Em pauta, destinação comunitária à Central de Tratamento de Resíduos Sólidos
A unidade recebeu visita parlamentar nesta quinta-feira (23/5). Proposta envolve centro de convivência, horta e lazer para a comunidade do Pindorama
Foto: Bernardo Dias/CMBH
Em seu 1,2 milhão de m², localiza-se um aterro sanitário (que não recebe mais lixo desde 2007), uma usina de reciclagem de entulho de construção, uma unidade para beneficiamento de biogás, um canteiro de mudas, uma oficina mecânica que faz manutenção dos caminhões da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), um prédio com teatro e outros espaços para a realização de atividades diversas, inclusive de educação ambiental – no momento, aguardando reforma para voltar a funcionar, e uma ampla área verde. Essa é a Central de Tratamento de Resíduos Sólidos (CTRS), localizada às margens do km 531 da Rodovia BR-040, no Bairro Filadélfia/Pindorama, visitada nesta quinta-feira (23/5) pela Comissão de Administração Pública, a pedido do vereador Carlos Henrique (PMN). Além de conhecer o espaço, o colegiado buscava alternativas para que ele seja utilizado pela comunidade para atividades de lazer, educação e cultura, dentre outras.
“Queremos conhecer esse espaço e ver o que pode ser feito para implantar um centro de convivência. A gente quer usar o espaço de baixo da Central para fazer painéis fotovoltaicos de geração de energia solar. Com isso, a prefeitura ganha recursos e a comunidade vai ganhar com teatro, área de lazer, horta comunitária, quadras, campos...”, enumerou Carlos Henrique, citando a ideia de um parque.
Segundo o chefe do Departamento de Destinação Final da Central, Pedro Heller, apesar de não receber mais resíduos, o aterro, que tem um maciço de 65m de altura e 23 milhões de m³ de lixo, é um dos maiores pontos de atenção da Central e recebe monitoramento e manutenção frequentes. Atualmente, o lixo de Belo Horizonte é enviado para o aterro de Macaúbas, em Sabará. Mas a Central recebe entulho de construção civil, enviado sem custo por empresas (em caçambas), de acordo com o gerente de Tratamento e Reciclagem de Resíduos, Fernando Augusto Muzzi Ramos. “A ideia é evitar o descarte irregular de resíduo na rua”, explicou o gestor. O material é transformado “num agregado, com várias granulometrias” (pedras, britas e areia) e muito utilizado em obras públicas, para a preparação da base de vias, preenchimento de valas e pavimentação em geral. A Copasa também compra esse agregado por preço público, para preenchimento de valas de redes de esgoto, por exemplo. Com capacidade para 200m³ (20 toneladas) de resíduos, a unidade recebe metade disso hoje.
A Central também recebe resíduos orgânicos, que vêm de parte da poda de árvores da cidade e de sacolões e restaurantes populares. São dois caminhões por dia, o que dá um montante variando entre três e cinco toneladas. O material passa por um processo de compostagem e é transformado em adubo para paisagismo, sendo utilizado principalmente pela Fundação de Parques e Zoobotânica, mas a ideia é, também, usar o composto na recuperação de áreas degradadas. Além disso, o lixo orgânico está sendo utilizado para produzir biogás. Em 2008, a PBH fez uma licitação para concessão da exploração. Uma empresa italiana ganhou a licitação e, desde então, vem gerando energia, que é vendida para a Cemig.
Energia solar
Outra ideia a ser colocada em prática em breve é a geração de energia solar, por meio de células fotovoltaicas colocadas em cima do maciço do aterro. Heller afirmou que, a partir de um plano de manejo concluído em 2018, a Prefeitura abriu Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI) para empresas que queiram explorar comercialmente a energia. “A gente está na fase final de entrega das propostas. A partir da entrega formal desses estudos é que se modela uma licitação específica”, explicou.
O vereador Carlos Henrique afirmou que, com base no PMI, vai procurar a SLU para tratar do tema e propor parceria “para que a comunidade possa ganhar com isso”.
Superintendência de Comunicação Institucional