Com ameaça de redução de leitos, vereadores visitam Odilon Behrens

Em razão da divulgação de notícias de que haveria o fechamento de leitos no Hospital Odilon Behrens (HOB), a Comissão de Saúde e Saneamento da Câmara Municipal de Belo Horizonte visitou, na manhã desta sexta-feira (11/9), a unidade de pronto atendimento Noroeste II, anexa ao hospital. Segundo a superintendência do HOB, a UPA pretende ampliar não somente a área física, mas o número de atendimentos, a qualidade e a segurança na assistência à população. Profissionais da saúde e representantes do Sindibel temem a perda de leitos e o comprometimento do atendimento.

O membro da comissão de profissionais do Hospital Odilon Behrens, Leonardo Paixão, manifestou a preocupação dos profissionais da saúde quanto à transferência intempestiva de serviços e atendimentos entre as unidades e à perda de leitos. “A mudança vem gerando confusão, pouco benefício e muita exposição de risco aos pacientes”, avaliou. Conselhos, sindicatos, Defensoria Pública e respectivos profissionais da área de saúde vêm acompanhando todo o processo.

O Sindibel espera mais clareza quanto à qualidade do atendimento, segurança dos trabalhadores, número e transferência de profissionais. Segundo o presidente do Sindibel, Israel Aimard, mesmo sendo informados de que a UPA Noroeste II será um anexo do hospital, que os profissionais continuarão a atender na UPA e que haverá um aumento do número de leitos, ainda há dúvidas quanto à qualidade no atendimento, considerando que a complexidade de leitos do Hospital Odilon Behrens está sendo transferida para a nova unidade.

Ampliação da assistência

Segundo a superintendente do Hospital Odilon Behrens, Paula Martins, essa é uma discussão de um grupo de profissionais do hospital que não representa toda a categoria, levantando um risco de diminuição de leitos, que não existe. “Esse anexo, nova unidade de atendimento no nosso complexo, nos permite ampliar a assistência à população, não somente quanto à área física, mas quanto à qualidade e à segurança”, informou. Atendendo, atualmente, 400 pacientes por dia, o Hospital Odilon Behrens pretende elevar esse número para 700. A nova unidade contará, ainda, com oito consultórios, 22 leitos de semi internação e oito na sala de emergência.

Pontos observados 

De acordo com o vereador Gilson Reis (PCdoB), a comissão foi informada, primeiramente, de que a UPA é uma extensão do Hospital Odilon Behrens, mas, ao contrário do esperado, não atenderá à demanda. Reis também tem dúvidas quanto à qualidade do atendimento e sobre o número de profissionais, no que se refere à contratação de novos médicos especializados em urgência e emergência.

De acordo com o vereador Dr. Nilton (Pros), a visita foi importante para se constatar a situação real do prédio e para conhecer a proposta .“A UPA que será aberta permanecerá com o seu atendimento, com a vantagem de estar ao lado de um hospital, oferecendo, assim, condições de ampliar o atendimento a pacientes graves, possibilitando, ainda, a ampliação dos serviços e do atendimento, com a contratação de novos profissionais”, avaliou.

O vereador Bim da Ambulância (PSDB), que solicitou a visita, salientou a preocupação da comissão com o futuro de profissionais e usuários. Para ele, a visita técnica mostrou como será o espaço físico e a referência da urgência e emergência do Odilon Behrens, que será transferida, em parte, para a UPA. “É uma instalação ampla, que comporta as demandas registradas. Quanto aos profissionais, a nossa preocupação é quanto à sua realocação, pois a população não pode sofrer com a ausência de médicos”, completou.

Para o vereador Márcio Almeida (PRP), a mudança visa a melhoria da qualidade do atendimento e do trabalho dos profissionais da área da saúde. “É preciso ampliar o diálogo com os profissionais, mas foi eleito um conselho local dentro do próprio hospital, formado por trabalhadores e gestores, um conselho distrital e um conselho municipal, que vêm discutindo essas questões com a superintendência do hospital”, destacou Almeida.

No dia 22/9, a Comissão de Saúde e Saneamento realizará audiência pública, às 19h30, no Plenário Camil Caram, que dará continuidade à discussão do tema.

Superintendência de Comunicação Institucional