PAMPULHA

Copasa prevê desvio de 95% do esgoto que chega à Lagoa

Obras estão criando interceptores às margens dos córregos que alimentam a represa

sexta-feira, 9 Maio, 2014 - 00:00
Copasa prevê desvio de 95% do esgoto que chega à Lagoa da Pampulha. Foto: Portal PBH/Breno Pataro

Copasa prevê desvio de 95% do esgoto que chega à Lagoa da Pampulha. Foto: Portal PBH/Breno Pataro

Em audiência pública nesta sexta-feira (9/5), a Comissão Especial de Estudos da Lagoa da Pampulha recebeu representantes da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) e da Prefeitura de Belo Horizonte para reunir informações sobre o cronograma de despoluição da represa. A Copasa anunciou que a expectativa é finalizar as obras até o mês de junho e concluir as ligações domiciliares até o final do ano. A PBH afirmou que o tratamento da água, a ser feito por empresa licitada, deve ser iniciado em janeiro de 2015, após o processo de desassoreamento.

Autor do requerimento para a audiência e presidente da comissão, o vereador Sérgio Fernando Pinho Tavares (PV) lembrou que a conclusão das obras da Copasa estava prevista para dezembro de 2013 e cobrou informações sobre o atraso.

Representante da empresa, Valter Cunha explicou que a Copasa está atuando em duas frentes para colaborar no processo de despoluição da Lagoa. Inicialmente, estão sendo realizadas obras em diferentes pontos da bacia da Pampulha, em Contagem e em Belo Horizonte, para construção de interceptores às margens dos córregos que alimentam a represa. As estruturas servirão para minimizar a chegada de esgoto irregular à Lagoa. Paralelamente, a empresa está construindo novas redes de coleta de esgoto, em Contagem e em Belo Horizonte, e buscando convencer os moradores que não têm o esgoto domiciliar ligado à rede da Copasa, a fazerem a regularização.

Dificuldades

Cunha afirmou que a expectativa da empresa é reduzir o volume de esgoto que entra na Lagoa em 95%. “Se tirarmos esse percentual, a própria depuração da lagoa dá conta do restante”, garantiu o gestor. No entanto, a Copasa afirmou que tem enfrentado dificuldades tanto para fazer as ligações de esgoto, quanto para finalizar as obras dos interceptores.

De acordo com Valter Cunha, as comunidades que vivem às margens dos córregos da bacia estão sendo impactadas com as obras, e muitos moradores recorreram à Justiça para questionar as indenizações e desapropriações de terrenos, provocando atrasos no cronograma. Já no trabalho de ligação das redes domiciliares, a Copasa destacou o impacto financeiro de mais de 90% gerado para as famílias de baixa renda, que estariam relutantes em aceitar a ligação, em razão das dificuldades em arcar com os custos.

A Prefeitura lamentou a falta de consciência ambiental e social de alguns moradores de maior poder aquisitivo que se recusam a fazer a ligação, explicando que a primeira opção é o diálogo, mas podem ser aplicadas as multas devidas, caso os moradores não regularizem a situação.

Sérgio Fernando Pinho Tavares destacou o volume de recursos públicos investidos na Pampulha, sendo R$ 130 milhões da Prefeitura e R$ 102 milhões da Copasa, afirmando a importância da Lagoa para toda a cidade e cobrando que haja investimentos permanentes na manutenção da limpeza de suas águas.

Assista aqui à reunião na íntegra. 

Superintendência de Comunicação Institucional

Foto²: Divulgação/ Copasa

Foto³: Divulgação CMBH/ Mila Milowski