REUNIÃO PLENÁRIA

Plenário aprova mudanças no regime de previdência dos servidores

Reunião foi marcada pelo amplo debate sobre os riscos da perda de direitos dos trabalhadores. Bella Gonçalves tomou posse na Casa.

terça-feira, 13 Novembro, 2018 - 19:45
vista superior do Plenário Amynthas de Barros. Parlamentares ocupam seus lugares. Galeria cheia de manifestantes

Foto: Abraão Bruck/ CMBH

Diante de uma galeria cheia, ecoando reivindicações de diversas categorias de servidores públicos municipais, o Plenário da Câmara aprovou, na tarde desta terça-feira (13/11), uma série de mudanças na lei que estabelece o Regime Próprio de Previdência Social dos Servidores Públicos de Belo Horizonte (RPPS). O texto aprovado tramitava na Casa na forma do substitutivo-emenda nº23 ao PL 584/18 e uniformiza as regras de incorporação e reajuste de vantagens em aposentadorias e pensões. Os parlamentares aprovaram também o PL 595/18, na forma do substitutivo-emenda nº18, que prevê a atualização das regras para concessão da estabilidade do servidor público municipal e a progressão profissional por mérito e por escolaridade. A vereadora Bella Gonçalves (Psol) assumiu hoje a vaga deixada por Áurea Carolina (Psol), que iniciará novo mandato parlamentar na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF).

Aposentadorias

Aprovado em 2º turno, segue para sanção do prefeito o PL 584/18, de autoria do próprio Executivo, na forma do substitutivo-emenda nº23. A Prefeitura destaca que o projeto foi construído a partir de reinvindicações e negociações junto ao sindicato da categoria, prevendo, por exemplo, a garantia de reajuste dos benefícios dos servidores sem paridade, seguindo o mesmo índice de reajuste aplicado aos benefícios do Regime Geral de Previdência Social. Ainda, foi acordado o reconhecimento do tempo em que o servidor contribuiu sobre a gratificação para fins de cálculo da aposentadoria; assim como a garantia do reajuste das horas complementares na mesma data e no mesmo índice do reajuste do vencimento básico.

Estabilidade e progressão

Seguirá também para sanção do prefeito, o PL 595/18, de autoria do Executivo, que altera 13 leis atuais, entre elas o Estatuto do Servidor Público Municipal, intervindo nas carreiras dos trabalhadores. A Prefeitura explica que o texto garantiu a inclusão dos cursos de graduação tecnológica para fins de progressão por escolaridade e a previsão de banco de horas para a Guarda Municipal, além de “adequações à legislação vigente, necessárias à operacionalização dos novos conceitos propostos”.

Aprovado na forma do Substitutivo-emenda nº 18, o texto incorpora reivindicações da categoria como a progressão profissional (concessão de dois níveis) por conclusão de curso de graduação a todos os servidores, inclusive para aqueles cujo ingresso se deu no curso superior. Ainda, conforme explica o prefeito, o projeto prevê a majoração do contingente feminino de guardas municipais, “garantindo acesso a esse público e elevando o percentual do efetivo feminino para 10% do quantitativo de cargos públicos de Guarda Civil Municipal”.

Bella Gonçalves

Cientista política formada pela UFMG, Bella Gonçalves chega ao parlamento com vasta trajetória nas lutas pelo direito à cidade e por uma reforma urbana popular e feminista. Já atuando em covereança na Gabinetona, desde 2017, Bella tem sua experiência marcada pelo trabalho junto aos movimentos sociais, às ocupações urbanas, vilas e favelas e aos diversos segmentos de trabalhadores informais da cidade.

“É muita responsabilidade estar aqui hoje”, afirmou a nova vereadora, reconhecendo o trabalho desenvolvido pela Gabinetona - mandato coletivo e colaborativo que inicia agora uma fase de expansão por três esferas de poder, prevendo a unificação dos mandatos de Bella Gonçalves e Cida Falabella (Câmara Municipal de Belo Horizonte), Andreia de Jesus (Psol - Assembleia Legislativa de Minas Gerais) e Áurea Carolina (Câmara dos Deputados).

Reafirmando sua militância junto às Brigadas Populares, Bella Gonçalves destacou que luta por moradia seguirá como uma das mais importantes bandeiras da Gabinetona. “O que é o direito à cidade, quando mais de 60 mil famílias não têm casa para morar?”, questionou a vereadora, pontuando que “o direito à cidade é muito mais do que acesso a bens e serviços urbanos. A cidade deve ser o lugar onde os camelôs possam trabalhar sem repressão; as mulheres lésbicas possam caminhar nas ruas sem medo da violência; onde a moradia seja um direito e não uma mercadoria”, concluiu.

Assista ao vídeo da reunião na íntegra.

Superintendência de Comunicação Institucional