Resultados do SUS na prevenção e combate à Covid-19 são considerados positivos
Secretário destacou as ações precoces e adequadas para o enfrentamento da doença, que colocam BH entre as cidades menos afetadas
Foto: William Delfino/CMBH
Resposta rápida, planejamento eficiente das ações e monitoramento diário da evolução da pandemia, a ampliação e o reforço dos recursos materiais e humanos do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo o secretário municipal de Saúde, foram os fatores que mais contribuíram para o baixo número de casos graves e de óbitos em BH, que situam a Capital entre as cidades mais bem sucedidas no controle da pandemia. Os investimentos e medidas voltados à prevenção e combate ao vírus foram apresentados nesta quarta-feira (27/5) na Comissão de Saúde e Saneamento, durante a prestação de contas quadrimestral do SUS. O número de unidades, equipamentos, profissionais de saúde, equipes de atenção básica e pessoas atendidas pela rede pública também foram informados no relatório.
As ações realizadas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) do município nos primeiros quatro meses do ano, os resultados obtidos e os números referentes à estrutura física, pessoal, atividades e atendimentos realizados em comparação com o mesmo período de 2019 foram apresentados pelo secretário municipal de Saúde, Jackson Machado Pinto, que participou remotamente da reunião. O gestor do SUS informou que, de janeiro a abril, foram empenhados R$ 1,776 bilhões no setor, ou seja, 33% do investimento municipal, com despesa liquidada de R$ 1,016 bilhão (apenas R$ 400 milhões a menos do que foi gasto pelo governo estadual com todos os demais municípios de Minas Gerais).
O secretário comentou que Belo Horizonte, onde 52% da população depende do SUS, é a única cidade brasileira com população acima de 1,5 milhão em que a rede de atenção básica atinge 100% de cobertura e as 588 equipes de Saúde da Família atendem 80,5% dos usuários. O SUS-BH possui atualmente 152 centros de saúde, nove UPAs, dois hospitais próprios e 23 contratados, 34 unidades especializadas, 17 unidades de saúde mental, 11 de vigilância sanitária e 28 ambulâncias do SAMU, além de academias da cidade e centros de convivência, com um total de 20,3 mil colaboradores. Até 30 de abril, foram contratados 855 profissionais para recompor e incrementar as equipes (segundo ele, esse número quase dobrou no mês de maio, totalizando 1.753 novos contratados).
Jackson observou que a redução do número de consultas, visitas, internações e cirurgias eletivas em relação ao mesmo período de ano passado foi causada pela pandemia, demonstrando a compreensão da população sobre a priorização da Covid-19 e a necessidade do isolamento social. O fornecimento de medicamentos nas unidades de saúde, por sua vez, cresceu significativamente. A rede dispõe hoje de 5.876 leitos, três vezes mais que em 2019.
Enfrentamento da Covid-19
O secretário elogiou a resposta precoce de BH à pandemia, com o planejamento de ações e treinamento de equipes desde o início de fevereiro, preparando a cidade para atender as demandas surgidas com a chegada do vírus. Após o registro do primeiro caso, foi criado um comitê com a participação de infectologistas para definir medidas como o isolamento social e acompanhar os resultados. A maior parte das ações foram voltadas à proteção dos profissionais de saúde e tratamento dos casos confirmados, como a ampliação da estrutura física da rede e da oferta de leitos, contratação e capacitação de pessoal e aquisição de insumos e equipamentos. Parceria com a Unimed possibilitou a criação de ferramentas virtuais de atendimento e orientação de cidadãos e profissionais de saúde e monitoramento da situação, com números atualizados em tempo real sobre os casos, disponibilidade e ocupação de leitos, por exemplo. As duas unidades especializadas (Cecovid) instaladas nas Regiões Centro-Sul e Venda Nova realizaram quase três mil atendimentos até o dia 30 de abril.
Todos os 1.779 profissionais de saúde que atuam na linha de frente foram examinados e apenas 81 deles (4,5%) testaram positivo. Segundo Jackson, o baixo número de infectados demonstra a qualidade e o uso correto dos equipamentos de proteção. Os índices de transmissão do vírus e de ocupação de leitos de UTI e de enfermaria estão bem abaixo das demais cidades do estado e do país, permitindo a flexibilização do isolamento e a reabertura das atividades econômicas. A possível subnotificação de casos apontada em pesquisas não se reflete na ocupação de leitos e número de óbitos na cidade, já que o número de enterros nos cemitérios públicos da capital em abril foi menor que em março.
Segmentos vulneráveis
De acordo com o secretário, a pandemia ainda não atingiu os segmentos mais vulneráveis da população, como os moradores de rua e habitantes de vilas, favelas e ocupações, mas a perspectiva da ocorrência de casos nesses locais é motivo de preocupação, devido às condições de insalubridade e à dificuldade de manter o distanciamento social. Para prevenir o contágio e a disseminação do vírus, a Prefeitura criou espaços de acolhimento temporário e mobilizou equipes de saúde e assistência social para o acompanhamento, orientação e proteção dessas pessoas.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional