Em nova visita ao Mineirão, comissão identificou melhorias na acessibilidade
Demandas haviam sido apresentadas em visita ao local no ano passado. Foram cobradas novas adaptações como mapas táteis para pessoas cegas
Foto: Heldner Costa / CMBH
O Estádio Governador Magalhães Pinto, popularmente conhecido como Mineirão, recebeu visita técnica da Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor, nesta quarta-feira (22/5), com o objetivo de se verificar aprimoramentos na acessibilidade de pessoas com deficiência. As adequações foram demandadas aos gestores da arena em visita técnica realizada em maio do ano passado. Na vistoria desta quarta, foi constatada a instalação de pontos de energia para carregamento de cadeiras de rodas elétricas e a colocação de uma terceira barra de apoio nos banheiros, adequando-os às normas vigentes. O autor do requerimento que levou à realização da visita técnica, vereador Irlan Melo (PR), afirmou que há boa vontade por parte dos gestores da arena em implementar as alterações necessárias à garantia da acessibilidade e cobrou novas adaptações, como a mudança dos vasos sanitários e a instalação de um mapa tátil, que poderá auxiliar na locomoção de deficientes visuais.
Os primeiros itens vistoriados foram os pontos de energia para carregamento de baterias de cadeiras de rodas elétricas instalados nas áreas de circulação interna do estádio, nas proximidades de banheiros e bebedouros para pessoas com deficiência. A cadeirante e militante pelos direitos das pessoas com deficiência, Sirlene Alves, que acompanhou a visita técnica, avaliou que a altura em que as tomadas estão posicionadas atende às necessidades dos cadeirantes, mas explicou que o ideal seria a instalação dos pontos de energia nas áreas da arquibancada onde os cadeirantes assistem aos jogos e não nas áreas de circulação interna. Ela explicou que a pessoa que mora longe do Mineirão e, portanto, demora muito para chegar ao estádio, pode, ao final do jogo, estar com a bateria da cadeira de rodas descarregada. Nessas situações, o ideal seria que o cadeirante pudesse carregar o equipamento enquanto assiste ao jogo.
De acordo com o coordenador de manutenção do Mineirão, Diogo Bertarini, a estrutura do estádio não foi concebida para instalação de pontos de energia nas arquibancadas, desse modo, por questão de segurança e de engenharia, a opção foi instalar as tomadas nas áreas de circulação interna do estádio. Bertarini explica, ainda, que os cadeirantes podem usar as tomadas antes ou depois dos jogos ou, ainda, durante os intervalos, de modo a que não percam nenhum momento das partidas carregando as baterias das cadeiras de rodas. O coordenador de manutenção do estádio também salientou que todas as oito tomadas, instaladas após a visita técnica realizada em maio do ano passado, estão devidamente sinalizadas como sendo para uso dos cadeirantes.
O Estádio Mineirão também tomou o cuidado de disponibilizar tomadas de 220 volts e de 110 volts. Essa era outra das reivindicações dos cadeirantes expressa durante a visita técnica realizada em maio do ano passado. De acordo com Sirlene Alves, a possibilidade de optar por tomadas de 110 ou 220 volts é essencial para atender a todos os cadeirantes, uma vez que os equipamentos para deficientes são produzidos para funcionar com diferentes voltagens.
Instalações sanitárias
Os banheiros do estádio também foram vistoriados e foi possível perceber a instalação de uma terceira barra de apoio para deficientes, adequando as instalações sanitárias às normas atualmente em vigor.
As cadeirantes que acompanharam a visita solicitaram a substituição dos atuais vasos sanitários, que têm uma fenda frontal e são utilizados em hospitais, por equipamentos sem essa característica. Os gestores do estádio informaram que as mudanças serão realizadas e serão priorizadas as trocas dos vasos nos banheiros localizados nos setores do Mineirão adaptados para receber cadeirantes.
A militante pelos direitos das pessoas com deficiência, Sirlene Alves, também sugeriu que as trancas nas portas dos banheiros adaptados para cadeirantes sejam mais próximas do chão, de modo que, caso a pessoa caia da cadeira, tenha condições de, mesmo assim, abrir a porta. Os gestores do estádio informaram que irão avaliar a possibilidade de implementar tal alteração.
O vereador Irlan Melo verificou, ainda, que, em um dos banheiros para cadeirante, a fechadura está estragada, impossibilitando que a porta seja trancada. Os responsáveis pela gestão do estádio afirmaram que irão providenciar o conserto da fechadura, de modo a garantir a privacidade no uso da instalação sanitária.
Mapas Táteis
O vereador Irlan Melo também demandou a instalação de mapas táteis no estádio. Eles são utilizados para auxiliar as pessoas cegas ou com baixa visão sobre o curso de uma rota acessível, combinando textos em Braille e alto-relevo com informações não táteis como o contraste de cores.
Os responsáveis pelo estádio informaram que o Mineirão não conta com mapas táteis, nem com mapas dedicados aos videntes. Ainda segundo os gestores, quando forem instaladas representações visuais do estádio para os frequentadores com visão regular, também serão instalados mapas para auxiliar na orientação espacial de pessoas cegas ou com baixa visão.
Semáforos
O vereador Irlan Melo informou que irá requerer a realização de nova visita técnica ao estádio, dessa vez com a presença de representantes do Movimento Unificado de Deficientes Visuais (Mudevi), com o objetivo de verificar a necessidade de instalação de semáforos com dispositivo de indicação sonora nas imediações do Mineirão. O objetivo dessa sinalização é auxiliar os cegos a fazerem uma travessia segura e com autonomia até o estádio.
O vereador Irlan Melo afirmou que vê um esforço por parte dos gestores do estádio em atender às demandas por acessibilidade. De acordo com ele, o objetivo principal é que as pessoas com deficiência tenham autonomia para acessar o estádio e assistir aos jogos sem que dependam da ajuda de ninguém. “Nossa grande bandeira é transformar Belo Horizonte em uma cidade mais acolhedora, com equipamentos que utilizem desenho universal, tornando-a acessível para qualquer pessoa”, explica o parlamentar.
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