Servidores e usuários denunciam estrutura precária e insalubridade no Boa Vista
Já a unidade do Bairro Pompéia, mesmo com a falta de alguns medicamentos e profissionais, foi elogiada pela comissão
Foto: Rafa Aguiar / CMBH
Em visita técnica realizada na manhã desta quarta-feira (16/8) aos Centros de Saúde Boa Vista e Clóvis Boechat de Menezes, ambos na Região Leste da capital, a Comissão de Saúde e Saneamento verificou a qualidade no atendimento e registrou as demandas estruturais e de recursos humanos necessárias ao atendimento da população local. O colegiado vai encaminhar ofício à Secretaria Municipal de Saúde e à PBH. A atividade foi requerida pelo vereador Flávio dos Santos (PTN).
C.S. Boa Vista
Usuários do Centro de Saúde Boa Vista acompanharam a visita e denunciaram a péssima situação das instalações da unidade que, além de pequena, expõe funcionários e usuários às mais diversas condições de insalubridade. De acordo com o gerente de Controle de Zoonoses do Distrito Sanitário Leste, José Marcos Santiago, “em ternos de estrutura física, é o centro de saúde mais precário da regional”, afirmou.
Com três equipes de Programa de Saúde da Família (PSF), a unidade possui 9,5 mil usuários cadastrados, e chega a realizar até 400 atendimentos por dia. No local há poucas salas para atendimento, falta refrigeração e a estrutura do prédio está comprometida. “As paredes estão mofadas, sujas e com rachaduras, devido ao problema de infiltração, e as telhas quebradas ajudam a piorar os problemas enfrentados pelos funcionários e usuários. Em épocas de chuva chega a jorrar água pelas paredes”, desabafou uma usuária.
Uma única sala é utilizada para realizar curativos e medicação, bem como para abrigar os pacientes que estão em observação. Profissionais que atuam junto ao Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) realizam os atendimentos no mesmo espaço em que é feita a coleta de exames, denunciou a auxiliar de enfermagem, Valdecir Tomás. “Aqui, funcionários e usuários estão constantemente submetidos aos riscos de diversas contaminações”, explicou.
Presidente da Comissão de Saúde Local, Maria Aparecida Souza conta que um espaço foi adquirido pelo orçamento participativo de 2010 para a construção de uma nova unidade, mas a obra nunca foi iniciada. Usuários temem que uma reforma nas instalações da unidade faça com que a construção do novo centro de saúde seja protelada por mais tempo ainda, e justificam que não seria suficiente, uma vez que o espaço físico reduzido não atende a demanda da comunidade.
O vereador Cláudio da Drogaria Duarte (PMN) informou que pretende enviar um relatório à Secretaria Municipal de Saúde, indicando as principais carências levantadas, além de questionar ao órgão se existe um cronograma com a previsão da construção do novo centro de saúde. O parlamentar alertou a comunidade sobre a necessidade de manutenções emergenciais na unidade, frente à situação precária em que se encontra, e ainda sugeriu que fosse criada uma comissão, para que as demandas sejam apresentadas em reunião a ser agendada com o Poder Executivo.
C.S Clóvis Boechat de Menezes
Construído em 2007, o C.S. Clóvis Boechat de Menezes, localizado no Bairro Pompéia, conta com quatro equipes de saúde da família, duas equipes de zoonoses e 11 consultórios, que garantem atendimento a 20 mil usuários, cerca de 300 por dia. A unidade também oferece atendimento em áreas como nutrição, terapia ocupacional, fisioterapia, psicologia, acupuntura, educação física e odontologia.
As instalações amplas, arejadas, limpas e bem sinalizadas, e os elogios à gerência local e aos profissionais, no entanto, não anulam as carências percebidas no fornecimento de medicamentos e insumos, e na contratação de funcionários pela prefeitura. A odontóloga da unidade, Heloísa Vaz, afirmou que a equipe é bastante empenhada. “É preciso se desdobrar para garantir a qualidade no atendimento, não raro às vezes em que compramos insumos e materiais com recursos próprios”, contou.
A paciente Elisângela Teixeira disse que sempre foi muito bem atendida pela equipe de profissionais do centro de saúde. “Às vezes faltam alguns medicamentos, mas sempre consigo ser atendida, mesmo em casos de urgência, e as consultas não demoram muito para serem marcadas”. Os profissionais são atenciosos e muito dedicados, relatou a usuária.
A falta de segurança foi destacada pelos funcionários e usuários da unidade, que não conta com porteiro ou vigia, nem com a presença intermitente da Guarda Municipal. Também foi solicitado um veículo para atendimento exclusivo da unidade e a contratação de mais funcionários, em especial, médico ginecologista, ausente na unidade há mais de seis meses, e auxiliares de enfermagem.
Diferentemente da outra unidade visitada, Cláudio da Drogaria Duarte se mostrou satisfeito com o resultado verificado no equipamento, tanto em relação à estrutura quanto ao atendimento prestado aos usuários. O parlamentar ainda afirmou que as demandas apresentadas pela unidade serão sistematizadas em relatório e encaminhadas à Secretaria Municipal de Saúde e à PBH.
Superintendência de Comunicação Institucional
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