Vereadores discutem propostas para o carnaval de BH

Hugo Thomé (PMN), Leonardo Mattos (PV) e Léo Burguês (PSDB), integrantes da Frente Parlamentar em Defesa do Carnaval, participaram do programa Chamada Geral, da Rádio Itatiaia, veiculado no dia 6 de novembro, para discutir propostas para o carnaval da capital mineira. Entre elas estão a antecipação da data, a transferência dos desfiles para a área central e a realização de eventos culturais e religiosos. Os parlamentares se comprometeram a retornar ao programa do dia 12 de dezembro para informar sobre a evolução das negociações com a Prefeitura.

Hugo Thomé, fundador e coordenador da Frente e presidente de honra da escola de samba Chame Chame, atual campeã de BH, afirmou que o mais importante é profissionalizar o carnaval de rua e realizar um grande desfile, independente de local ou data.

Para ele, o carnaval de BH só precisa de uma oportunidade verdadeira, com recursos, estrutura e divulgação pela imprensa, além do apoio da população. “Os moradores do entorno devem entender que 2, 3 dias de incômodo não justificam a perda deste grande evento para a cidade”, acredita.

O retorno dos desfiles para a área central é uma antiga reivindicação das agremiações carnavalescas da capital. “Se não for no Centro, muitas escolas não irão desfilar em 2011”, informou Thomé. A proposta de transferência do evento para o Boulevard Arrudas, em frente à Praça da Estação, já foi encaminhada à Prefeitura e conta com o apoio dos vereadores. Todos concordam que o acesso da população de todas as partes do Município seria facilitada pela localização central e maior oferta de ônibus, táxis e metrô.

Leonardo Mattos sugeriu a criação de um sambódromo na cidade e destacou que o carnaval de rua beneficia as comunidades ao gerar empregos, lazer e socialização, e elogiou a utilização do trabalho de detentas da Capital na produção das fantasias pela Chame Chame. No entanto, para ele, o evento não deve se restringir aos desfiles. “Precisamos encontrar nosso próprio caminho, pensar um carnaval mais amplo, alternativo”.

Cultura e religião

Léo Burguês, experiente promotor de eventos e vice-presidente da agremiação Canto da Alvorada, defende a antecipação do carnaval em BH, que teria maior visibilidade. “Nosso carnaval não vai se desenvolver concorrendo com os que estão anos-luz à nossa frente como os do Rio, Salvador, Recife e São Paulo”, acredita.

O vereador informou em primeira mão que há um ano vem trabalhando junto a um dos maiores promotores de eventos do Brasil, Nilson Farias, para produzir o Carnaval Cultural na cidade já em 2011. “Nilson ouviu nossa conversa na Rádio Itatiaia no início deste ano e comprou a ideia”. O projeto prevê a realização, duas semanas antes do carnaval, de vários eventos como óperas e shows de pop rock. Para isto, uma verba de R$13 milhões já foi aprovada junto ao Ministério do Turismo.

Como parte da proposta, na data oficial será realizado no Expominas o Carnaval Cristão, voltado aos evangélicos, que utilizarão o local para retiros espirituais e shows de música Gospel. As iniciativas contam com o apoio da Federação do Comércio, que também será beneficiado.

Verbas

Segundo Hugo Thomé, a Prefeitura não definiu até agora se irá liberar dinheiro para os desfiles do ano que vem, e não há previsão no orçamento do Município. “No ano passado foi apenas R$1 milhão para a cidade toda: estrutura, regionais, bandas populares, escolas e blocos. Sobrevivemos graças à verba estadual, que foi obtida por nós, vereadores”, informou. Leo Burguês garantiu que, da verba obtida junto ao Governo Federal, serão destinados R$100 mil para cada escola e R$ 50 mil para cada bloco da capital.

Leonardo Mattos, que já foi deputado federal, disse que as agremiações precisam ser as gestoras do carnaval, administrando a realização do evento. “Dessa forma, ficaria mais fácil os deputados destinarem verbas a elas, pois hoje o dinheiro vai direto para o caixa da PBH”, informou.

Pacto

Os vereadores concordaram que têm uma grande responsabilidade na promoção e aperfeiçoamento do carnaval de Belo Horizonte. Para Leo Burguês, a Prefeitura tem feito sua parte a se mostrar aberta ao diálogo, cabendo aos vereadores articularem-se com as agremiações para elaborar projetos e profissionalizar o evento. Hugo Thomé defende que a infraestrutura e os horários de ônibus e metrô devem atender melhor ao público do evento.

Instados pelo apresentador do programa, Eduardo Costa, eles se comprometeram a buscar o apoio dos membros da Câmara, realizar novas reuniões com o Executivo e com os representantes das escolas e blocos em busca de soluções que sejam viáveis e benéficas para todos, e voltar ao programa no dia 12 de dezembro para apresentar os progressos alcançados. “Acredito que podemos dar uma contribuição maior”, afirmou Leonardo Mattos.

Responsável pela Informação: Superintendência de Comunicação Institucional.