Moradores denunciam obra que está danificando imóveis vizinhos

Em audiência pública realizada nesta quinta-feira (13/12) pela Comissão de Meio Ambiente e Política Urbana, moradores da Rua Cabo Verde, esquina com Rua Muzambinho, no bairro Cruzeiro (região centro-sul da Capital), questionaram a obra que está sendo realizada no local pela Edifica Empreendimentos Arquitetura e Engenharia. Eles reivindicam a substituição do sistema de fundação e contenção que vem sendo implantado pela construtora e estaria provocando, além dos transtornos diários decorrentes do barulho, diferentes danos aos imóveis do entorno, em função de fissuras, rachaduras, inundações e tremores já percebidos pelos vizinhos. A Prefeitura afirmou que está acompanhando a situação, inclusive intervindo pelos moradores junto à Construtora, exigindo maiores cuidados.

“O nosso objetivo é saber o que está acontecendo e quais as possibilidades de atuação do Executivo para coibir as transgressões da construtora, como os prejuízos às estruturas dos prédios vizinhos e o bloqueio da calçada”, afirmou a vereadora Elaine Matozinhos (PTB), requerente da audiência, garantindo que a Câmara Municipal irá acompanhar as obras.

Segundo os moradores, o empreendimento, iniciado em outubro, será um edifício-garagem com sete pavimentos, sendo três no subsolo. No entanto, ainda na etapa inicial, a obra já estaria causando danos aos imóveis vizinhos. A construtora explicou que, para a contenção lateral do terreno,  optou por um sistema de fixação de estacas, que seria mais seguro para a edificação, e que já era previsto que o procedimento gerasse transtornos aos vizinhos em função do barulho e dos tremores ocasionados pela acomodação do solo.

De acordo com laudo pericial da Defesa Civil, além desses incômodos, dois prédios vizinhos ao empreendimento já apresentam fissuras e rachaduras em muros, vigas, paredes do hall de entrada e alguns apartamentos. Também foi identificada proximidade entre o limite lateral do terreno e o encanamento de gás do edifício vizinho, gerando grande risco de perfuração e vazamento. Apesar de não determinar que a obra tenha provocado as rachaduras, a Defesa Civil contraindica a continuidade da fixação das estacas, entendendo que pode gerar o agravamento da situação e o abalo estrutural dos prédios.

A Edifica Empreendimentos garantiu que o impacto da obra deve ser apenas superficial, causando danos somente às pinturas, e se comprometeu a realizar todas as reformas necessárias nos imóveis danificados após a fase de contenção.

Os moradores, no entanto, afirmaram que não querem esperar por reparos posteriores às obras, e sim impedir que danos mais graves cheguem a ocorrer. Para isso, solicitaram à construtora que estude uma mudança no sistema de contenção iniciado e o monitoramento da vibração provocada pelo batimento das estacas.

“Nossa intenção é chegar a um termo comum o mais rápido possível, sem que haja nenhum dano mais grave aos moradores”, afirmou o vereador Leonardo Mattos (PV), solicitando à construtora que se posicione o quanto antes a respeito das demandas dos moradores e envie um comunicado por escrito à Câmara Municipal.

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Superintendência de Comunicação Institucional