Mobilidade urbana e Lagoa da Pampulha são discutidas em visita de Zema à Câmara

A presidente em exercício, Fernanda Pereira Altoé (Novo), recebeu, nesta sexta-feira (11/4), o governador do Estado, Romeu Zema, em visita à Câmara Municipal de Belo Horizonte. A despoluição da Lagoa da Pampulha, a construção da linha 2 do metrô, o contrato de concessão dos serviços de transporte coletivo por ônibus e as obras de mobilidade no Bairro Belvedere foram alguns dos assuntos discutidos. Também participaram do encontro o vereador Braulio Lara (Novo) e a presidente do diretório municipal do partido, Kathleen Garcia Nascimento. 

 

Fernanda se disse satisfeita por essa ser a segunda visita de Zema à Câmara em menos de dez dias - no início de abril, o governador participou da posse do prefeito Álvaro Damião. “Sempre que a capital e o estado caminham juntos, quem ganha é a população. Belo Horizonte é imprescindível no cenário de Minas Gerais e precisamos dessa conexão para a saúde, mobilidade urbana, cultura…”, ressaltou. Zema afirmou que o governo está de “portas abertas” para as demandas dos belo-horizontinos e enfatizou a relevância da atuação do Legislativo para tornar a cidade “mais humana e atrativa”.

 

 

Governador e vereadores destacaram a importância do conjunto de obras anunciado no Bairro Belvedere, no limite dos municípios de Belo Horizonte e Nova Lima, para melhorar o trânsito e o fluxo de veículos na região. “A falta de uma solução para o problema atrapalha o desenvolvimento das duas cidades”, disse Zema. Fernanda contou o caso de uma moradora de Santa Luzia que trabalha na região e demora cerca de quatro horas de ônibus para chegar no emprego. “O trânsito interfere na empregabilidade, porque muitas pessoas se negam a trabalhar ali por causa desse problema”, ressaltou a presidente em exercício. 

 

O governador Romeu Zema pediu ajuda dos parlamentares em relação às obras de construção da linha 2 do metrô, que irá ligar o Bairro de Nova Suíça ao Barreiro, em especial sobre a questão de ocupações irregulares. “Estamos vendo um movimento que joga pessoas na linha para caracterizar que existia ali uma ocupação prévia. Não se pode negar o benefício de um transporte público melhor a 2 milhões de pessoas por causa de 200 que invadiram”, falou. Em março, cerca de 30 moradores atingidos pelas obras montaram barracas na região da futura estação Amazonas, no Bairro Gameleira, para protestar contra as propostas feita pela concessionária Metrô BH pela desapropriação de suas casas. Fernanda disse que a Comissão de Mobilidade Urbana, Indústria, Comércio e Serviços, presidida por Braulio Lara, está a par e irá acompanhar o problema de perto.  

 

 

Braulio Lara falou sobre a necessidade da integração dos sistemas de transporte. “Não faz o menor sentido ter uma linha de metrô e uma linha de ônibus em paralelo, sem que uma converse com a outra”, afirmou o vereador. Braulio acrescentou que uma possibilidade para fazer as ligações entre os modais existentes são os teleféricos, como vistos em Bogotá, na Colômbia, e na Cidade do México. “Você pode, por meio de cabos, fazer conexões entre regiões mais montanhosas e conectá-las com as estações de metrô, por exemplo. Para viabilizar, vamos precisar muito do apoio do Governo do Estado, assim como do Governo Federal”, afirmou. 

 

As discussões realizadas pela Comissão Especial formada para promover estudos sobre o próximo contrato do transporte coletivo de passageiros por ônibus, previsto para 2028, são, de acordo com Fernanda e Braulio, essenciais para rever o sistema atual. A presidente em exercício lembrou que no ano passado foram repassados às empresas quase R$800 milhões em subsídios, sem que fosse realizada uma auditoria sobre o uso desses recursos e com a passagem “sempre aumentando”.  

 

 

A despoluição do principal cartão-postal da capital mineira recebeu atenção especial no encontro. Zema salientou a necessidade de se ter uma punição a residências e empresas que despejam esgoto na Lagoa da Pampulha. “Esse é um assunto ao qual nos dedicamos bastante, com a realização, inclusive, de duas CPIs aqui na Casa”, lembrou Braulio Lara. Segundo ele, é essencial que seja feito um cordão de proteção à Lagoa, independentemente da captação de esgoto, para evitar que qualquer incidente na bacia cause prejuízos ao espelho d 'água. “Durante muitos anos ficamos argumentando que a proteção não era necessária porque haveria captação do esgoto. Acabou que não fizemos nem uma coisa nem outra”, disse. 

 

 

Na quinta (10/4), Fernanda Pereira Altoé recebeu a visita do vice-governador, Mateus Simões, que destacou a importância do “diálogo e parceria por uma BH mais forte”. Os dois relembraram o fato de Mateus ter sido, em 2016, o primeiro vereador eleito pelo Novo em Belo Horizonte. Em 2020, o então parlamentar se afastou do mandato para assumir o cargo de secretário-geral do governo Zema.