Impactos de obras no Hospital Oncomed serão debatidos na Câmara

A Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana vai debater, na próxima terça-feira (2/5), os possíveis impactos gerados pela ampliação do Hospital Oncomed, situado na encosta da Serra do Curral, no Bairro Mangabeiras. Além dos transtornos e impactos que as intervenções podem causar na área de preservação ambiental, ecologistas e moradores da região temem a descaracterização e degradação do patrimônio natural e cultural da área, tombada em 1960 por lei federal. Aberta à participação popular, a audiência pública será às 18h, no Plenário Helvécio Arantes.

Requerida pelo integrante da comissão, vereador Osvaldo Lopes (PHS), a audiência tem a finalidade de obter maiores informções sobre a obra a ser realizada pelo Hospital Oncomed, especialmente em relação aos impactos ambientais causados pelo aumento do número de pavimentos e a ampliação de 105% da área ocupada. A construção original em área de preservação, segundo o vereador, foi permitida de forma excepcional após intervenção do General Golbery Couto e Silva, como forma de agradecimento ao médico que o tratou, o oftalmologista mineiro Hilton Rocha. Em 2009, o hospital foi comprado pelo grupo Oncomed, que pretende ampliar as instalações para abrigar um moderno centro de tratamento de câncer.

A previsão de construção de um estacionamento subterrâneo no local também preocupa os especialistas, já que a intervenção provocará a remoção de cerca de 18 mil caminhões de terra, numa serra já fragilizada por décadas de mineração e expansão imobiliária. Ativista na defesa dos animais, o parlamentar também está preocupado com a fauna que ainda habita a Serra do Curral, que inclui algumas espécies ameaçadas de extinção. Segundo ambientalistas, o imóvel está situado bem no meio de um corredor ecológico, importante para a locomoção e a própria sobrevivência dos animais. “A Serra não pode fazer as malas e se mudar, enquanto um prédio pode ser erguido em outro local”, argumentam os defensores da área de preservação.

No debate acerca do tema, os convidados deverão abordar os impactos ambientais da obra e possíveis transtornos trazidos para os moradores do local, por meio da apresentação dos laudos e estudos técnicos já realizados. “Não somos contra o hospital; mas existem outros terrenos que poderiam abrigar o equipamento”, pondera Osvaldo Lopes.

Para representar o poder público municipal, foram convidados os secretários municipais de Governo, Paulo Lamac, e de Meio Ambiente, Mario Werneck. Também são aguardados representantes do Ministério Público Estadual, que já teria se posicionado contrário à intervenção, ambientalistas e lideranças comunitárias.

Superintendência de Comunicação Institucional