Realização de festas populares na capital é discutida em audiência pública
Movimentos pedem melhor planejamento e mais recursos para promoção de eventos
Representantes de movimentos culturais expuseram problemas ao poder público em audiência no dia 16 de abril
A Comissão de Administração Pública realizou na noite da última terça-feira (16/4) audiência requerida por seu presidente, vereador Professor Wendel (PSB), com a finalidade de discutir problemas relacionados à promoção de eventos culturais populares em Belo Horizonte, especialmente o carnaval. De acordo com o parlamentar, ao contribuir para um melhor planejamento e organização dessas festas, o debate ajuda a evitar que as falhas se repitam nos próximos anos.
Ligado ao movimento cultural de Belo Horizonte, o Professor Wendel solicitou a audiência com o objetivo de dar aos representantes dos movimentos culturais populares da capital a oportunidade de expor ao poder público as dificuldades que enfrentam para a promoção de eventos públicos e gratuitos nas ruas da cidade, como os desfiles de carnaval e o Arraial de Belô. Foram apontadas especialmente a necessidade de melhor estrutura e de mais recursos por parte da Prefeitura.
O presidente da União Junina Mineira, Jadilson Silva Nantes, queixou-se da falta de verbas para as atividades do grupo, apesar da grande aceitação das festas juninas populares na capital e no interior de Minas Gerais, além de outras partes do país. “O grupo conta com um grande reconhecimento fora do estado, graças ao suor dos quadrilheiros, pois o apoio que esperamos do poder público ainda não veio”, constatou.
Representando uma das mais antigas tradições culturais e religiosas do estado, o presidente da Federação dos Congados, Manoel Fonseca dos Reis, lembrou a importância da preservação e valorização dessa manifestação cultural, sugerindo como primeiro passo o reconhecimento das irmandades como patrimônio imaterial do município e do estado, que possui a maior concentração de congadeiros do país.
Carnaval de rua
Alegando que hoje é impossível se colocar um bloco na rua com menos de R$ 30 mil, o presidente da Associação dos Blocos Caricatos de BH, Ângelo Lima, informou que a subvenção que recebem é de apenas R$ 12 mil. “O que a gente pede é mais respeito com as escolas de samba por parte do poder público”, reforçou o presidente da Associação Cultural Samba 10, Luís Carlos Novaes.
Um dos assuntos mais discutidos foi o crescimento do carnaval de rua de BH, que observou um enorme aumento de blocos e foliões em relação às edições anteriores. Em 2013, em vez das 150 mil esperadas, estima-se que mais de 500 mil pessoas pularam carnaval nas ruas da cidade, acompanhando os 72 blocos, 30 a mais do que os inscritos pela Belotur.
Os representantes do Executivo ouviram as queixas e reivindicações dos movimentos populares e concordaram com a necessidade de se buscar soluções para possibilitar a promoção desses eventos na cidade. “O crescimento dessas manifestações populares em Belo Horizonte, que tem sido bastante grande, depende disso que está começando aqui hoje: maior planejamento, busca de recursos e, essencialmente, de gentileza urbana”, disse o gerente de comunicação da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Ricardo Camargo.
Diálogo e planejamento
Representando a Fundação Municipal de Cultura, Marah Costa garantiu que a entidade está atenta a essa questão, especialmente com relação à utilização dos mais de 15 centros culturais que administra, espalhados por todas as regionais da cidade. Ela informou que neste ano, pela primeira vez, os centros foram cedidos para o ensaio de blocos, atendendo a uma antiga reivindicação das agremiações.
Segundo o presidente da Belotur, Mário Werkema, é preciso evoluir no diálogo com esses grupos para caminhar para um planejamento pactuado, no sentido de garantir suas expressões e manifestações. “Mas também temos de cuidar das questões relacionadas à segurança pessoal, patrimonial e à boa convivência urbana”, ponderou.
O vereador Professor Wendel se disse satisfeito com o resultado do debate e ressaltou a importância do diálogo entre a população e o Executivo para aprimorar o planejamento e a organização desses eventos na cidade. “Nesta perspectiva de sentar e conversar, tenho certeza de que o planejamento vai melhorar, as falhas não irão se repetir nos próximos anos e iremos fazer cada vez melhor”, declarou. Também participou da audiência o vereador Juninho Paim (PT).
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