TRANSPORTE SUPLEMENTAR

Integração entre ônibus suplementar e metrô entra em debate na Câmara

Em audiência pública, BHTrans informou que espera apresentar um estudo sobre o tema em até sessenta dias

quinta-feira, 1 Março, 2018 - 19:15

Foto: Abraão Bruck/Câmara de BH

A BHTrans informou que espera apresentar em até 60 dias estudo do impacto de uma possível integração tarifária entre os ônibus do transporte suplementar e o metrô. A informação foi dada nesta quinta-feira (01/03) em audiência pública da Comissão de Desenvolvimento Econômico, Transporte e Sistema Viário. O requerente da reunião, vereador Juliano Lopes (PTC), que é defensor da integração, informou que trabalha para atender a essa e outras pautas que beneficiem os permissionários do transporte suplementar e os usuários do sistema de transporte público coletivo.

“A integração com o metrô é questão de sobrevivência para o transporte suplementar”, afirmou Maurício dos Reis, presidente do Sindicato dos Permissionários Autônomos do Transporte Suplementar de Passageiros dos Municípios da Região Metropolitana de Belo Horizonte (Sindpautras). A demanda da integração tarifária é antiga entre os permissionários e vem desde 2006. De acordo com Maurício Reis, o empecilho estaria no posicionamento contrário adotado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (SetraBH). A questão é que as empresas concessionárias organizadas no SetraBH temem que a integração tarifária entre o suplementar e o metrô gere impactos financeiros negativos para o transporte coletivo convencional. O Sindpautras, por sua vez, aponta que a integração irá beneficiar o usuário, que pagará uma tarifa mais barata para circular de suplementar e de metrô, e não afetará negativamente o sistema.

Sobre o processo de integração tarifária, a BHTrans informou que a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), que opera o metrô de Belo Horizonte, é favorável à medida. Além disso, os próprios permissionários do transporte suplementar também se mostraram favoráveis.

A BHTrans explica que espera concluir em até 60 dias uma nova etapa nos estudos necessários à integração, que é a análise dos impactos que a adoção dessa medida trará para o sistema de transporte público coletivo convencional da Capital, cujas empresas concessionárias estão organizadas no SetraBH. De acordo com a BHTrans, assim que concluída, tal análise será apresentada à SetraBH para que as empresas por ela representadas avaliem os impactos da integração entre o suplementar e o metrô em seus negócios.

Tarifa Zero

O Movimento Tarifa Zero também disse ser favorável à integração entre o metrô e os ônibus suplementares e criticou a posição do SetraBH quanto à política tarifária. O Movimento lembrou que o SetraBH teria sido contrário à implantação de uma linha de ônibus a preço acessível no Aglomerado da Serra. O problema só foi resolvido quando, diante da negativa do SetraBH, o Sindpautras aceitou assumir a implantação de uma linha de ônibus que atendesse às demandas daquela comunidade. A tarifa cobrada é R$1,50, valor inferior ao das demais passagens do transporte suplementar. O Tarifa Zero também defendeu a adoção de uma política de subsídio ao transporte coletivo em Belo Horizonte por parte da Prefeitura com o objetivo de baratear as passagens, já que, hoje, o sistema não conta com aportes do orçamento público municipal, diferentemente do que acontece em outras cidade como o Rio de Janeiro.

Diante da experiência considerada positiva pela comunidade do Aglomerado da Serra, a implantação de uma linha nos mesmos moldes nos Bairros Granja de Freitas, Taquaril, Alto Vera Cruz e adjacências também está sendo pleiteada pelos moradores dessas localidades. O vereador Juliano Lopes informou que irá requerer uma reunião entre BHTrans, representantes comunitários e o Sindpautras para que o tema seja debatido.

O presidente do Sindpautras, Maurício dos Reis, defendeu que, para permanecer no mercado, o transporte suplementar deve praticar preços módicos. De acordo com ele, se existe um problema de queda no número de passageiros em decorrência do valor das tarifas, estas devem ser ajustadas de modo a possibilitar que mais pessoas andem de ônibus. Essa também seria a lógica a ser empregada com a pretendida integração tarifária entre o metrô e o suplementar. De acordo com Reis, a diminuição do preço da passagem irá beneficiar tanto os usuários, quanto os permissionários do transporte suplementar.

Encaminhamentos

Juliano Lopes também informou que irá requerer da BHTrans uma explicação por escrito do porquê de a integração tarifária entre suplementar e metrô não ter sido implementada ainda, tendo em vista que tanto a CBTU, quanto o Sindpautras são favoráveis à medida.

Outro questionamento que Lopes pretende fazer à BHTrans diz respeito à possibilidade de os ônibus suplementares passarem a circular com veículos com maior capacidade de passageiros em algumas linhas. Outra pergunta que será encaminhada diz respeito à possibilidade de os permissionários do transporte suplementar ajustarem suas tarifas para baixo e para cima em algumas linhas, adequando-as à sua realidade.

 

Superintendência de Comunicação Institucional