Câmara de BH guarda importante acervo documental no Arquivo Público da Cidade
Cerca de 500 mil registros textuais e audiovisuais do Legislativo Municipal, do período de 1947 a 2016, podem ser pesquisados
Foto: Karoline Barreto / CMBH
Um grande acervo textual e audiovisual de meados do século XX, relacionados ao Processo Legislativo, à Administração e às Finanças da Câmara de BH, pode ser encontrado no Arquivo Público da Cidade, no bairro Floresta. No espaço, administrado pela Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal de Cultura, há mais de 27 mil arquivos textuais (registros em papeis e microfilmes), do período de 1947 a 2016, cerca de 10.700 documentos audiovisuais (fitas VHS, K7 e de rolo e arquivos digitais), de 1970 a 2015, e mais de 472 mil fotografias em negativo e positivadas.
De acordo com Maria Cruz Ferraz, historiadora que atua no Arquivo, a guarda do acervo é realizada conforme o tipo documental, permitindo uma preservação adequada. “O acervo textual, por exemplo, é acondicionado em folders, pastas e caixas, conforme as dimensões do documento. O acervo audiovisual é acondicionado na área de guarda climatizada. Os documentos nato-digitais, por outro lado, ficam salvos nos computadores e HDs e passam por processo de renomeação dos arquivos e organização digital. Todos os documentos em suporte físico ganham códigos de arranjo, são descritos e guardados de forma organizada nas estantes deslizantes”, explica.
O primeiro convênio firmado entre as duas instituições, Câmara de BH e Arquivo de Belo Horizonte, para sistematização dos documentos considerados de valor histórico, com fins de preservação e acesso, foi estabelecido em 2005. Desde então, outros convênios foram realizados, ampliando consideravelmente o acervo do Legislativo. Atualmente, podem ser encontrados projetos de lei, atas de reuniões, requerimentos das comissões, proposições relacionadas à Lei Orgânica, áudios de reuniões legislativas e outros documentos produzidos pela Casa.
Segundo Maria, de um modo geral, os documentos da Câmara de BH de guarda permanente que chegaram por último, fitas VHS e fitas K7, e parte dos documentos do processo legislativo de 2013 a 2016 estão sendo preparados para o acondicionamento. Também está em andamento a descrição do acervo audiovisual. “Os áudios das reuniões legislativas e as fotografias, por se tratar de acervo extenso e complexo, ainda estão sendo descritos para melhorar o acesso”, afirma.
Para a historiadora, o que há de mais interessante no acervo da Câmara é a multiplicidade de fontes de pesquisa e a possibilidade de conhecer o que estava sendo debatido sobre a cidade em cada época. “Se pegarmos, por exemplo, a documentação produzida pelas comissões e analisarmos as atas de reuniões, os requerimentos solicitando as audiências públicas, as fotografias dos eventos promovidos por elas e os áudios gravados, vamos conhecer diversas discussões sobre o passado e o presente que envolvem a população e a cidade”.
Arquivamento
Quando um documento do legislativo chega ao Arquivo Público da Cidade, é feita uma descrição prévia do acervo e, depois de organizado, é definido como será arranjado. Em seguida, ele é codificado e, caso seja necessário, passa por restauros e reparos. Em seguida, o acervo é acondicionado em caixas adequadas. “No caso da documentação textual, é possível já realizar a digitalização antes dos documentos irem para a área de guarda. Por fim, guardamos tudo com endereços específicos e em local apropriado para o tipo documental. Dessa forma, a maior dificuldade do processo de armazenamento está em garantir que todas as etapas sejam cumpridas de forma correta para evitar problemas que prejudiquem a preservação do documento e dificultem o acesso”, contou a historiadora.
Superintendência Institucional de Comunicação