UPA Nordeste apresenta problemas de infraestrutura e equipamentos

A Unidade de Pronto Atendimento (Upa) Nordeste foi visitada nesta quinta-feira (19/7) pelo vereador Hélio da Farmácia (PHS), em atividade da Comissão de Saúde e Saneamento. É a terceira, do total de nove Upas a serem visitadas. Após os encontros, os participantes da comissão vão elaborar um relatório das condições encontradas nas unidades e levar as demandas ao secretário municipal de Saúde. “Temos a obrigação de visitar todas as Upas e centros de saúde. Temos que fiscalizar e dar uma resposta para toda a comunidade. As reclamações vêm, de todas as Upas, e a gente vem averiguar o porquê, conversar com os gerentes, ver as condições de atendimento e a estrutura física das unidades”, enumerou o parlamentar.

A melhoria da infraestrutura e equipamentos foram algumas necessidades apontadas por profissionais da Upa: alas foram fechadas e faltam ambulâncias para transferir pacientes mais graves para hospitais (há apenas uma, e o transporte sanitário ajuda nas transferências). Apesar de ter dois andares, a unidade não possui elevador, apenas uma rampa. Em relação aos insumos, o desabastecimento foi considerado intermitente e pontual. Atualmente, dentre insumos e equipamentos, faltam lençóis, cabo de oxímetro, balanças para pediatria e cadeiras de rodas novas, além de circuitos para o respirador (tubulação que leva oxigênio para pacientes entubados).

Outro problema constatado foi a ocupação do pátio da Upa por pessoas em situação de rua, as quais utilizam as instalações do local. Algumas outras questões foram enumeradas pelo conselheiro distrital de Saúde da Regional Nordeste Antônio Carlos da Silva. Ele também citou a falta de ambulâncias, além da necessidade de um corredor mais amplo, dentre outros problemas: “Nós precisamos que essa Upa deixe de ser um ‘puxadinho’, para ser uma Upa real, como já existe a área a ser construída. Já foram pagos R$ 2 milhões e ela não sai. Além disso, não tem porteiro nem segurança 24 horas, fazendo com que o acesso da Upa fique à mercê da violência urbana”.  O conselheiro também se queixou de que ele e seus pares não são informados sobre decisões relacionadas às unidades de saúde.

“A falta de informação não é só do usuário, mas também do servidor. Mudanças de locais independem do nosso conhecimento e vontade. A sua indignação também é a nossa”, afirmou o pediatra e coordenador da Upa Nordeste, Yuri da Silva Figueiredo. A falta de profissionais não foi citada por nenhum dos presentes, mas o coordenador falou sobre a necessidade de abertura de concurso, “para que os profissionais tenham estabilidade e vínculo, e a gente não precise gastar tanto com Remuneração por Plantão Avulso (RPA)”.

Estrutura

A Upa Nordeste atende uma média de 300 a 350 pessoas por dia e é responsável por 21 centros de saúde.  Tem 15 leitos de observação, e o atendimento abarca as especialidades de Clínica Médica, Pediatria e Cirurgia, contando com quatro clínicos, dois pediatras, um cirurgião geral, duas enfermeiras plantonistas e 16 técnicos de enfermagem.  

A unidade já funcionou no Hospital São Francisco (Bairro Concórdia) e na Praça do Preto Velho (Bairro Silveira), antes de ir para o local atual, em julho de 2015, quando foi assinado um termo de cooperação com o Hospital Odilon Behrens. Desde então, a Upa ocupa espaço cedido pelo hospital, que também ajuda com materiais e exames.

Unidade inacabada

“Isso é grave”, afirmou o vereador Hélio da Farmácia, ao visitar as obras inacabadas e paralisadas da nova Upa Nordeste. Foram vistos compressores e gerador no meio de escombros, além de paredes, muros e portões semidestruídos. O local também está sendo usado como dormitório para a população em situação de rua. “Um dia vamos chegar e vai ter casa aqui, aí não vi dar mais para tirar”, alertou o conselheiro e presidente da Comissão Local da UPA, Roberto Blasil.

A nova Upa Nordeste, que está sendo construída no Bairro Ipiranga, já tem recursos assegurados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (Bid) e precisa ser licitada, segundo a  gerente de Urgência e Emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Suzana Maria Moreira Rates. “Essa gestão estava buscando recursos financeiros. Eu creio que esse foi o motivo de as obras terem sido paralisadas na gestão anterior”, ponderou a gerente. Ainda segundo ela, a PBH vai fazer a nova Upa com uma área mais confortável, o dobro do número de leitos, mais consultórios e maior área de acolhimento. “Essa UPA está no Planejamento Estratégico. A ideia é que ano que vem seja licitada, e que seja concluída até meados de 2020”, explicou.

Após a visita, o vereador Hélio da Farmácia pediu que os conselheiros de saúde presentes fizessem um estudo sobre as unidades, e assegurou que levará os dados levantados à Secretaria Municipal de Saúde.

Superintendência de Comunicação Institucional

As reportagens publicadas neste portal no intervalo do dia 7 de julho a 7 de outubro de 2018 sofrerão restrições  em função da legislação eleitoral.