RISOLETA NEVES

Comissão observou qualidade do atendimento e equilíbrio financeiro do hospital

Ameaçado de fechar as portas devido à suspensão de recursos da PBH no ano passado, hospital se reergueu devido a ações filantrópicas

quarta-feira, 14 Junho, 2017 - 17:00
Acompanhada de gestores, Comissão visita Hospital Risoleta Neves

Foto: Rafa Aguiar / CMBH

Mesmo ameaçado de fechar as portas devido à suspensão, pela prefeitura, de recursos para o orçamento de 2017, o Hospital Risoleta Neves conseguiu o equilíbrio financeiro graças a ações filantrópicas. Em visita técnica à instituição nesta quarta-feira (14/6), a Comissão de Saúde e Saneamento constatou que o hospital oferece atendimento de qualidade e condições satisfatórias de funcionamento, apesar da necessidade de ampliação de leitos e de mais segurança. Os vereadores informaram que discutirão o repasse de recursos com a prefeitura.

Na gestão do prefeito Marcio Lacerda, o orçamento previsto para 2017 sofreu um corte, passando de R$ 14,5 milhões para R$ 13 milhões. Com a mudança de governo, a Secretaria Municipal de Saúde vem repassando mensalmente ao hospital R$ 1,2 milhão, o que somaria R$ 15 milhões em um ano, somados aos recursos advindos dos governos estadual e federal. Apesar de acumular um déficit de R$ 3 milhões, a entifade conseguiu equilibrar as contas graças à filantropia.

“É válida a iniciativa dos vereadores e conselheiros de garantir que a PBH cubra o que ficou devendo ao hospital, mas devemos pensar numa possibilidade de sustentabilidade futura, para o financiamento do hospital de forma adequada e com algumas melhorias”, avaliou Henrique Torres, diretor geral do Hospital Risoleta Neves. De acordo com a presidente do Conselho Local, Maria Tereza de Oliveira, a prefeitura repassou somente R$ 1,2 milhão ao hospital, faltando, portanto, R$ 1,8 milhão. “A filantropia não veio nem do Município nem do Estado. Por isso, caso não seja feito o repasse total, faremos novas manifestações, como as duas que fizemos no ano passado”, afirmou.

Atendimentos e segurança

Com o reequilíbrio econômico, estão sendo reativados 24 leitos na clínica médica, dez na cirurgia ortopédica pediátrica e quatro na cirurgia ginecológica. Atualmente, o hospital conta com 312 leitos, que serão ampliados para 350.

No que se refere à segurança, conforme relatado, a área do hospital é bastante vulnerável, registrando-se, inclusive, a execução de um paciente em 2015. Desta forma, demandou-se, na vista, a presença ostensiva da Polícia Militar e da Guarda Municipal, a fim de garantir a segurança de pacientes e funcionários.

Fluxo e prioridade de atendimento

Conforme informou a diretora assistencial do Risoleta Neves, Mônica Costa, o hospital é público, de propriedade do Estado de Minas Gerais e descentralizado para o Município de Belo Horizonte desde 2012. Hospital geral de pronto-socorro do tipo “porta aberta”, o Risoleta Neves atende tanto a demanda referenciada, encaminhada pelo SAMU e pela Polícia Militar, quanto a demanda espontânea.

Na entrada, para se definir a prioridade de atendimento médico dos pacientes, é feito um protocolo, referendado pelo Ministério da Saúde, chamado Protocolo de Manchester, que consiste em perguntas e exames simples. No atendimento do pronto-socorro, o hospital conta com plantonistas clínicos gerais, algumas especialidades cirúrgicas (cirurgia geral, cirurgia vascular, cirurgia plástica e ortopedia) e neurologistas.  Além disso, conta com uma equipe de clínica e uma equipe de neurologia clínica e neurocirurgia. Além dos médicos, o Risoleta Neves possui, ainda, enfermeiros, técnicos de enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e fonoaudiólogos.

A partir dessa primeira avaliação, o paciente recebe um plano de cuidados, que definirá para onde ele será encaminhado. Nesse sentido, o hospital tem as linhas de cuidados clínica, cirúrgica, uma linha do cuidados do paciente mais grave e uma maternidade, para atender à demanda da região, que atende baixo, médio e alto risco. Segundo relatório da Comissão Perinatal, hoje, a maternidade do Risoleta Neves tem a menor taxa de cesáreas e o maior número de partos naturais de todos os hospitais da capital.

Pontos observados

Para o vereador Bim da Ambulância (PSDB), presidente da Comissão de Saúde e Saneamento, o déficit de R$ 1,8 milhões a ser repassado pela PBH poderia cobrir investimentos em segurança, contratação de pessoal e ampliação do número de leitos até 2018. Na oportunidade, o vereador cobrou dos gestores um demonstrativo financeiro, a fim de obter a comprovação dos recursos recebidos pelo hospital.

O vereador Cláudio da Drogaria Duarte (PMN), que requereu a visita, ressaltou, por sua vez, que foi muito gratificante verificar o bom funcionamento do hospital, que, desde a portaria até os corredores, não apresenta aglomeração de pessoas. Também elogiou o equilíbrio financeiro em que o hospital se encontra até o segundo semestre de 2018. “A instituição terá condições de oferecer os serviços necessários à população de BH, com a ampliação de leitos. Contudo, nos preocupa a questão da falta de segurança. Vamos discutir, também, com a prefeitura o repasse de recursos ao hospital”, completou.

Superintendência de Comunicação Institucional

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