Risco de falta de água e anúncio de obras na cidade repercutem entre vereadores
Importância da CPI das Barragens foi reforçada. Investimentos anunciados pelo prefeito foram classificados de "manobra política"

Os vereadores Irlan Melo (PL), Pedro Bueno (Pode) e Bella Gonçalves (Psol) utilizaram o microfone durante a reunião plenária desta sexta-feira (2/8) para reforçarem tanto suas preocupações quanto a real possibilidade da falta de água em BH, como também para destacar a relevância dos resultados que vêm sido obtidos pelos trabalhos conduzidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) das Barragens. Mateus Simões (Novo) e Gabriel (PHS) criticaram a suposta intenção eleitoral do anúncio feito pelo chefe do Executivo de investimento de R$ 2 milhões em obras na cidade.
O vereador Irlan Melo destacou que na última oitiva realizada no âmbito da CPI, a Vale enviou representantes para prestarem esclarecimentos e que, no entanto, diversos questionamentos feitos pelos parlamentares ficaram sem respostas, como questões ligadas a investimentos em segurança e mídia, além de detalhes sobre o plano de contingenciamento. “Conseguimos compartilhar documentos (da CPI) do Senado e tivemos acesso a um registro que dizia que cada gerente de mina podia gastar R$ 40 milhões como quisesse. Perguntei quanto foi gasto em segurança, sabe qual a resposta: não sei”, explicou o vereador que lembrou outras questões que ficaram igualmente sem resposta, como os montantes investidos em publicidade, o monitoramento dos pesômetros e o plano de contingenciamento para BH.
Na sequência, o vereador Pedro Bueno lembrou que outras barragens estão ainda em elevado risco de rompimento, e que isso pode afetar todo sistema de abastecimento da cidade. “Forquilha I e III, e B1 e B4 estão para a qualquer momento causar a maior tragédia ambiental. De afetar vida de pessoas, do mar de lama engolir dois bairros de BH; e ter nosso Rio das Velhas afetado e a captação de 80% da água de BH afetada”, declarou o vereador. A vereadora Bella Gonçalves ressaltou que algumas conclusões já estão sendo feitas. “BH pode enfrentar falta de água entre março e setembro do ano que vem; a Vale pretende entregar um novo abastecimento para a cidade depois do período que a Copasa diz que pode fatlar água; e já está faltando água em Brumadinho e em diversas outras cidades, a calamidade hídrica já chegou na Região Metropolitana”, afirmou.
Investimentos em obras
Ainda durante a reunião, os vereadores Mateus Simões e Gabriel utilizaram o microfone para repercutir entrevista dada pelo prefeito Alexandre Kalil em que anuncia o investimento de R$ 2 milhões em obras, até o fim do seu mandato. Simões considerou se tratar de uma "manobra política", uma vez que desde o início da sua gestão o prefeito não realizou nenhuma obra de infraestrutura. “Como pode parecer normal numa cidade do tamanho de Belo Horizonte, que um prefeito passe dois anos e meio sem investir nada em infraestrutura, fazendo caixa para a sua eleição”, afirmou o vereador. Gabriel lembrou que a decisão do prefeito se assemelha à de determinados políticos que antes ele (prefeito), dizia rejeitar. “Como prefeito, resolveu fazer exatamente como vários outros fizeram em outros tempos: guardar o caixa municipal, encher os cofres, para despejar o recurso na porta da eleição” argumentou.
Diante dos apontamentos feitos em relação ao Executivo, o vereador Elvis Côrtes (PHS) lembrou que a Prefeitura tem priorizado os mais pobres e que os trabalhos do município têm avançado, citando o Hospital do Barreiro e o asfaltamento de ruas em toda a cidade.
Por volta das 15h30 foi pedida a verificação de quórum e não houve presenças suficientes para a continuação dos trabalhos.
Assista ao vídeo da reunião nha íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional