Comunidade cobra canalização de córrego que invade moradias no Barreiro
Restituição de móveis e eletrodomésticos danificados após transbordamentos foram reivindicações
Foto: Rafa Aguiar / Câmara de BH
“Foi uma gritaria. A gente perdeu tudo, não tivemos como salvar mais nada, somente a vida”. O relato de Saulo Pereira dos Santos revela o drama dos moradores que vivem às margens do Córrego do Jatobá, na Região do Barreiro, e enfrentam inundações no período chuvoso. Para verificar os riscos e os prejuízos da comunidade, a Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor realizou visita técnica ao local, nesta quinta-feira (10/11). Os moradores cobraram a canalização e a limpeza do córrego, que acumula lixo.
Cerca de 40 famílias, em média 200 pessoas, vivem no local. Elas reclamam que a construção de uma ponte pela prefeitura teria limitado a vazão da água e agravado a situação. Os moradores também sofrem com o risco de doenças, já que há muito lixo depositado no córrego. A comunidade afirmou que a Urbel comprometeu-se a realizar uma reunião, a fim de viabilizar a reposição das perdas materiais, o reassentamento das pessoas e a canalização do córrego, mas, segundo os moradores, até o momento nada foi feito.
De acordo com a comunidade, quando chove a água invade as casas e atinge quase um metro e meio de altura, danificando portas, móveis, eletrodomésticos, mantimentos e veículos. “Foi um filme de terror. Meu sobrinho de cinco anos foi socorrido dentro de casa, por vizinhos e familiares e, em segundos, perdemos tudo”, relatou Juliana Aparecida Cardoso sobre o transbordamento ocorrido em 25 de setembro. Durante a visita, foi encontrada até uma cobra dentro de uma das residências.
A representante da Defensoria Pública de Direitos Humanos, Raquel Passos, informou que o órgão instaurou um processo para averiguar o prejuízo das famílias e os riscos de desmoronamento das moradias. “Queremos moradias dignas e melhores condições de vida para essas famílias”, declarou.
Para o vereador Adriano Ventura (PT), vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e requerente da visita técnica, a colocação de vigas no meio da ponte ocasionou problemas, principalmente em época de chuvas, pois tudo o que for jogado ali ficará agarrado, causando alagamento. “Fizemos uma primeira visita no dia da chuva, ainda de madrugada, e estamos solicitando à prefeitura a restituição de bens e a reforma da ponte, para que ela proporcione a travessia dos moradores sem restringir a passagem da água”, concluiu Ventura.
Superintendência de Comunicação Institucional