Com maioria dos votos, Nely Aquino é reeleita presidente da Câmara de BH
Henrique Braga será o 1º vice. Eleição teve duas chapas e ocorreu após posse dos parlamentares que integram a 19º Legislatura
Foto: Bernardo Dias/CMBH
A vereadora Nely Aquino (Pode) foi reeleita nesta sexta-feira (1º/1) para presidir a Câmara Municipal de Belo Horizonte no biênio 2021-2022. A parlamentar, que esteve no comando da Casa nos últimos dois anos, foi eleita com o apoio de 34 dos 41 vereadores, que adjetivaram sua gestão como competente, plural e conciliadora. Os vereadores Henrique Braga (PSDB), Reinaldo Gomes (MDB), Cláudio do Mundo Novo (PSD), Professor Juliano Lopes (PTC) e Wilsinho da Tabu (PP) foram eleitos, respectivamente, para os cargos de 1º vice-presidente, 2º vice-presidente, secretário-geral, 1º secretário e 2º secretário da Mesa Diretora, e também exercerão os cargos pelos próximos dois anos. A reunião ocorreu após a posse dos vereadores, prefeito e vice-prefeito.
O nome da parlamentar do Podemos foi escolhido em primeira votação, ao concorrer com a chapa “Mulheres de Luta”, encabeçada pela vereadora Professora Duda Salabert (PDT), e que agregou os partidos de esquerda como o PT (Macaé Evaristo e Sônia Lansky da Coletiva) e o Psol (Bella Gonçalves e Iza Lourença). Ao discursar sobre sua reeleição, Nely lembrou a trajetória de mulher periférica e a conquista em ser a primeira vereadora a ocupar a presidência da Casa no exercício de primeiro mandato, e também a primeira a ser reeleita no posto. “A Câmara ainda tem sim um discurso machista, mas mostra que isso pode ser mudado, pois a maioria dos votos dados a mim veio dos homens”, declarou a presidente, que destacou ainda que irá zelar pela Câmara, e trabalhar para que a cidade tenha orgulho das pessoas que elegeu.
Gestão determinou resultado
A boa avaliação da vereadora à frente da presidência da Casa parece ter sido o fator determinante para a sua reeleição. Tida por seus pares como conciliadora e transparente, Nely Aquino foi elogiada por não escolher “lados” dentro da Câmara. “Ela não foi a presidente da direita, do centro ou da esquerda, mas de todos”, afirmou Gabriel (Patri) ao pedir o voto dos colegas para Nely.
Também somou pontos à vereadora o esforço que realizou em promover uma administração enxuta, o que resultou nestes dois últimos anos em dois repasses de recursos para o Executivo: R$ 57,4 milhões em 2019 e R$ 60 milhões em 2020. O dinheiro foi usado pela Prefeitura para obras de recuperação da cidade após os estragos causados pelas chuvas no início do ano passado; intervenções de drenagem e saneamento em áreas periféricas da capital; e nas ações de enfrentamento à pandemia.
Valores cristãos
A eleição da Mesa Diretora foi também o momento de muitos vereadores se posicionarem quanto aos seus valores e religião. O parlamentar do PTB, Ciro Pereira, foi ao microfone lembrar aos colegas que a Casa conta agora com mais um cristão na defesa da família. Pai neste ano de 2020, Pereira citou a necessidade de blindagem das crianças e adolescentes da cidade.
Ainda mais enfático, Wesley Autoescola (Pros) lembrou que na legislatura passada nenhum projeto que fosse contra os princípios cristãos foi aprovado, e que o segmento continua detendo a maioria dos votos. “Belo Horizonte é uma cidade conservadora, foi que declarou o Censo o IBGE em 2010”, argumentou o parlamentar, cumprimentando a vereadora Professora Marli (PP) como mulher mais bem votada na cidade.
Ao usar o microfone, Professora Duda Salabert, primeira transexual eleita na cidade, ressaltou que faz parte de um grupo do qual a expectativa não passa dos 35 anos e do qual 41% são portadoras do vírus HIV, estando 90% excluídas do mercado de trabalho formal. A vereadora ainda pediu para que a diversidade não seja ferramenta de desconstrução na Casa, e lembrou que a transfobia é crime. "Espero que esta casa não volte a figurar nas páginas policiais. Espero que nenhum vereador saia desta casa preso por racismo ou transfobia", afirmou a parlamentar, que se declarou cristã, evangélica e à disposição desta bancada.
Demandas urgentes
A garantia do acesso à educação e à saúde, assistência material e social, e a defesa da democracia foram apontadas como necessidades urgentes da cidade. Sônia Lansky da Coletiva (PT), como pediatra, considerou urgente a melhoria das condições das famílias pobres, com a volta das crianças para as ruas.
Também convocando pela plenitude das políticas públicas, Macaé Evaristo (PT) ressaltou que a cidade viveu neste ano de 2020 um apagão da educação pública e cobrou medidas mais efetivas na proteção à mulher vítima de violência. “A Câmara Municipal de Belo Horizonte elegeu onze mulheres, mas terminamos o ano com altíssimos índices de violência contra a mulher”, afirmou.
A inclusão da pessoa com deficiência também foi assunto durante a eleição da Mesa Diretora. Irlan Melo (PSD) pediu desculpas a Walter Tosta (PL), que é cadeirante, pela última reforma do Plenário Amynthas de Barros que inviabilizou a subida à mesa principal, uma vez que não há acesso inclusivo. A luta por uma cidade mais acessível, em favor das pessoas com deficiência e com doenças raras também, foi apontada como prioridade pela Professora Marli (PP).
Atribuições da Mesa
O mandato da Mesa Diretora tem duração de dois anos. Compete aos membros coordenar as atividades legislativas, bem como exercer a administração da Casa.
É função do presidente, dentre outras atividades, representar e administrar a Câmara, autorizar despesas e assinar correspondência oficial, além de convocar e presidir reuniões. O 1º e o 2º vice-presidente o substituem em caso de ausência, bem como exercem atribuições oficialmente delegadas por ele. Já o secretário-geral controla a inscrição de oradores e os registros de presença dos parlamentares, além de responsabilizar-se pelos livros destinados aos serviços da Câmara. Seus dois vices são responsáveis por substituí-lo quando necessário, além de exercer as funções delegadas pelo titular.
Assista ao vídeo com a íntegra da reunião.
Superintendência de Comunicação Institucional