SEMINÁRIO

“BH e a Crise Econômica: Impactos e Superação”

“BH e a Crise Econômica: Impactos e Superação” Com o objetivo de avaliar os impactos da crise econômica em Belo Horizonte e discutir ações que podem ser tomadas pelo poder público local, pela iniciativa privada e pela sociedade civil organizada, a Câmara  Municipal de Belo Horizonte realizou na quinta-feira, 21 de maio, o  seminário “Belo Horizonte e a Crise Econômica: Impactos e Superação”.
quarta-feira, 20 Maio, 2009 - 21:00
“BH e a Crise Econômica: Impactos e Superação” Com o objetivo de avaliar os impactos da crise econômica em Belo Horizonte e discutir ações que podem ser tomadas pelo poder público local, pela iniciativa privada e pela sociedade civil organizada, a Câmara  Municipal de Belo Horizonte realizou na quinta-feira, 21 de maio, o  seminário “Belo Horizonte e a Crise Econômica: Impactos e Superação”.
O seminário foi aberto pela presidente da Casa, vereadora Luzia Ferreira (PPS), que  chamou a atenção para a vocação da Câmara Municipal para a realização do evento. “Esta é uma casa de discussão de problemas que afetam nossa cidade e, como o município não está imune à crise financeira mundial, entendemos por bem avaliar os impactos dela sobre Belo Horizonte e quais as possibilidades de superação”, disse.
Na parte da manhã, participaram do debate sobre a “Crise Econômico-Financeira Mundial”, o presidente do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), Paulo Paiva, que abordou o “Panorama Geral da Crise” e o secretário municipal de Finanças da Prefeitura de Belo Horizonte, José Afonso Bicalho, que falou sobre “O Município de Belo Horizonte e a Crise”.

Segundo Paiva, a crise é global e não se restringe apenas ao setor financeiro, atingindo também a produção e o consumo, tanto nos países industrializados como nas nações emergentes. Segundo o presidente do BDMG, a crise chegou ao Brasil por dois caminhos: pela rota financeira, por meio do crédito, e pela via real, que é a produção e o consumo.

Para Paiva, graças a uma base de consumo relativamente mais ampla que em anos anteriores e às medidas atenuantes adotadas pelo governo federal, o Brasil está conseguindo amenizar os efeitos da crise sobre a economia nacional.

“O governo adotou medidas importantes de natureza fiscal, na área do crédito e no setor monetário, e também não alterou medidas tomadas em um passado recente, como a Reforma Econômica, o ajuste fiscal, o câmbio flutuante e as metas inflacionárias, que permitiram controle sobre a inflação. Isso, aliado às reservas externas, à ausência de dívida pública em moeda externa e à relação dívida pública/PIB, ao aumento real do valor do salário mínimo, e aos programas sociais de transferência de renda, tem permitido à economia manter um certo grau de crescimento embora menor que o previsto”, informou.

Paiva destacou ainda outras medidas que, segundo o presidente do BDMG, têm ajudado o Brasil a enfrentar a crise como a isenção tributária para automóveis, para  a  chamada “linha branca”, e os programas habitacionais, além de adoção de linhas de crédito para o setor exportador, venda de  dólares, redução da taxa Selic, bem como maior participação dos bancos públicos na oferta de crédito. “Entre outubro do ano passado e março de 2009, houve um aumento de 6% na oferta de crédito brasileira. Isso é importante, pois sabemos que a crise reduz crédito, produção e consumo criando um processo retro-alimentador que mantém o ciclo da crise”, explicou.
Economia mineira

O impacto da crise sobre a economia mineira é maior que o registrado no Brasil, devido à natureza da economia local. “A produção mineira caiu mais fortemente justamente porque os setores mineral, siderúrgico e de bens de capital têm um peso maior na estrutura econômica do Estado”, comentou Paiva. Mas, de acordo com o palestrante, medidas adotadas pelo governo estadual nas áreas tributárias (adiamento do prazo para recolhimento de impostos) e de crédito (abertura de novas linhas de financiamento no BDMG) ajudam no enfrentamento da crise e na recuperação econômica.
Paiva acredita que, pelos sinais demonstrados, é possível vislumbrar a retomada do crescimento a partir de 2010. “Estamos caminhando lentamente para a recuperação do crescimento. Alguns indicadores, como bolsa e investimentos externos mostram isso e acredito que a partir do ano que vem ele se dará de forma mais consistente,” disse.
Belo Horizonte
Para o secretário municipal de Finanças, José Afonso Bicalho, o  impacto sobre  o município é forte e o grande dilema é saber quanto tempo a crise  vai durar. “É difícil ver o tamanho da crise. Sabemos quando começou, mas não sabemos quando vai acabar e nas análises dos quadros de crises mundiais vemos que pode durar dois ou quatro anos. Isto significa que a recuperação pode começar no final de 2009 ou somente no final de 2011”, comentou.
Segundo o secretário a adoção de políticas compensatórias é fundamental para que o nível de emprego não seja afetado fortemente.
Bicalho acrescentou que a crise afeta o setor público, prejudicando a arrecadação. “Na crise dobra o valor da dívida pública e ela se paga com impostos e arrecadação, mas como a arrecadação cai é preciso um esforço muito grande do governo para reativar a economia”. Segundo o secretário, em 2009, será difícil aumentar a arrecadação e, por isso, ele defende uma postura mais conservadora no tocante a novos investimentos.

Informações na Superintendência de Comunicação Institucional (3555-1105/3555-1445).