AUDIÊNCIA PÚBLICA

Intervenções terapêuticas para pessoas com Transtorno do Espectro Autista em debate

Especialistas, pessoas diagnosticadas e familiares de pacientes com TEA serão ouvidos. Ideia é desconstruir conceito de doença

terça-feira, 19 Abril, 2022 - 11:30

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Debater as intervenções terapêuticas disponíveis para pessoas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA). Este é o objetivo da audiência pública que a Comissão de Saúde e Saneamento irá realizar nesta quarta-feira (20/4), às 13h, no Plenário Helvécio Arantes.  A conversa tem o objetivo de dar conhecimento sobre o autismo e a saúde e deve contar com as presenças de especialistas, de representantes de entidades que tratam da temática, bem como de pessoas já diagnosticadas com TEA e de familiares que acompanham o dia a dia de quem convive com o transtorno. A audiência será transmitida ao vivo pelo Portal da CMBH e a população pode participar enviando, por meio de formulário, perguntas e/ou sugestões.

Autismo não é doença

Solicitado pela vereadora Professora Marli (PP), o encontro acontece no mês da visibilidade do Transtorno do Espectro Autista, e a intenção é ampliar o debate e promover a conscientização acerca do assunto. Para a parlamentar, cujo trabalho tem foco nos doentes raros, o debate deverá contribuir também para a descontrução dessa condição como algo incapacitante. “O autismo não é uma doença. Doença você toma remédio e melhora. É uma condição, que varia inclusive de pessoa para pessoa”, destacou a parlamentar lembrando que, no encontro, pessoas com autismo (artista plástico e escritora) darão seu testemunho.

O Transtorno do Espectro Autista é uma condição de indivíduos, seja criança ou adulto, com comprometimento em seu neurodesenvolvimento, na linguagem e no comportamento adaptativo, social e de repetições. Embora não seja incapacitante, a condição requer esquemas de tratamento que devem ser introduzidos tão logo seja feito o diagnóstico, e a assistência deve ser promovida por equipe multidisciplinar, envolvendo médicos, psicólogos, fonoaudiólogos, pedagogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e educadores físicos, além da imprescindível orientação aos pais ou cuidadores.

Entre os participante do debate desta quarta-feira estão a ativista da causa das pessoas com deficiência e mãe de pessoa com TEA, Catiane Ferreira Gomes; da escritora e graduanda em psicologia, Michelle Malab; do artista plástico e pessoa com autismo Ernane Alves; e da presidente da Associação de Apoio à Pessoa com Deficiência Nossa Senhora das Graças (Agraça), Maristela Ferreira.

Números e conscientização

No Brasil não há dados estruturados sobre o assunto, mas o Conselho Nacional de Saúde (CNS) cita a estatística do Center of Deseases Control and Prevention (CDC), órgão do governo dos Estados Unidos que diz que há no mundo uma criança com autismo para cada 110 não autistas. Assim, estima-se que esse número possa chegar a 2 milhões de autistas no país.

A Organização das Nações Unidas (ONU) definiu o 2 de abril como sendo o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. Em BH, no último dia 1º, a fachada do prédio da Câmara Municipal foi iluminada em azul, com o objetivo de promover uma mensagem inclusiva à sociedade em relação às pessoas autistas. O vereador Marcos Crispim (PSC) foi o autor da proposta que solicitou a participação da CMBH na campanha de conscientização, cujo tema em 2022 é ‘Lugar de autista é em todo lugar’.

Tema é objeto de atenção

Além de aderir à campanha com a iluminação da fachada, esta legislatura, com o intuito de garantir direitos às pessoas autistas, tem apresentado proposições como o Projeto de Lei 168/2021, do vereador José Ferreira (PP), que tramita em 2º turno, e dispõe sobre o caráter permanente do laudo que diagnostique o Transtorno do Espectro Autista (TEA).

A Câmara também apresentou, durante esta legislatura, pedidos de informação e indicações ao Executivo a respeito dos transtornos do espectro autista. O fechamento das unidades de ensino em 2021, por conta da pandemia, e a previsão do retorno escolar em relação ao acompanhamento dos alunos com Transtorno do Espectro Autista foram tema de pedido de informação destinado à Secretaria Municipal de Educação. Vereadores também apresentaram, este ano, uma Indicação ao prefeito sugerindo a reserva de vagas em vias públicas para estacionamento e parada de veículos que transportam pessoas com autismo. No ano passado, outra Indicação foi apresentada ao prefeito sugerindo a utilização da musicoterapia como tratamento complementar de pessoas com Transtorno do Espectro Autista.

Superintendência de Comunicação Institucional