ARTE NA CMBH

Acervo artístico da Câmara reúne mais de 70 objetos

Esculturas, quadros e fotografias antigas compõem o patrimônio

quarta-feira, 4 Junho, 2014 - 00:00

Esculturas, quadros e fotografias antigas compõem o patrimônio que enriquece os jardins e os corredores do Palácio Francisco Bicalho, sede do Legislativo Municipal. Entre os destaques, estão o painel “Belo Horizonte: do século XVIII ao século XXI”, de Yara Tumpinambá, instalado nas paredes do Plenário Amynthas de Barros, e a escultura de Amílcar de Castro, em referência ao símbolo do Legislativo mineiro, na entrada principal da Câmara. Essas e outras obras compõem um acervo artístico de mais de 70 objetos.

Criada pelos artistas Wilde Lacerda (Belo Horizonte, 1929 - 1996) e Aroldo Tenuta (Cuiabá, MT), “Cristo com anjos” é uma escultura produzida em ferro batido, datada de 1973. Entregue à Câmara Municipal, a peça compunha a capela da antiga sede da instituição, na Rua dos Tamóios (Centro). Atualmente, a obra está exposta no hall de entrada do Plenário Amynthas de Barros.

Reconhecido por seu caráter artesanal, Aroldo Tenuta utilizava o ferro batido com martelo, enrolado e pintado manualmente. O artista cuiabano mudou-se para Belo Horizonte ainda jovem, deixando em Mato Grosso uma de suas obras mais expressivas, a estátua de Maria Taquara, que homenageia personagem de referência para a cidade de Cuiabá na luta pelos direitos da mulher. Já na capital mineira, Tenuta empresta seu nome a uma praça pública e teatro de arena no bairro Buritis (região Oeste). Pintor, desenhista, gravador, escultor e professor, Wilde Lacerda é referência na arte mineira, tendo estudado com Alberto da Veiga Guignard (1896 - 1962) na Escola de Belas Artes de Belo Horizonte.

Memória da cidade

Construído especialmente para compor as paredes do Plenário Amynthas de Barros, o painel “Belo Horizonte: do século XVIII ao século XXI”, de Yara Tupynambá, retrata parte da memória da cidade, lembrando o período de construção da capital e a criação da Câmara dos Vereadores. A obra ilustra as primeiras propriedades rurais em torno da Fazenda do Leitão, a Igreja da Boa Viagem, a rua Sabará (primeira a ser construída), a comissão construtora da "cidade planejada", os operários e os imigrantes, as reivindicações do movimento feminista e dos jovens e a formação de um ideal de democracia.

Resultado de cinco meses de trabalho, o painel de Yara Tupynambá foi entregue à Câmara em junho de 2010, mas não é a primeira obra da artista a ocupar a sede do Legislativo Municipal. Outra tela de sua autoria, intitulada “Guerra e Paz”, ornamentava as paredes do plenário da antiga sede da Câmara, mas foi danificada irrecuperavelmente durante a mudança de endereço do Legislativo para o atual prédio, na Avenida dos Andradas (Santa Efigênia), em 1988. Em outubro de 2013, a artista anunciou a doação à Câmara dos estudos bibliográficos e fotográficos realizados por ela para criação da obra.

Símbolo do Legislativo

Instalada no jardim em frente à portaria principal da Câmara Municipal, a escultura de Amílcar de Castro (Paraisópolis, 1920 – BH, 2002) é uma das principais peças do acervo da instituição. Produzida em ferro, datada de 1997, a obra expõe um caráter particular do trabalho de Amílcar, que traz um plano chapado, cortado e dobrado, sem solda ou emendas, formando um objeto tridimensional em equilíbrio e diálogo com o espaço.

Sendo um plano circular, com uma forma triangular vazada em seu interior, o objeto dialoga com outras obras do artista, especialmente aquela exposta na Praça Carlos Chagas, diante do Legislativo Estadual, que inspirou a logomarca da Assembleia Legislativa de Minas Gerais. Nota gravada ao lado da obra explica que "o triângulo dá passagem à representação popular e aponta o caminho da construção democrática; o círculo simboliza a aliança sociedade-Poder Legislativo, fonte síntese da vontade geral".

Escultor, gravador, desenhista, diagramador, cenógrafo e professor, Amílcar de Castro foi um dos fundadores do Movimento Neoconcreto e tornou-se um dos nomes mais representativos da arte contemporânea no país.

Sustentabilidade

“Fazer arte é descarregar vida ressuscitando materiais antes desprezados pelo desenvolvimento tecnológico”. Assim acredita o artista plástico Leandro Gabriel (Belo Horizonte, 1970), responsável pela escultura monumental instalada nos jardins de entrada da Portaria 2. Produzida em 2007, a partir da reutilização de placas de ferro e outros materiais em sucata, sem pintura e já enferrujados, a obra tem cerca de quatro metros de altura, que se lançam ao céu e se harmonizam entre as árvores.

Com obras espalhadas por todo o Brasil, Leandro Gabriel é conhecido por suas peças de tamanho monumental, que chegam a 5m de altura, feitas em ferro e sucata, sempre buscando formas intrigantes. Seriam micro-organismos, árvores, cactos, partes do corpo humano? O artista garante que nenhuma de suas obras representa algo específico e deixa para o espectador criar seu próprio sentido.

Premiado no Salão Nacional de Arte de Paraty (RJ) em 2004, o artista integra o acervo do Museu Nacional de Arte Contemporânea de Brasília (DF). Em Belo Horizonte, Leandro Gabriel tem outras peças em exibição permanente na PUC Minas (campus Barreiro) e em frente ao Ponteio Lar Shopping (BR-356, região centro-sul). Na região metropolitana, o artista exibe seus objetos no Parque Estadual do Rola Moça (Brumadinho - MG).

Superintendência de Comunicação Institucional