TORCIDAS ORGANIZADAS

Em debate formas de combater a violência entre torcedores de futebol

Em debate formas de combater a violência entre torcedores de futebolCadastramento de torcedores e campanhas de conscientização pela paz nos estádios foram alternativas sugeridas por vereadores, em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, dia 5 de abril. Os parlamentares também cogitaram uma ação judicial contra sites e jogos virtuais que incitariam a violência entre torcedores. O debate reuniu representantes dos principais clubes mineiros, líderes de torcidas, Polícia Civil e Prefeitura.

“O medo da violência tem afastado torcedores dos campos”, constatou o vereador Daniel Nepomuceno (PSB) ao falar de crimes envolvendo torcidas rivais da capital. A audiência pública foi solicitada por ele depois do assassinato de um torcedor do Cruzeiro por atleticanos, no final do ano passado, na Avenida Nossa Senhora do Carmo, próximo à Savassi.

O parlamentar defende a volta das famílias aos estádios e a convivência pacífica entre torcedores de diferentes times. Nepomuceno acredita no cadastramento dos torcedores como estratégia para facilitar a prevenção, fiscalização e punição dos envolvidos em ocorrências policiais. “Futebol não é arena de briga e de morte”, afirmou.

De acordo com o delegado titular da Delegacia Especializada de Repressão a Organizações Criminosas, Márcio Simões Maback, dentro das torcidas organizadas existem pessoas que utilizam os clubes para cometer crimes. Tanto a Polícia Civil, quanto os líderes das maiores torcidas organizadas do Estado, Galoucura e Máfia Azul, apoiaram o cadastramento dos torcedores.

Mensagens nos telões

Para a vereadora Neusinha Santos (PT), vice-presidente da comissão, o combate a essa violência passa também por campanhas educativas que envolvam torcidas organizadas, dirigentes de clubes e até mesmo jogadores. Ela sugeriu a veiculação de mensagens de paz nos telões durante os jogos e em panfletos na entrada dos estádios. A vereadora vai estudar a possibilidade de apresentar um projeto de lei torando obrigatória a divulgação de campanhas contra a violência nos painéis dos estádios.

Representantes dos principais clubes mineiros são a favor das campanhas. “Diretores e jogadores se vêem como colegas, nosso sonho é que entre os torcedores também possa ser assim”, afirmou Paulo Xavier, do Cruzeiro. Para o representante do Atlético Mineiro, Marcelo Machado, a violência dentro dos estádios tem diminuído, apesar das ocorrências no entorno e no transporte de torcedores.

Assista ao vídeo da reunião

O secretário municipal adjunto de Esportes, Fernando Marcos Sampaio Blaser, defendeu ações da polícia e educação nas escolas para estimular a convivência pacífica entre as torcidas. Ele citou o exemplo bem sucedido da Alemanha, que aprovou uma lei que obriga torcedores brigões a prestar serviços sociais durante os jogos. 

Além de criticar medidas como a proibição de bandeiras nos estádios e do uso de camisas de times em locais de grande aglomeração, a presidente da comissão, Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB) prometeu acionar a Justiça para suspender sites e jogos virtuais que incitariam a violência entre os torcedores. 

Superintendência de Comunicação Institucional