Série de encontros com ex-presidentes da CMBH é aberta com Amílcar Martins
Encontro é o primeiro dos que o atual presidente, Gabriel, pretende realizar com antecessores com quem não conviveu
Foto: Bárbara Crepaldi/CMBH
Conhecer a experiência dos parlamentares que o antecederam na gestão da Câmara de BH e “ouvir conselhos” é o objetivo declarado pelo presidente Gabriel (sem partido), que pretende convidá-los para visitas informais. Amílcar Martins, que ocupou o cargo no biênio 1993-1994, inaugurou a série. No encontro, que na verdade foi um reencontro, também falaram sobre os períodos em que trabalharam juntos no PSDB, ao qual eram filiados. Gabriel elogiou a trajetória de Amílcar que, após o mandato no parlamento municipal, atuou como deputado e secretário de estado e hoje dirige o instituto que leva seu nome. O convidado exaltou as qualidades e a carreira bem sucedida do colega na política, com quem manterá contato e diálogo. Arutana Cobério (1999-1990), Alencar da Silveira Júnior (1994) e Luzia Ferreira (2009-2010) serão os próximos a receberem o convite.
No Salão Nobre da Câmara Municipal, diante dos quadros que compõem a galeria de ex-presidentes, Gabriel relembrou outros vereadores que conduziram a Casa em diferentes momentos e circunstâncias, ressaltando a importância de muitos deles na evolução do Legislativo de Belo Horizonte, especialmente os primeiros, que marcaram a história da cidade, dando nome a importantes ruas e avenidas, e os que ocuparam o cargo após a redemocratização do país e a promulgação da Constituição de 1988, que restaurou o papel do Legislativo como instância de representação popular.
Da ditadura militar aos dias atuais
Gabriel declarou a honra e o privilégio de conversar com Amílcar Martins, que presidiu a Casa há 30 anos. O atual presidente, que, aos 36 anos, exerce o segundo mandato como vereador e o primeiro à frente da Casa, ressaltou a trajetória do antecessor ao longo de quase 50 anos da história política e cultural do país, iniciada na militância estudantil contra a ditadura militar, pela qual foi preso por duas vezes, em 1968 e na década de 70. Licenciado em História e mestre em Ciência Política pela UFMG, partiu para os EUA, onde obteve mestrado e doutorado em História. De volta ao Brasil em 1980, foi professor da UFMG e um dos fundadores do partido da social-democracia (PSDB). Na primeira eleição municipal após a redemocratização do país, tornou-se vereador e redigiu a Lei Orgânica de Belo Horizonte. Presidiu a Casa em 1993-1994, afastando-se do mandato para coordenar a campanha de Eduardo Azeredo ao governo de Minas, onde atuou como secretário da Casa Civil e de Comunicação Social. Em 1996, derrotado no 2º turno por Célio de Castro (PT) na eleição para prefeito de BH, foi nomeado secretário de Estado da Cultura.
Nos quatro anos seguintes, no governo Itamar Franco, foi deputado estadual pelo PSDB. Terminado o mandato na Assembleia Legislativa, presidiu por cinco anos (2003-2007) a Fundação João Pinheiro, onde participou da edição Coleção Mineiriana, sobre a história de Minas Gerais. Ao longo da carreira, foi presidente dos Conselhos da Rede Minas de Televisão e da Imprensa Oficial do Estado de Minas Gerais e membro dos Conselhos do Lar dos Meninos São Vicente de Paulo e da Fundação Biodiversitas e publicou diversos trabalhos em suas áreas de atuação. Atualmente, ocupa a cadeira nº 4 da Academia Mineira de Letras e integra o conselho gestor do Instituto Cultural Amilcar Martins, fundado por ele em 2001, que recebeu recentemente um prêmio internacional como parte da memória mundial. Também estudioso da história da Capital e do estado, Gabriel confirmou que vai visitar em breve o Instituto, voltado à pesquisa, preservação e divulgação da história e cultura de Minas, e que tem muito a aprender com o convidado. “Aconselhei-me com ele sobre tudo, de como ter uma boa relação com os colegas em momentos espinhosos e ser um conciliador nos momentos mais difíceis”, declarou.
“Carreira exuberante”
Amílcar declarou o prazer de voltar à Casa e de rever Gabriel, antigo companheiro de militância e em campanhas políticas nos anos 2010, quando o atual presidente era integrante da juventude do PSDB, a chamada Turma do Chapéu, que gerava dados e informações para subsidiar as estratégias do partido. Segundo ele, “foi um reencontro de amigos, em que comentamos sobre os antigos companheiros, a Câmara Municipal, meus colegas da época e os ex-presidentes da Casa”, relatou. Segundo ele, Gabriel foi generoso ao dizer que o chamou para ouvir conselhos: “não tenho nada a ensinar para ele, que é muito hábil, muito jeitoso, vem fazendo uma carreira política exuberante, com muita força, com muita dedicação, e está se saindo muito bem”, elogiou. “Acertamos de manter um contato permanente, inclusive na visita dele ao ICAM, que possui um grande acervo de livros sobre Minas Gerais”, concluiu.
Para os próximos almoços, além de Arutana Cobério, que precedeu Amílcar Martins no cargo, o presidente vai convidar Alencar da Silveira, que o sucedeu, e Luzia Ferreira, que presidiu a Casa no biênio 2009-2010. Os ex-presidentes Silvinho Rezende (2007-2008), Betinho Duarte (2003-2004), César Masci (1999-2000), Luiz Sávio Souza Cruz (1997-1998), João Paulo Gomes (1995-1996), Sérgio Coutinho (1991-1992), Roberto Vital Ferreira (1985-1986), Luiz Otávio Valadares (1977) e Obregon Gonçalves (1976) serão convidados em datas posteriores. Os últimos quatro ocupantes do cargo - Léo (União), Wellington Magalhães, Henrique Braga (PSDB) e Nely Aquino (Pode) -, contemporâneos de Gabriel em seus dois mandatos como vereador (2017 até o momento), não foram incluídos na lista.
Superintendência de Comunicação Institucional