em Libras como primeira língua dos surdos está entre as metas traçadas na Lei 10.917/2016, que traz o Plano Municipal de Educação de Belo Horizonte. Apesar disso, tal meta, segundo ela, não está sendo cumprida. A parlamentar também destaca que o projeto de sua autoria deve corrigir outro problema, que é a pouca valorização de elementos culturais da comunidade surda nas escolas.

Durante o Plenário, vários vereadores se manifestaram favoravelmente ao projeto. Professor Juliano Lopes (Agir), José Ferreira (PP), Nikolas Ferreira (PRTB), Wanderley Porto (Patri) e Wilsinho da Tabu (PP) encaminharam voto favorável e elogiaram a proposição. De acordo com Rubão (PP), a inclusão prevista no projeto é justa e importantíssima. Duda Salabert (PDT) destacou que o projeto uniu a Casa. Macaé Evaristo (PT), que apresentou emenda ao projeto para ser analisada em 2º turno, também encaminhou o voto favorável à iniciativa de Professora Marli e defendeu que a rede pública de ensino seja a responsável pela oferta do ensino inclusivo, de modo que não sejam adotados mecanismos para terceirização e privatização. A parlamentar petista também fez a defesa de que profissionais concursados sejam os responsáveis pela oferta da educação bilíngue. A presidente da Câmara, Nely Aquino (Pode), ao anunciar a aprovação do projeto em votação simbólica, afirmou que não houve manifestações contrárias e parabenizou a autora Professora Marli pela proposição.

Pandemia

Ciro Pereira (PTB) criticou o prefeito Alexandre Kalil (PSD) pela abertura de 1.900 covas no início da pandemia de covid-19, uma vez que elas não foram necessárias, tendo em vista que a letalidade da doença na capital foi inferior a projeções iniciais. De acordo com o parlamentar, ao abrir as covas o prefeito gastou dinheiro público de maneira errada. Ele também defendeu regras menos restritivas para o funcionamento de templos religiosos durante a pandemia.

Para Marcela Trópia (Novo), a Prefeitura foi omissa por não ter adotado o ensino remoto durante a pandemia, por não ter participado de audiências públicas sobre o tema e por não ter recebido pais e movimentos que queriam tratar do ensino remoto. Ainda de acordo com ela, são necessárias ações para reduzir a evasão e o abandono escolar em Belo Horizonte.

Professor Juliano Lopes afirmou que BH foi a única capital em que os pequenos eventos ficaram 1460 dias parados. De acordo com ele, a decisão da PBH de proibi-los levou os empresários do setor à falência. Segundo o parlamentar, existem mais de 50 mil pessoas desempregadas por conta do fechamento do setor de pequenos eventos na capital. Professor Juliano Lopes também classificou o prefeito como autoritário e afirmou que o chefe do Executivo não ouviu as demandas do setor de pequenos eventos. Ele disse ainda considerar muito restritivos os atuais protocolos determinados pela PBH para o setor. O vereador também defendeu a importância do PL 1071/2020, de sua autoria, que reconhece a prática da atividade física e do exercício físico como essenciais para a população em estabelecimentos prestadores de serviços destinados a essa finalidade, bem como em espaços públicos em tempos de crises ocasionadas por moléstias contagiosas ou catástrofes naturais. A proposição está sendo analisada pelo prefeito, que poderá vetá-la ou sancioná-la.

Sobre a atuação da PBH em relação à pandemia, o vice-líder de governo, Professor Claudiney Dulim (Avante), lembrou que a covid-19 é uma novidade no mundo e salientou que “Belo Horizonte tem os melhore índices das capitais do Brasil no combate à covid-19”. Para o parlamentar, a Prefeitura não foi omissa no tratamento da questão. O vice-líder destacou, ainda, que as ações tomadas pelo Comitê de Enfretamento à Covid-19 são técnicas. Ele também ressaltou que, por estarem lidando com um problema novo todos os níveis de governo estão sujeitos a erro no combate à pandemia. Em relação à abertura de mais de 1900 covas, Professor Claudiney Dulim afirmou que, infelizmente, um dia, elas serão utilizadas porque "a vida é finita". O parlamentar também fez a defesa de uma retomada em maior escala das atividades dos templos religiosos, bem como de uma abertura responsável do setor de comércio e de pequenos eventos. Em relação ao ensino, o vice-líder do governo Alexandre Kalil criticou as ações tomadas pelo governo estadual na área durante a pandemia.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional

54ª Reunião Ordinária - Plenário

Data publicação: 
terça-feira, 6 Julho, 2021 - 19:45
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Tópicos: 
Ciro Pereira
Duda Salabert
José Ferreira
Libras
Macaé Evaristo
Marcela Trópia
Nely Aquino
Nikolas Ferreira
Plenário
Professor Claudiney Dulim
Professor Juliano Lopes
Professora Marli
Rubão
surdo
Wanderley Porto
Wilsinho da Tabu