ATENÇÃO À SAÚDE

Moradores do Bairro Goiânia cobram novo centro de saúde

Demora no agendamento de consultas e filas enormes para atendimento de urgência indicam limitações estruturais da atual unidade

sexta-feira, 4 Março, 2016 - 00:00
Antiga unidade apresenta deficiências estruturais, reduzindo a capacidade de atendimento. (Imagem: Divulgação CMBH)

Antiga unidade apresenta deficiências estruturais, reduzindo a capacidade de atendimento. (Imagem: Divulgação CMBH)

Falta de medicamentos na farmácia, filas de até 100 pessoas na porta da unidade, janelas emperradas, calor intenso, elevador estragado e insuficiência de insumos para atendimento aos usuários compõem a rotina de trabalho no Centro de Saúde Goiânia (região Nordeste da capital). Os problemas foram apresentados pelos moradores e pelos servidores da unidade em visita técnica da Comissão de Saúde e Saneamento ao local na manhã desta sexta-feira (4/3).

Moradora da região e usuária do posto, Geralda Magela está aguardando há um ano e sete meses o agendamento de dois exames, de ultrassom e endoscopia. Sua filha de três anos está com bronquite e também deve esperar na fila. “Demora muito para conseguir marcar. Já precisei pagar dois exames particulares por causa da urgência”, denunciou a usuária.

Presidente da Comissão de Saúde e Saneamento, o vereador Márcio Almeida (PSD) reconheceu o excesso de demanda como o principal problema do C. S. Goiânia e lembrou a urgência que a prefeitura deve ter na implantação da nova unidade, com maior estrutura e novas equipes de Saúde da Família.

Estrutura

Gerente da unidade, Neuslane Rievers explica que o centro de saúde conta, hoje, com seis equipes do Programa Saúde da Família e toda equipe complementar composta por diferentes especialidades como pediatria, clínica médica, ginecologia, cardiologia e odontologia. A gestora destacou que a distribuição de insumos de almoxarifado, como papel toalha, álcool gel e agulhas, que estavam faltando, já foi regularizada. “Sabemos que a estrutura está longe do ideal, mas existe um esforço da prefeitura em garantir o atendimento”, afirmou a representante da Gerência Regional do Distrito Sanitário Nordeste, Elenice Braga.

Médico de família há quatro anos, atuando pelo Sistema Único de Saúde (SUS), Vinícius Rezende destacou que a demanda na unidade é muito grande, o que prejudica a qualidade do atendimento. “Não conseguimos dar retorno regularmente aos pacientes e muitas vezes precisamos desmarcar consultas agendadas para atender casos agudos que fazem fila na porta da unidade. O centro de saúde atende quase 30 mil pessoas, sendo que a minha equipe é responsável por 6 mil usuários”, denunciou o servidor, alertando que a orientação do Ministério da Saúde é de que cada equipe de PSF atenda no máximo 3 mil pessoas.

Em relação à falta de medicamentos, a prefeitura alegou que tem tido dificuldades em conseguir fornecedores. Márcio Almeida complementou, argumentando que o Executivo é responsável por 140 itens dos 400 utilizados no SUS. De acordo com o vereador, a liberação de recursos do governo do Estado e da União para a aquisição dos demais itens não vem sendo efetivada.

Encaminhamentos

Membro também da Comissão de Saúde e Saneamento, o vereador Dr. Nilton (Pros) explicou que o colegiado irá elaborar um relatório sobre a situação, alertando para os problemas a serem resolvidos, e enviar o documento para o secretário municipal de Saúde e para o prefeito Márcio Lacerda (PSB).

Até o final de 2016, a comissão pretende visitar todos os hospitais municipais e os 147 centros de saúde da cidade, para que tenham sua estrutura física e atendimento prestado ao usuário avaliados pela Câmara Municipal. Ao final desse prazo, será encaminhado relatório à Secretaria Municipal de Saúde, contendo um diagnóstico dos serviços ofertados à população e pontos a serem melhorados.

Superintendência de Comunicação Institucional