Na terceira visita técnica realizada pela Comissão Especial de Estudo para Prevenção e Combate ao Crack e Outras Drogasnesta quarta-feira (31/08), os vereadores Heleno Abreu (PHS), Hugo Thomé (PMN) e Silvia Helena (PPS) foram à região de Venda Nova para conhecer a Terra da Sobriedade, uma entidade dedicada ao tratamento e à recuperação de dependentes químicos. Em meio a uma grande área verde, a instituição conjuga conhecimento técnico com acolhida familiar.
Com nove anos completados na data de hoje, a Terra da Sobriedade é uma organização de sociedade civil de interesse público (OSCIP), idealizada por um grupo de familiares e amigos de dependentes químicos sensibilizados com a causa. A história da entidade vincula-se, desde a sua origem, à história do casal Ronaldo Guilherme Vitelli Viana e Ana Luiza Cesar Viana.
"Consideramos que a família é fator fundamental tanto na determinação do uso indevido de drogas, quanto no seu tratamento e superação”, afirmou Ronaldo, que é terapeuta ocupacional e acolheu os pacientes em sua própria casa junto com seus filhos e esposa. O objetivo, segundo ele, é que os pacientes voltem a usufruir a dinâmica da vida em família e dos “valores adormecidos” pela experiência com as drogas, conciliando, assim, a ética familiar com a clínica especializada.
“Ouvindo as explicações de quem está envolvido de perto com a problemática das drogas e ainda estuda o assunto, nós parlamentares pudemos refletir e aprender sobre instrumentos e ferramentas imprescindíveis no tratamento da dependência química”, avaliou o vereador Heleno Abreu, que considerou comunidade Terra da Sobriedade exemplar em termos de informações técnicas, metodologia e qualificação profissional na recuperação de usuários de drogas.
Com equipe multidisciplinar, a entidade recebe pacientes para internação ou acompanhamento durante o dia, assim como atendimento ambulatorial. O tratamento e a orientação são gratuitos e abertos à população. São desenvolvidas atividades pedagógicas, oficinas de produção, campanhas e eventos de mobilização, palestras e cursos, sempre com o envolvimento de familiares.
Barreiras e perspectivas
Já os recursos financeiros vêm de parceiros governamentais e não governamentais, mas ainda são um desafio para a instituição. A questão do terreno onde está localizada a comunidade também preocupa pacientes e coordenadores da Terra da Sobriedade. “O imóvel é de propriedade particular, pertence aos meus familiares, e já tivemos conflitos por isso. Tememos pela continuidade do nosso trabalho”, contou Ronaldo.
O vereador Hugo Thomé, presidente da comissão, falou sobre a mobilização dos vereadores da capital acerca da necessidade do poder público oferecer tratamento adequado aos dependentes químicos, e da disposição do grupo em encaminhar as demandas das comunidades terapêuticas ao governo municipal. “Acreditamos num novo tempo em que parlamentares e governantes atuem para mudar a realidade de abandono dos dependentes químicos”, declarou.
E o papel do Legislativo de cobrar da Prefeitura medidas efetivas em relação ao tratamento e a recuperação dos usuários de drogas foi ressaltado pela vereadora Silvia Helena, militante na defesa de pessoas em situação de risco e vulnerabilidade social. “É fundamental que existam políticas públicas de acompanhamento permanente dos dependentes, além do reconhecimento e da parceria do governo com as comunidades terapêuticas”, sustentou.
Os serviços disponibilizados ao dependente químico pela rede pública municipal ainda serão inspecionados pela comissão, que vai apresentar os dados obtidos nas visitas técnicas durante um seminário a ser realizado em outubro.
Superintendência de Comunicação Institucional