DISTÚRBIO DO SANGUE

Câmara será iluminada de vermelho para marcar o Dia Mundial da Hemofilia

Medida visa sensibilizar a sociedade sobre sintomas e tratamento da doença, caracterizada pela falta de componentes do sangue

segunda-feira, 15 Abril, 2024 - 17:15

Foto: Agência Brasil/EBC

Sangramentos frequentes sem motivo aparente e que apresentam dificuldade na cicatrização e presença de manchas roxas pelo corpo sem ter havido uma pancada são os principais sintomas da hemofilia, um distúrbio do sangue que compromete a coagulação. Para chamar atenção da população sobre a doença e reforçar o diagnóstico precoce e o tratamento adequado para a manutenção da qualidade de vida, a Câmara Municipal de Belo Horizonte terá sua fachada iluminada de vermelho no dia 17 de abril, Dia Mundial da Hemofilia. Monumentos como o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, e prédios públicos como o Congresso Nacional (DF) também iluminam-se de vermelho, em adesão às ações de mobilização. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil possui a quarta maior população de hemofílicos, com cerca de 13 mil pessoas. Celebrada desde 1989 em homenagem ao nascimento de Frank Schnabel, fundador da World Federation of Hemophilia (WFH), a data visa difundir informações sobre a doença, que acomete homens, em sua maioria, e outras desordens hemorrágicas hereditárias para a sociedade em geral.  
 
O servidor da Câmara de BH Milton Ferreira, chefe da Seção de Formação de Cidadania da Escola do Legislativo, pessoa com hemofilia e representante de Associação Brasileira de Pessoas com Hemofilia (Abraphem), disse que essa doença é, muitas vezes, desconhecida no sistema de saúde de maneira geral. “As pessoas não conhecem a origem da doença e os tratamentos disponíveis. Quando estamos fora da Rede Hemominas, que atende pessoas com a doença, os médicos desconhecem o manejo da doença e muitas vezes se recusam a nos atender”, afirmou. Ferreira conta que sua família descobriu que ele tinha hemofilia aos quatro meses de idade e, embora os tratamentos na época fossem ineficientes, o diagnóstico foi fundamental para a busca de uma abordagem adequada. “Hoje os tratamentos melhoraram muito. As pessoas com hemofilia tomam os medicamentos oferecidos pelo SUS em casa”, contou.
 
Tipos, tratamento e sintomas
 
De acordo com o Ministério da Saúde, os dois tipos de hemofilia existentes estão relacionados à deficiência de dois fatores de coagulação do sangue: a do tipo A ocorre pela deficiência do fator VIII; e a do tipo B pela deficiência do fator IX. O tratamento da hemofilia consiste na reposição do fator anti-hemofílico que falta para cada tipo da doença e é feito quase exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que também oferece tratamento preventivo às complicações da doença. 
 
A presença de um dos fatores coagulantes determina a gravidade da doença: se a doença é grave, a presença do fator é menor que 1%, se é moderada, de 1% a 5%, e se é leve, acima de 5%.  Em casos de hemofilia leve, a enfermidade pode passar despercebida até a idade adulta e o sangramento pode ocorrer em situações como cirurgias, extração de dentes e traumas. Nos casos graves e moderados, há repetições espontâneas de sangramentos, podendo ser imperceptíveis, quanto internos, ou aparecerem em forma de manchas roxas logo no primeiro ano de vida, quando a criança começa a andar. 
 
Uma vez que os casos moderados a graves podem acarretar hemorragias não visíveis, é importante que os pais procurem assistência médica se o filho apresentar manchas roxas quando bater nas grades do berço ou sangramentos frequentes e desproporcionais às pancadas que o geraram. Episódios de sangramento podem provocar lesões musculares e articulares; por isso é importante buscar assistência médica o mais rápido possível. Quanto mais precoce for o início do tratamento, menores serão as sequelas deixadas pelos sangramentos.
 
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