Moradores do Glória reclamam do centro de saúde do bairro

As queixas de deficiências no atendimento prestado pelo Centro de Saúde do Bairro Glória foram discutidas por usuários, parlamentares e representantes da Prefeitura em audiência pública da Comissão de Saúde nesta quarta-feira (12/12). Durante a reunião, os usuários dessa unidade básica reclamaram da falta de profissionais: das sete equipes de Saúde da Família em atividade, apenas duas contam com médicos.

Robson Costa, representante dos usuários, afirmou que “a situação no Centro está insustentável”. Segundo ele, mais de 30 mil pessoas estão na área de abrangência daquele Centro, o que contraria a Portaria 2488/11 do Ministério da Saúde, que estipula o máximo de 12 mil habitantes para cada unidade. Costa também questionou o fato de que nenhum dos médicos que tomou posse recentemente na Prefeitura está prestando serviço no Centro de Saúde do Bairro Glória.

A usuária do Centro de Saúde, Nadir de Paula Maciel, reclamou que já teve de sair de casa às 5 horas da manhã para conseguir atendimento. “Ao chegar ao local, pela manhã, recebi uma senha e quando saí do posto já eram 5 da tarde. Fiquei o dia inteiro sem almoçar. Isso é uma falta de consideração, já sou idosa”, reclamou.

Aíldes Pinto Coelho, outra moradora da área de abrangência do Centro de Saúde, que participou da audiência, disse que se a situação não for resolvida, irá procurar a Ouvidoria Pública e os órgãos de defesa dos Direitos Humanos. “A situação ofende a Constituição, a legislação de saúde e o Estatuto do Idoso e eu convido os representantes da Secretaria Municipal de Saúde para conferirem no local os problemas apresentados aqui”, esclareceu.

Busca de soluções

A gerente de Saúde da Regional Noroeste, Mônica Marques, reconheceu que o Centro de Saúde do Bairro Glória tem problemas, mas garante que a Prefeitura está buscando soluções. Ela informou que além dos dois generalistas que integram as equipes de Saúde da Família, o Centro de Saúde do Bairro Glória conta com outros quatro médicos: um pediatra, um ginecologista, e dois clínicos gerais. Desse total, três são concursados.

Marques explicou, ainda, que entrará em atividade nos próximos dias mais um médico generalista, em regime de 40 horas semanais, para diminuir o déficit do Programa de Saúde da Família na região.

Além disso, segundo ela, o Centro de Saúde está em processo de negociação com outros quatro médicos: dois generalistas em regime de 40 horas e dois plantonistas em regime de 30 horas, entretanto, não há previsão para a contratação destes quatro profissionais.

Já a gerente do Centro de Saúde do Bairro Glória, Renata Boguski dos Santos, explicou que, de acordo com os dados de 2010 do IBGE, a população que integra a área de abrangência desse Centro é de 24.700 moradores. “Como temos sete equipes de Saúde da Família, cada uma atende cerca de 3.500 pessoas, o que está dentro do que estipula o Ministério da Saúde”, informa Santos.

Ela garantiu, ainda, que o anexo do Centro de Saúde do Bairro Glória, que, hoje, funciona sem médicos, passará a atender como uma nova unidade básica de saúde, abrigando três das sete equipes de Saúde da Família sediadas no Centro do Bairro Glória. Entretanto, não foi estipulada uma data para a mudança, que depende da contratação de médicos generalistas para sanar o déficit, que hoje é de cinco profissionais.

O vereador Marcio Almeida (PRP) sugeriu pedido de diligência à Prefeitura para obter informações a respeito da situação do Centro de Saúde. Reinaldo Preto do “Sacolão” (PMDB), que presidiu a audiência, fez coro à solicitação de Almeida, enfatizando a necessidade de saber se a PBH está sendo omissa em relação a este Centro de Saúde.

Preto do “Sacolão” informou, ainda, que as falhas no Centro de Saúde do Glória também atingem outras regiões. Segundo ele, a unidade básica do São Gabriel é outra a sofrer com a falta de médicos. Para o vereador, o aumento no número de profissionais de saúde não atende as demandas, mas ele salienta que a audiência para debater o Centro de Saúde do Glória já surtiu efeitos, uma vez que contratações de médicos já vêm ocorrendo. “A Câmara é a Casa do povo e está sempre aberta para ouvir as reclamações e buscar soluções com a participação de todos”, salientou.

Assista a reunião na íntegra

Superintendência de Comunicação Institucional