Câmara homenageia Lúcia Casasanta

Por iniciativa do vereador Totó Teixeira (PR), presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, os parlamentares da Casa realizaram um ato solene in Memoriam à professora Lúcia Monteiro Casasanta, por ocasião do centenário de nascimento da  escritora mineira. A reunião ocorreu no dia 22 de outubro, às 19 horas.

Totó Teixeira iniciou a reunião especial e justificou a indicação da homenagem. “O orgulho que sentimos nos é transferido pela honra da biografia da homenageada. Não apenas  ela se atém à Educação, área cuja nobreza é razão bastante para honrar uma biografia”, disse. “No caso da professora Lúcia Casasanta, a razão da honra e da nobreza vai mais além, pois ela escreveu na Educação uma trajetória de brilho incomum”, completou.

O parlamentar destacou, ainda, o esforço e o pioneirismo de Lúcia Casasanta na introdução do ideário da chamada Escola Nova no Brasil e a elaboração e divulgação dos métodos globais de alfabetização. “E como não falar no revolucionário pré-livro intitulado “Os Três Porquinhos”  que, junto com  o “Bonequinho Doce”, “O Livro de Lili”,  e a coleção “As Mais Belas Histórias” foram companheiros de milhares de crianças brasileiras na segunda metade do último século?”, questionou Totó Teixeira.

Nuno Monteiro Casasanta, filho da professora Lúcia Casasanta, representou a família na reunião. Ele recebeu do vereador Totó Teixeira, uma placa com o registro do ato solene in memoriam à professora, com os seguintes dizeres: “Na passagem de seu centenário de nascimento, a homenagem do povo da capital do Estado de Minas Gerais à professora Lúcia Casasanta, desbravadora de memoráveis caminhos na nobre área da Educação. Câmara Municipal de Belo Horizonte, 22 de outubro de 2008. Vereador Totó Teixeira   - presidente”.

Lúcia Casassanta nasceu em Carrancas, município de Santa Luzia (MG), em 29 de maio de 1908. Após cursar a Escola Normal, a jovem mineira começou a lecionar e, com apenas 19 anos integrou um grupo de professoras enviadas para os Estados Unidos para aperfeiçoamento curricular de dois anos. 

Para a professora, a sala de aula deveria instigar a criança, motivando-a a aprender. De acordo com ela, as professoras deveriam estudar tanto a didática quanto a psicologia e os educadores deveriam ter conhecimentos teóricos e metodológicos das atividades a que propunham em sala de aula. Esse era o objetivo da Escola de Aperfeiçoamento que, mais tarde, se transformaria no Curso de Pedagogia da atual Faculdade de Educação da Universidade do Estado de Minas Gerais (UEMG), do qual Lúcia Casasanta foi diretora de 1968 a 1977.

A menor unidade de sentido em um texto é a frase. Essa é a base do Método Global de Contos criado por Lúcia Casasanta. Para a educadora, a criança deveria aprender a ler e a escrever, não letra por letra, mas a partir de contos ou pequenas histórias, que possuem sentido completo. Os contos utilizados em sala de aula para alfabetização foram publicados na coleção “As mais belas histórias”, composta de cinco livros. O primeiro deles, chamado de pré-livro, era destinado ao ensino inicial da leitura e da escrita, e tinha a história dos “Três Porquinhos”, uma adaptação do conto clássico feita por Lúcia Casasanta.

A educadora foi também membro do Conselho Estadual de Educação e do Conselho Estadual de Cultura, e responsável pelo quadro Educação no Programa Universidade do Ar, exibido pela TV Itacolomi de Belo Horizonte.

Durante a reunião os  participantes assistiram a uma apresentação do coral da  Associação dos Funcionários Aposentados do Estado de Minas Gerais  (AFAEM), sob a regência do maestro Antônio Beletable, acompanhado do pianista Wagner Shultuz. O coral, que está comemorando 10 anos de atividade, cantou  quatro músicas: Rosa Amarela, Va Piensero, Prelúdio para Ninar Gente Grande e  Além do Arco-Íris.