Vereadores visitam obras do monotrilho em São Paulo

Em visita técnica a São Paulo na última quinta-feira (8/11), a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário da Câmara Municipal de Belo Horizonte foi recebida pela Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô) para uma explanação detalhada do projeto de implantação do monotrilho na capital paulista, visita às obras em andamento e exposição do protótipo do veículo. Representada pelos vereadores Fábio Caldeira (PSB), Silvinho Rezende (PT) e Carlúcio Gonçalves (PR), a Comissão foi conhecer de perto essa alternativa de transporte e avaliar possível adaptação da proposta na melhoria da mobilidade urbana em Belo Horizonte.

Composta por 19 membros, a comitiva oficial contou ainda com a presença do vereador Tarcísio Caixeta (PT), parlamentares e representantes dos prefeitos eleitos dos municípios de Contagem e Betim (RMBH/MG), além da sociedade civil organizada, representada por membros da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), Sociedade Mineira de Engenheiros (SME), Conselho Regional de Engenharia Arquitetura e Agronomia (Crea-MG), Clube de Dirigentes Lojistas (CDL-BH), Associação de ex-alunos da Escola de Engenharia da UFMG e do curso de engenharia da Universidade Fumec.

Fábio Caldeira explicou que o monotrilho é uma espécie de bonde suspenso, que trafega sobre vigas instaladas nos canteiros centrais das principais avenidas, com capacidade média de 48 mil passageiros/hora (conforme protótipo projetado para São Paulo). De acordo com estudo técnico apresentado por ele, o monotrilho poderia ser implantado em um prazo mais curto que o metrô (5km/ano contra apenas 1km/ano); a um custo bastante inferior (menos de 50%, chegando a 85 milhões/km) e gerando pouco impacto no trânsito durante a implantação, uma vez que as estruturas poderiam ser instaladas durante a noite, bloqueando apenas uma faixa de rolamento em cada pista.

Comitiva visitou protótipo de monotrilho a ser implantado em São Paulo, exposto na 15ª Feira Negócios nos Trilhos 2012, destinada à exposição de equipamentos, tecnologia e infraestrutura para o setor metroferroviário

“Pelo que observamos, a opção de São Paulo pelo monotrilho foi bastante acertada”, concluiu Caldeira, destacando que esta seria a melhor solução para Belo Horizonte diante do alto custo e longo prazo de implantação do metrô. “Mas precisamos lembrar que o sistema de mobilidade não pode ser pensado isoladamente, é preciso estar sempre interligado para dar resultado”, afirmou o vereador, apontando a importância da integração entre a capital e a região metropolitana, principalmente na conurbação com Nova Lima (vetor sul).

Saiba como foi audiência pública que discutiu a mobilidade no eixo sul da Capital

“Fiquei muito bem impressionado com o projeto do monotrilho, principalmente pela mobilidade que ele permite, uma vez que é instalado a cerca de 15m de altura e não interfere no tráfego nas ruas”, elogiou Tarcísio Caixeta. “Mas temos algumas questões a serem analisadas: ele seria suficiente para a nossa demanda ou, pelo contrário, será que não ficaria ocioso, a ponto de não justificar o investimento?”, ponderou o vereador.

Na mesma perspectiva, Silvinho Rezende afirmou que “a visita foi muito positiva para conhecer melhor a proposta, mas é preciso, agora, avaliar a implantação em Belo Horizonte, principalmente em relação ao modelo de gestão”. O vereador apontou a viabilidade de parcerias público-privadas (PPPs), reconhecendo o monotrilho como uma boa alternativa ao metrô.

“Como a cidade está com dificuldades para financiar o metrô, esta seria a melhor solução em curto prazo”, afirmou Carlúcio Gonçalves, referendando a proposta do monotrilho e defendendo a alternativa para solução dos gargalos de trânsito na região Noroeste da cidade (Av. Pedro II e Bairro Glória).

Nova audiência em dezembro

De acordo com Fábio Caldeira, a Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário deverá realizar nova audiência pública para discutir a mobilidade urbana em Belo Horizonte ainda este ano. Prevista para a 1ª quinzena de dezembro, a proposta é convidar o Metrô de São Paulo para expor o projeto detalhado do monotrilho ao Executivo Municipal, municípios da Região Metropolitana e representantes da sociedade civil.

“O objetivo agora é sensibilizar a PBH, buscando conscientizá-la de que o monotrilho é uma alternativa viável e não deve ser descartada”, ressaltou Fábio Caldeira, destacando três pré-projetos já iniciados e apresentados ao Executivo: uma linha ligando o centro da Capital ao aeroporto de Confins, passando pela UFMG e pelo aeroporto da Pampulha; outra voltada para o eixo sul, Savassi – Nova Lima; e um projeto de integração metropolitana entre BH, Betim e Contagem.

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