Linha 332 é alvo de reclamação e denúncia de descumprimento de horário
Empresa responsável é a Transoeste, que opera também outras linhas no Barreiro. Sumob confirma multas e entrada de novos carros
Foto: Karoline Barreto/CMBH
A linha 332 (Milionários, Bonsucesso e Conjunto Esperança) foi alvo de protestos e reclamações na tarde desta quinta-feira (25/4) durante uma audiência pública da Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços. Moradores do Conjunto Esperança queixaram-se do descumprimento recorrente dos itinerários e das péssimas condições dos veículos, enquanto usuários de outros bairros afirmaram que outras linhas operadas pela Transoeste também apresentam problemas. A BHTrans informou que está acompanhando as demandas da comunidade e destacou a importância de os cidadãos se atentarem aos estacionamentos irregulares que prejudicam o trajeto dos ônibus. Já Gabriela Pereira Lopes, diretora de Planejamento e Controle da Mobilidade da Superintendência de Mobilidade do Município (Sumob), reconheceu que a linha 332 é uma das mais reclamadas pelos usuários. Ela relatou que nos últimos três meses foram aplicadas 192 autuações à Transoeste, mas também ressaltou conquistas, como a entrada de cinco novos carros na linha, o que aumentou a vida média dos veículos em circulação. Professor Clauniney Dulim (Avante), que presidiu o debate, afirmou que todos os relatos serão encaminhados aos órgãos envolvidos e ao Ministério Público de Minas Gerais.
Desrespeito e falta de dignidade
Criada em 2023 para atender aos usuários do transporte coletivo dos Bairros Milionários, Bonsucesso e Conjunto Esperança, a linha 332 tem enfrentado problemas em sua operação. Segundo relatos da comunidade, o atendimento aos moradores do Conjunto Esperança deveria ser feito de forma intercalada, com uma a cada duas viagens indo ao local. Entretanto, isso não vem ocorrendo como proposto. Allen Rodrigo, da associação de moradores do bairro, relatou que, após 28 anos de espera por um ônibus que ligasse a área central do Barreiro, o serviço disponibilizado não atende às necessidades da população. Ele destacou que a linha atende três bairros e opera a cada 30 minutos, resultando em ônibus sempre lotados e frequentes atrasos. Rodrigo ainda mencionou que os motoristas frequentemente se recusam a ir ao Conjunto Esperança, alegando falta de condições dos veículos mais antigos para suportar o trajeto.
Não são apenas os problemas da linha 332 que acumulam reclamações. Na linha 318, há queixas de veículos sujos, letreiros ilegíveis e carros quebrados. André Xavier, membro da Comissão Regional de Transporte e Trânsito (CRTT) do Barreiro, denunciou que, no Bairro Milionários, os passageiros são obrigados a descer do ônibus em uma rua íngreme que leva ao Cristo Redentor, enquanto o veículo sobe, para depois todos reembarcarem. Xavier lamentou a falta de dignidade dessa situação e criticou a inação da Prefeitura de Belo Horizonte em resolver esses problemas, questionando por que a concessão da Transoeste ainda não foi revogada.
Características viárias e multas
A dificuldade viária foi apontada pela Transoeste como justificativa para os frequentes descumprimentos na região. Jairo Fabiano, gerente da empresa há dois meses, informou que 35 carros novos foram colocados em operação nas diversas linhas que atendem à Região do Barreiro, com a expectativa de melhorar o atendimento. Ele ressaltou que muitas ruas não comportam ônibus convencionais devido ao crescimento da área comercial, o que tem dificultado a operação. Fabiano solicitou uma melhor fiscalização do trânsito por parte da BHTrans para ajudar a solucionar esses problemas.
A BHTrans afirmou que está acompanhando as demandas da população e monitorando as vias por onde trafegam os ônibus, mas ressaltou a importância de a comunidade observar o estacionamento regulamentar. Cristiano Almeida Felício, também membro da CRTT, destacou que as placas de sinalização prometidas pela empresa ainda não foram instaladas, o que dificulta a orientação dos moradores. Ele lamentou a falta de cumprimento dessa promessa.
Gabriela Pereira Lopes, diretora de Planejamento e Controle da Mobilidade da Sumob, informou que, de acordo com um levantamento realizado junto à empresa, a linha 332 é uma das mais problemáticas da Transoeste, juntamente com a linha 311. Ela relatou uma redução nos descumprimentos de viagens entre os meses de março e abril, e destacou que a Sumob tem autuado nos casos de descumprimento, aplicando 192 multas nos últimos três meses, sendo 86 delas por itinerário.
Professor Clauniney Dulim afirmou que todos os relatos colhidos na audiência serão levados ao conhecimento da comissão, da BHTrans, da Sumob e do Ministério Público de Minas Gerais.
Superintendência de Comunicação Institucional