Moradores pedem nova passarela para travessia do Córrego Cercadinho
Estrutura anterior foi retirada por risco de queda; Sudecap apontou a necessidade de refazer as estruturas de apoio
Foto: Abraão Bruck/Câmara de BH
A retirada, há pouco mais de um mês, de uma ponte que ligava os bairros Marajó e Havaí, separados pelo Córrego Cercadinho, vem dificultando o trânsito de moradores, trabalhadores e estudantes, que precisam percorrer uma longa distância para chegar ao outro lado. Para verificar de perto a situação, a Comissão de Transporte e Sistema Viário realizou visita técnica ao local nesta quarta-feira (17/10), requerida pelo vereador Irlan Melo (PR). Após ouvir representantes da comunidade, da Coordenadoria de Atendimento Regional Oeste e da Superintêndencia de Desenvolvimento da Capital (Sudecap), o parlamentar comprometeu-se a acionar a Secretaria de Obras e Infraestrutura e cobrar da Prefeitura uma solução de curto prazo para o problema.
De acordo com informações de moradores da Rua das Espatódias, no Bairro Marajó, onde se localizava uma das extremidades da passarela (foto à direita), mais de 500 pessoas por dia, na maioria trabalhadores, pais e estudantes, a utilizavam para acessar as empresas e escolas localizadas do outro lado do córrego, no Bairro Havaí. Instalada há cerca de 20 anos, a estrutura metálica já havia apresentado problemas anteriormente em razão dos desgastes e desbarrancamentos nas margens do córrego, que danificaram as estruturas de apoio. Há cerca de um mês e meio, a Coordenadoria de Atendimento Regional Oeste constatou o agravamento dos danos, com o risco iminente de desabamento, e solicitou a retirada da passarela, obrigando os usuários a buscar outros caminhos.
Na Rua Orquídea, que margeia o córrego, moradores apontaram os danos produzidos pelo desbarrancamento ocorrido há cerca de cinco anos, que engoliu um trecho da via; o Sr. José Antônio, conhecido como Toninho, informou que cedeu parte de seu terreno e abriu com as próprias mãos a passagem atual, que permite acessar as outras casas da via. As vizinhas Priscila Angélica e Neuza Duarte se queixaram da falta de atenção do poder público em relação ao problema, que já causou acidentes e até a morte de transeuntes; segundo elas, o local chegou a ser medido e fotografado diversas vezes, porém os responsáveis não se identificaram nem prestaram informações à comunidade. Um projeto de canalização e implantação da Avenida Henrique Badaró Portugal sobre o córrego, anunciado pela gestão anterior, nunca chegou a sair do papel.
Chuva e falta de recursos
Acompanhando a visita técnica, o engenheiro da Sudecap Marcelo Cardoso informou que, apesar da instalação de “bolsacretos” (sacos de concreto utilizados para contenção de encostas) ao longo das margens do córrego, a última vistoria realizada no local constatou a ocorrência de deslizamentos e movimentação do solo embaixo das cabeceiras que davam apoio à estrutura, decorrentes do aumento do volume do curso d’água nos períodos de chuva. Apesar do bom estado de conservação da passarela, que pode vir a ser reutilizada, a instabilidade das margens obrigou a retirada e impede a recolocação imediata da estrutura. De acordo com o engenheiro, a solução definitiva dos problemas do córrego demandaria intervenções estruturantes de grande porte e alto custo, consideradas inviáveis no atual momento de crise.
Levantamentos já realizados neste trecho específico, no entanto, indicam a possibilidade de obras emergenciais, como o reforço das encostas por meio de gabiões (estruturas flexíveis e drenantes, produzidas com malha de fios de aço preenchidas com pedras, utilizadas em estabilização de taludes, obras hidráulicas e viárias) e o refazimento das cabeceiras da ponte. Para isso, seria necessário priorizar os investimentos no local, já que inúmeras outras demandas aguardam soluções em diferentes pontos da cidade. Além disso, as intervenções só poderiam ser iniciadas depois do período de chuvas, já que o volume das águas impede o trânsito de máquinas e operários no leito do córrego.
Mobilizar e pressionar
Garantindo a atenção de seu mandato às demandas da Região Oeste e o empenho na solução de problemas apontados pelos moradores, Irlan Melo mencionou a obtenção de recursos e a resolução de outros problemas reclamados, conquistados por meio da mobilização das comunidades afetadas e de sua intervenção junto à Prefeitura, incluindo a duplicação de uma outra ponte que passa sobre o mesmo córrego, que hoje permite a passagem de veículos e pedestres. Os moradores da Rua das Espatódias, no entanto, declararam a preferência por uma passarela de uso exclusivo de pedestres, já que o grande número de motocicletas que circulam na região poderia trazer riscos à segurança das pessoas.
Comprometendo-se a acionar o secretário de Obras e Infraestrutura, cuja pasta comanda as ações da Sudecap, e também a Defesa Civil, o parlamentar sugeriu aos presentes que mobilizem os demais moradores dos bairros Marajó e Havaí e organizem um abaixo-assinado, reforçando as reivindicações junto ao prefeito Alexandre Kalil, a quem cabem as decisões políticas referentes ao atendimento de demandas e à aplicação dos recursos do Município. “É preciso correr atrás”, incentivou Irlan. Admitindo a impossibilidade de prometer a resolução imediata dos problemas verificados, ele anunciou que irá solicitar a maior urgência possível aos órgãos responsáveis, diretamente e por meio da Comissão de Transporte e Sistema Viário.
Ao representante da Coordenadoria de Atendimento Regional Oeste, Leonardo Melo, o vereador solicitou a fiscalização do descarte irregular denunciado pelos moradores e a remoção do lixo e entulho acumulados no córrego, que também serão formalizadas em requerimento específico.
Superintendência de Comunicação Institucional