Moradores do Bairro Goiânia cobram novo centro de saúde
Demora no agendamento de consultas e filas enormes para atendimento de urgência indicam limitações estruturais da atual unidade

Falta de medicamentos na farmácia, filas de até 100 pessoas na porta da unidade, janelas emperradas, calor intenso, elevador estragado e insuficiência de insumos para atendimento aos usuários compõem a rotina de trabalho no Centro de Saúde Goiânia (região Nordeste da capital). Os problemas foram apresentados pelos moradores e pelos servidores da unidade em visita técnica da Comissão de Saúde e Saneamento ao local na manhã desta sexta-feira (4/3).
Moradora da região e usuária do posto, Geralda Magela está aguardando há um ano e sete meses o agendamento de dois exames, de ultrassom e endoscopia. Sua filha de três anos está com bronquite e também deve esperar na fila. “Demora muito para conseguir marcar. Já precisei pagar dois exames particulares por causa da urgência”, denunciou a usuária.
Presidente da Comissão de Saúde e Saneamento, o vereador Márcio Almeida (PSD) reconheceu o excesso de demanda como o principal problema do C. S. Goiânia e lembrou a urgência que a prefeitura deve ter na implantação da nova unidade, com maior estrutura e novas equipes de Saúde da Família.
Estrutura
Gerente da unidade, Neuslane Rievers explica que o centro de saúde conta, hoje, com seis equipes do Programa Saúde da Família e toda equipe complementar composta por diferentes especialidades como pediatria, clínica médica, ginecologia, cardiologia e odontologia. A gestora destacou que a distribuição de insumos de almoxarifado, como papel toalha, álcool gel e agulhas, que estavam faltando, já foi regularizada. “Sabemos que a estrutura está longe do ideal, mas existe um esforço da prefeitura em garantir o atendimento”, afirmou a representante da Gerência Regional do Distrito Sanitário Nordeste, Elenice Braga.
Médico de família há quatro anos, atuando pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Vinícius Rezende destacou que a demanda na unidade é muito grande, o que prejudica a qualidade do atendimento. “Não conseguimos dar retorno regularmente aos pacientes e muitas vezes precisamos desmarcar consultas agendadas para atender casos agudos que fazem fila na porta da unidade. O centro de saúde atende quase 30 mil pessoas, sendo que a minha equipe é responsável por 6 mil usuários”, denunciou o servidor, alertando que a orientação do Ministério da Saúde é de que cada equipe de PSF atenda no máximo 3 mil pessoas.
Em relação à falta de medicamentos, a prefeitura alegou que tem tido dificuldades em conseguir fornecedores. Márcio Almeida complementou, argumentando que o Executivo é responsável por 140 itens dos 400 utilizados no SUS. De acordo com o vereador, a liberação de recursos do governo do Estado e da União para a aquisição dos demais itens não vem sendo efetivada.
Encaminhamentos
Membro também da Comissão de Saúde e Saneamento, o vereador Dr. Nilton (Pros) explicou que o colegiado irá elaborar um relatório sobre a situação, alertando para os problemas a serem resolvidos, e enviar o documento para o secretário municipal de Saúde e para o prefeito Márcio Lacerda (PSB).
Até o final de 2016, a comissão pretende visitar todos os hospitais municipais e os 147 centros de saúde da cidade, para que tenham sua estrutura física e atendimento prestado ao usuário avaliados pela Câmara Municipal. Ao final desse prazo, será encaminhado relatório à Secretaria Municipal de Saúde, contendo um diagnóstico dos serviços ofertados à população e pontos a serem melhorados.
Superintendência de Comunicação Institucional