MULHERES NA POLÍTICA

Mulheres marcam presença no Legislativo e no Executivo

Mulheres marcam presença no Legislativo e no Executivo Uma gradativa mudança de mentalidade vem se processando na sociedade brasileira, ao longo das últimas décadas, contribuindo para a transformação da condição social das mulheres. A representação feminina na política, embora ainda bastante desigual, tem sentido os reflexos dessas mudanças.
quinta-feira, 21 Janeiro, 2010 - 22:00
Mulheres marcam presença no Legislativo e no Executivo Uma gradativa mudança de mentalidade vem se processando na sociedade brasileira, ao longo das últimas décadas, contribuindo para a transformação da condição social das mulheres. A representação feminina na política, embora ainda bastante desigual, tem sentido os reflexos dessas mudanças. Hoje, entre os 41 vereadores da Câmara Municipal de Belo Horizonte, figuram cinco mulheres: as vereadoras Elaine Matozinhos (PTB), Maria Lúcia Scarpelli (PC do B), Pricila Teixeira (PTB), Neusinha Santos (PT) e Luzia Ferreira (PPS), que é a primeira mulher a presidir a Casa.

A maior participação da mulher na política, na ocupação de cadeiras nos legislativos municipal, estadual e federal, bem como em cargos executivos, nas diferentes esferas, é lenta, mas visível. No âmbito do Poder Executivo nacional, por exemplo, o Brasil está prestes a vivenciar uma situação inédita: duas mulheres deverão disputar o cargo de presidente da República, nas eleições deste ano: a ministra chefe da Casa Civil, Dilma Roussef (PT), e a ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (PV).

Histórico

A presença feminina nos altos escalões dos poderes é recente, na história do país, já que há apenas 78 anos as mulheres iniciaram sua participação na política brasileira, com a conquista, em 1932, durante o governo Getúlio Vargas, do direito de votar e de se candidatar a cargos políticos.
 
O código eleitoral da época, porém, só dava direito a voto às mulheres casadas, mediante autorização do marido, e às viúvas e solteiras, desde que pudessem comprovar que possuíam renda própria. A partir de 1934, com o fim das restrições, as mulheres passaram a exercer o pleno exercício do voto. O voto feminino, no entanto, não era obrigatório, o que só ocorreu em 1946.

Pioneiras

Em 1933, a doutora Carlota Pereira de Queirós foi uma precursora, ao conseguir se eleger como a primeira deputada federal brasileira. Em 1979, foi a vez de Euníce Michiles revelar seu pioneirismo, ao se tornar a primeira senadora do país. Aos poucos, as mulheres foram quebrando outros paradigmas. Entre agosto de 1982 e março de 1985, o Brasil finalmente teve a primeira mulher ministra: Esther de Figueiredo Ferraz, que ocupou a pasta da Educação e Cultura. Poucos anos depois, mais precisamente em 1989, o país assistiu, pela primeira vez, à candidatura de uma mulher para a presidência da República: Maria Pio de Abreu, do PN (Partido Nacional), e, em 1995, o país pôde celebrar o fato de uma brasileira se tornar a primeira governadora, na história do Brasil, quando Roseana Sarney elegeu-se para governar o Maranhão.

Minas Gerais

Em Minas Gerais, na história da mulher na política, destaca-se o nome de Marta Nair Monteiro, a primeira a se eleger deputada estadual pelo estado, em 1962. Professora primária, Marta destacou-se como ativista política e de movimentos sociais ligados à educação. Sua trajetória foi marcada pelo fato de ela ter liderado, em 1959, a primeira greve de professoras no Brasil, com objetivo de obter melhoria salarial para a categoria. Mais tarde, ela foi vereadora em Belo Horizonte (de 1995 a 1996). Marta faleceu em 22 de janeiro de 2004, aos 90 anos de idade.

Belo Horizonte

Na capital mineira, coube a outra professora, Alaíde Lisboa, o mérito de ter sido a primeira vereadora de Belo Horizonte, em 1950. Natural de Lambari, onde passou a infância e a adolescência, Alaíde lecionou Didática Geral e Especial na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), tendo sido, também, diretora do Colégio de Aplicação da universidade e vice-diretora da Faculdade de Educação (FAE), onde organizou o mestrado na área. Também atuou como professora da Faculdade de Medicina, dedicando-se à disciplina Metodologia do Ensino Superior.
Alaíde acreditava na possibilidade do sonho como a principal meta do ser humano. "O que seria de nós se não sonhássemos um pouco? Ou melhor: que seria do mundo se os homens não sonhassem?", escreveu em uma de suas obras.

Autora de clássicos infantis como “A Bonequinha Preta” e “O Bonequinho Doce”, obras lidas por diversas gerações de crianças brasileiras, Alaíde nunca cogitou a hipótese de entregar sua vida aos afazeres domésticos. “A mulher exclusivamente absorvida pelos cuidados materiais da casa, a mulher alheia às mutações sociais e políticas cedo perde o contato com a geração que se forma dentro da própria casa”.

Alaíde faleceu no dia 4 de novembro de 2006. Seu nome foi dado à Central de Atendimento ao Cidadão (CAC) da Câmara Municipal de Belo Horizonte, inaugurada em dezembro de 2006.

Informações na Superintendência de Comunicação Institucional (3555-1105/1445).