Emendas de vereadores preveem passarela sobre BRT na Antônio Carlos
Passagem suspensa para pedestres será implantada próxima à entrada da UFMG

Emendas de vereadores garantem passarela na Antônio Carlos, em frente à UFMG / Foto: Luiz Felipe Nunes
A Avenida Antônio Carlos pode ganhar uma passarela ligando o acesso principal da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) à estação de embarque e desembarque do BRT, que está em fase final de implantação. A obra, que vai beneficiar milhares de pessoas diariamente, será possível graças às emendas apresentadas pelos vereadores petistas Arnaldo Godoy, Adriano Ventura, Juninho Paim, Pedro Patrus e Tarcísio Caixeta ao PL 864/13, sancionado no último dia 20.
De acordo com as emendas, que passaram a integrar a Lei 10718/14, a implantação da passarela será uma das contrapartidas com as quais a Cemig e a Forluz - Fundação de Seguridade Social dos funcionários da empresa de energia - terão que arcar caso levem à frente a intenção de construir uma passagem suspensa interligando suas respectivas sedes, na Avenida Barbacena.
As outras contrapartidas que constam da lei consistem na adoção dos canteiros de pistas da Avenida Barbacena, no âmbito do Programa Adote o Verde, e no pagamento de uma contraprestação financeira que será empregada em ações de requalificação do conjunto urbano da avenida.
O vereador Arnaldo Godoy, um dos autores das emendas, conta que entrou em contato com a direção da Cemig e com a Prefeitura para convencê-los da importância da construção da passarela. “Argumentamos que os alunos, professores e funcionários da UFMG precisam ter a mesma segurança na travessia que estamos concedendo aos funcionários da Cemig, ao autorizá-la a construir uma passagem suspensa entre os prédios na Avenida Barbacena”.
Reivindicação
A implantação da passarela é uma antiga reivindicação da comunidade universitária e tem o objetivo de garantir mais segurança e conforto aos usuários do sistema de transporte coletivo. O estudante de Comunicação Social da UFMG, Luiz Pacheco, que presenciou um atropelamento na pista exclusiva para ônibus, em frente à universidade, no início de 2013, acredita que a medida trará melhorias para quem transita na área. “Os sinais de trânsito próximos à entrada da universidade demoram muito para permitir a passagem do pedestre e, quando abrem, o tempo para travessia é muito curto. Além disso, em época de chuva é um terror porque não há o escoamento necessário para a água da chuva, o que faz com que os carros molhem as pessoas que ficam aglomeradas no passeio esperando o sinal de transito liberar a travessia”.
A professora do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG, Heloisa Maria Barbosa, considera importante a preocupação do poder público com a segurança do pedestre, mas salienta que para a passarela cumprir seu objetivo será necessária atenção a uma série de questões técnicas. De acordo com a especialista, uma vez concluído que a passarela é mais adequada que a passagem subterrânea ou a travessia no nível do solo, deve-se pensar em questões como o local exato de sua implantação, as condições de acessibilidade e a possível retirada do semáforo. Além disso, ela explica que deve ser analisada a possibilidade de que a travessia pelo solo seja vedada ao transeunte, de maneira a evitar que ele se arrisque em meio aos carros em situações de menor tráfego de veículos.
Comissão de Transportes e Sistema Viário
A necessidade de passarelas nas áreas onde o BRT está sendo implantado foi tema de discussão no plenário da Câmara Municipal e na Comissão de Transportes e Sistema Viário no ano de 2012. A Comissão debateu o tema com representantes da Sudecap e da BHTrans em dezembro do ano passado. Na ocasião, a Prefeitura havia informado que, das avenidas contempladas pelo BRT, apenas a Cristiano Machado teria a travessia de pedestres por meio de passarelas, uma vez que elas já haviam sido implantadas em anos anteriores pelo governo do Estado. A mudança no posicionamento da Prefeitura veio em decorrência da ação parlamentar.
De acordo com o líder do PT na Câmara Municipal, Pedro Patrus, a bancada do partido considerou insuficientes as contrapartidas a serem cumpridas pela Cemig conforme estava previsto no projeto original. “Achamos que o cuidado com os canteiros da Avenida Barbacena era muito pouco, diante disso, estudamos o que mais seria possível acrescentar e, após a definição pela passarela na Antônio Carlos, fizemos a articulação para que as emendas apresentadas fossem aceitas”, explica o vereador.
Superintendência de Comunicação institucional