Atraso nas obras do Anel revoltam parlamentares

O Departamento Nacional de Infraestrutura e Transportes (Dnit) anulou, nesta quinta-feira, 19 de agosto, o edital de revitalização do Anel Rodoviário de BH, que aumentará a capacidade e, especialmente, a segurança da via. Os vereadores Adriano Ventura (PT) e Paulinho Motorista (PSL) mostraram-se indignados com o adiamento das obras e esperam que o problema seja tratado com a urgência necessária, “evitando a perda de mais vidas”.
Comprovaram-se, nos dois casos, a ocorrência de valores superestimados num total de R$42 milhões nos custos previstos, em vez dos R$317 milhões apontados pelo TCU. De acordo com a assessoria de imprensa da autarquia, terá de ser feito um novo planejamento antes da publicação de novo edital para a execução das obras.
O vereador Adriano Ventura afirmou ter sido “pego de surpresa” pela anulação do processo. A seu ver, não há defeitos no projeto elaborado pela Fiemg – Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais; os dois problemas detectados pelo Tribunal de Contas referem-se à composição de custos, não havendo necessidade de um novo projeto. “Na próxima semana irei a Brasília, juntamente com o vice-prefeito Roberto Carvalho”, informou Ventura. “Vamos ao Dnit, ao Ministério Público, ao Palácio, aonde for preciso, para que a solução seja dada o mais rápido possível”.
Para o vereador, “é bom que esses problemas venham à tona, para que possam ser corrigidos, mas não podemos perder tanto tempo com uma nova licitação”. Ele reconhece que existe, sim, a preocupação com a Copa do Mundo, já que se espera que o Anel atenda à maior demanda de tráfego com conforto e segurança. Porém, a urgência na realização das obras decorre principalmente do alto índice de acidentes na via, que há tempos vem registrando números alarmantes de mortos e feridos.
De acordo com a Polícia Militar Rodoviária, apenas de janeiro a junho deste ano foram registrados 1290 acidentes na rodovia, com 568 feridos e 20 mortos. O registro de vítimas fatais aumentou 42% em relação ao mesmo período de 2009.
Mobilização popular
A indignação também foi o tom da fala de Paulinho Motorista, que conhece bem o problema por residir bem próximo ao Anel e também por sua longa experiência como motorista de ônibus e carretas. “O Anel deveria ser fechado imediatamente”, afirmou.
Segundo Motorista, só com o fechamento seria possível pressionar o Governo para solucionar definitivamente os problemas da via. “Não podemos mais permitir tantas perdas de vidas naquele local. Se o prejuízo for sentido no bolso, aí sim o Governo vai ter que se virar nos trinta”, acredita.
Para o parlamentar, pressionar o poder público pelos caminhos costumeiros, no âmbito da atuação no Legislativo Municipal, não tem sido suficiente: “A gente encaminha, solicita, é papel pra lá, protocolo pra cá, e nada acontece”, lamenta.
“Às vezes as coisas só funcionam na marra”, afirma. Para ele, será preciso atuar na qualidade de cidadão, mobilizando a população para exigir uma solução imediata. “Temos que colocar barreiras impedindo o trânsito do bairro Betânia para cima, para que não passe mais nem bicicleta”, defendeu.
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