Vereador critica abandono do patrimônio público
Durante reunião plenária realizada no dia 4 de agosto, o vereador Reinaldo Lima (PV) falou sobre as péssimas condições de conservação do Cemitério do Bonfim e a necessidade de urgentes melhorias.

Durante reunião plenária realizada no dia 4 de agosto, o vereador Reinaldo Lima (PV) falou sobre as péssimas condições de conservação do Cemitério do Bonfim e a necessidade de urgentes melhorias. O vereador apresentou à Câmara Municipal uma indicação pedindo ao prefeito Márcio Lacerda que promova a recuperação da necrópole mais antiga da cidade. A indicação aguarda apreciação do Plenário para seguir para a Prefeitura.
“Recentemente estive no velório do Cemitério do Bonfim e fiquei impressionado com as condições do local”, conta Reinaldo. Segundo o vereador, não há sinalização adequada para acesso aos velórios, administração e demais dependências. As vias de acesso aos jazigos estão esburacadas e sujas. Os jardins estão mal cuidados e as paredes estão descascando, com infiltrações e mofo.
Reinaldo ainda observou a falta de higiene na lanchonete: “tinha muita sujeira no balcão, inclusive foi possível ver, no acesso, várias baratas”. O vereador ainda comentou o despreparo despreparo dos funcionários para dar informações, além do “sistema arcaico” do banco de dados, com fichas amareladas. “Falta informatização para o local”.
“O Bonfim faz parte da história de Belo Horizonte e expressa valores culturais e religiosos de nossa sociedade no sepultamento de seus entes queridos. Algo precisa ser feito e urgente”, comentou Reinaldo Lima.
Previsão de reforma
A Fundação de Parques Municipais (FPM), responsável pela administração das necrópoles da cidade, esclareceu que o Cemitério do Bonfim passa periodicamente por limpeza e manutenção, e busca constantemente solucionar todos os problemas encontrados.
A boa notícia é que, segundo a FPM, até 2012 o cemitério deverá passar por uma reforma geral. Estudos e levantamentos já estão sendo realizados para melhorar os equipamentos físicos e o conforto oferecido à população.
A Fundação também informou que existe um termo de cooperação cultural entre a Fundação Municipal de Cultura, a Associação dos Amigos do Museu Histórico Abílio Barreto e a FPM para a realização conjunta do projeto “Interpretação Histórico-Artística do Cemitério do Bonfim em Belo Horizonte”, que, entre outros objetivos, busca a conservação e a valorização do patrimônio arquitetônico do cemitério.
Patrimônio ameaçado
A história do Bonfim, primeiro e mais tradicional cemitério de Belo Horizonte, se confunde com a da cidade. Sua inauguração precede a da capital por alguns meses, no ano de 1897.
Projetado e construído sob supervisão da Comissão Construtora da Nova Capital, o cemitério é hoje fonte de pesquisa de vários profissionais devido a seu acervo histórico, caracterizado por esculturas decorativas de túmulos e mausoléus, muitas destas de autoria de escultores italianos que vieram para o Brasil em fins do século XIX.
Em todo o cemitério pode-se observar obras de arte de estilos diversos, desde a Belle Èpoque, o Art Deco, ao modernismo brasileiro. O antigo Necrotério do Bonfim foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (Iepha) em 1977. Em uma área de 160 mil metros quadrados, o Cemitério do Bonfim conta com nove velórios e mais de 17 mil sepulturas.
Figuras ilustres da sociedade mineira foram enterradas no Bonfim. Um dos mausoléus mais suntuosos do cemitério, o túmulo do político Raul Soares atrai o olhar dos visitantes. O altar em bronze e granito foi esculpido pelo italiano Ettore Ximenes, e inaugurado em 1926, dois anos depois da morte de Raul Soares.
Responsável pela informação: Superintendência de Comunicação Institucional.