Palestra promoveu reflexão sobre arte, estética e conceito de beleza

O que é o belo? A beleza é questão de gosto ou existem elementos universais que a fazem ser reconhecida em qualquer tempo e lugar e quais seriam eles? Se a cultura e a experiência pessoal influenciam a percepção do belo, em que medida a apreciação de um quadro ou música é subjetiva ou objetiva? Essas e outras questões foram abordadas na palestra ‘Beleza Objetiva’, ministrada na quinta-feira (28/8) na Câmara de BH. Convidado pelo Programa Câmara Cultural, o arquiteto e designer Cristiano Chauí provocou a reflexão do público sobre qualidades estéticas ‘naturais’, fatores históricos e culturais e outros que produzem impressões e sentimentos positivos e negativos em quem as contempla. Durante e depois da palestra, os participantes compartilharam percepções e fizeram perguntas. O vereador Uner Augusto (PL), presidente do Conselho Curador do Câmara Cultural, anunciou que novas atrações já estão sendo programadas para os próximos meses.

“Arquiteto de formação, artista talentoso e designer gráfico com obras espalhadas em diversos estabelecimentos da cidade”. Com essas palavras, Uner Augusto introduziu o palestrante Cristiano Chauí, após falar dos objetivos e realizações do Câmara Cultural, prometer novas palestras e atividades durante sua gestão e pedir aos presentes que acompanhem e encaminhem sugestões para o programa. O parlamentar também acompanhou a palestra e contribuiu com observações e perguntas.    

Para ilustrar os conceitos, exemplificar e instigar as pessoas a expressarem suas percepções, Cristiano exibiu fotografias de obras de arte, estilos arquitetônicos e sons ao longo da palestra. Ele destacou que a questão estética que envolve o conceito e a compreensão do belo é enfrentada por todos os artistas e criadores, que precisam conciliar seus conhecimentos objetivos e sua própria percepção à formação cultural, o gosto e o desejo do cliente.

O cerne da reflexão ‘confrontou’ os aspectos subjetivos na formação do gosto e da percepção do belo, decorrentes da diversidade cultural, educacional e sensibilidade própria de indivíduos e sociedades, em diferentes épocas e contextos. “Não existe gosto certo e errado; cada cultura tem seus padrões. Já o conceito de beleza objetiva – o que é indiscutivelmente belo - parte de princípios estéticos universais como ordem, simetria, proporção e harmonia, e despertam uma resposta natural do ser humano, a exemplo das obras de Beethoven, Dostoiévski e outros clássicos atemporais. Como disse Platão, 'o belo é a manifestação visível da verdade'”, explanou o designer.

Envolvimento do público

O formato interativo da palestra possibilitou ao público dar sua contribuição individual às reflexões, compartilhando suas impressões e interpretações acerca das obras e dos conceitos abordados. Essa dinâmica mostrou como a percepção estética e a compreensão sobre o belo variam de pessoa para pessoa, mas que muitas dessas impressões ‘não são tão subjetivas assim’, ilustrando a tese da ‘beleza objetiva’, amparada em estudos e pesquisas. Uner Augusto criticou o abandono da ‘beleza objetiva’, que promove o ordenamento mental e espiritual da sociedade, em nome do culto da originalidade e da ruptura de padrões.

O evento reuniu pessoas de diferentes idades e áreas de atuação, como os estudantes de medicina Renato Lemos e Henrique Oliveira, de 20 anos, e Mateus Scandian, de 24, atraídos pela reflexão sobre os conceitos de ‘verdade’ e ‘objetividade’. Filha do entalhador José Libório, a construtora Rose Libório, 72 anos, disse que seu interesse por arte, beleza e harmonia de formas a acompanha desde a juventude, quando trabalhou no setor de móveis artísticos junto com o pai e depois com decoração de interiores. Em outra roda, profissionais das áreas de educação, cultura, direito e artes plásticas de 35 a 76 anos trocavam impressões sobre os temas debatidos.

Saiba mais

A agenda dos próximos meses, segundo Luciana Haas Laboisiere, que integra o Conselho Curador, destacam-se a Semana do Setembro Dourado, com ações de conscientização sobre a prevenção e diagnóstico precoce do câncer infanto-juvenil; a exposição em comemoração aos 60 anos do Mineirão, o maior estádio de Minas, que ficará em cartaz em setembro e outubro; e, em novembro, está prevista exposição em homenagem aos 90 anos do Minas Tênis Clube, que vem marcando o esporte e a vida cultural da cidade por muitas gerações.

Instituído em 2021, o Câmara Cultural é um programa que abre as portas do Legislativo pra a arte, a história e a diversidade cultural da nossa cidade. A iniciativa promove uma programação variada, que inclui palestras, seminários, rodas de conversa, exposições, oficinas cineclube, apresentações musicais e outras atividades, voltadas para toda a população. Além de difundir expressões e manifestações culturais e artísticas em suas múltiplas formas e linguagens, o programa busca consolidar a Câmara como espaço de participação, inclusão e pertencimento para o povo de BH.

Superintendência de Comunicação Institucional