Vereadores consideram arriscada circulação de bicicletas nas faixas de ônibus

Apresentando objeções à proposta, os integrantes da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário aprovaram nesta quarta-feira (4/6) o pedido de diligência ao PL que dispõe sobre a circulação de bicicletas nas faixas exclusivas para ônibus em domingos e feriados. Durante a discussão do parecer, o relator da matéria alegou a necessidade de obter o posicionamento da BHTrans antes de concluir pela aprovação ou rejeição da medida. Antes do encerramento da reunião, foram comentadas respostas da PBH sobre ônibus sem seguros, intevenções em via da Regional Barreiro e execução de obras atrasadas do Orçamento Participativo (OP).

Jair Di Gregório (PSD) aprovou o pedido de diligência do relator, Wesley Autoescola (Pros), que pretende obter o posicionamento da BHTrans  sobre o PL 897/19, de Jorge Santos (Republicanos), mas afirmou que votará contra a proposta  no Plenário. Para ele, o tráfego de bicicletas nessas faixas exporia os ciclistas a um alto risco de acidentes, inclusive fatais, especialmente aos que não são profissionais ou não utilizam equipamentos de segurança. Segundo ele, na época em que atuava como cobrador, presenciou várias tragédias envolvendo crianças e adolescentes que se agarram ao parachoque dos coletivos para “pegar carona”.

Reforçando as palavras do colega, Dimas da Ambulância (PSC) apontou que o risco seria ainda maior nos domingos e feriados, quando a menor movimentação nas pistas faz com que muitos motoristas circulem em velocidades mais altas. Wesley ressaltou a valorização do modal na Europa e nos Estados Unidos e a necessidade de ampliar a rede de ciclovias em BH, garantindo mais opções e segurança aos usuários que as utilizam como meio de transporte ou para o lazer e a prática esportiva. O presidente da Comissão, Fernando Luiz (PSD) e Henrique Braga (PSDB), que participou de forma remota, também votaram com o relator.  

Perda de prazo

Deixaram de receber parecer da Comissão por perda de prazo os PLs 876/19, de Arnaldo Godoy (PT), que dispõe sobre a atividade cultural “Rua da Literatura”, e 935/20, de Gilson Reis (PCdoB), que obriga  o uso de calçamento permeável nas vias locais do município. As propostas ainda passarão por outras comissões de antes de seguir para o Plenário, em 1º turno.

Ônibus sem seguro

Referindo-se ao acidente que provocou a morte do condutor e de quatro passageiros do ônibus que caiu num córrego na Região do Barreiro em fevereiro de 2018, Jair Di Gregório denunciou que, segundo a viúva, a família do motorista não recebeu até hoje a indenização devida, desmentindo o que foi afirmado pela empresa responsável em audiência pública sobre a questão. Considerando que o acidente teria decorrido de uma falha mecânica do veículo, o parlamentar encaminhou pedido de informações detalhadas à BHTrans e ao Setra-BH sobre o número de ônibus que atualmente circulam sem seguro na cidade. Segundo a resposta recebida, 637 veículos (32,2% da frota) estão nessa situação. Diante disso, Di Gregório anunciou que vai se pronunciar sobre o tema no Plenário e cobrar da BHTrans a fiscalização mais rigorosa sobre as empresas concessionárias.

Via no Barreiro e Linha S10

Dois pedidos de informação de autoria de Wesley Autoescola também obtiveram retorno da Prefeitura. O primeiro refere-se à urbanização da Avenida Delfino Francisco Xavier, antiga Av. Perimetral, no Vale do Jatobá, na Regional Barreiro, citando que há cerca de 30 anos o colega Henrique Braga já lutava pela urbanização da via, onde as enchentes invadem imóveis, arrastam carros e já provocaram mortes. Envolvido na questão desde o início do mandato, Wesley declarou-se satisfeito com a resposta, na qual a PBH informa a previsão de recursos para a execução do projeto e das obras necessárias.

No segundo, ele encaminhou as reclamações dos funcionários do BH Shopping a respeito do baixo número de veículos e da demora excessiva dos ônibus da Linha S10 após as 22h, que os expõe a riscos e atrasa o retorno para casa. A resposta enviada pela BHTRans não foi comentada.  

Orçamento Participativo

Comentando a resposta da Prefeitura a pedido de informação encaminhado por Gabriel (Patri), que questionou o prazo para a conclusão de cada uma das 306 obras do Orçamento Participativo em andamento e quais são as 144 obras não viabilizadas, Wesley elogiou os avanços da atual administração municipal em relação á execução das  450 obras pendentes desde 2001.

Foi registrado ainda o recebimento de resposta ao RC 459/19, de Fernando Borja (Avante), que solicitou informações sobre o contrato entre o Município e a Cooperativa de Transporte Urbano e Rural Ltda. (Coopertur) e sobre a situação da empresa em relação às obrigações sociais, trabalhistas e fiscais.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional