Problemas de acesso e infraestrutura dificultam atendimento no Creas Barreiro

A Comissão de Direitos Humanos e Defesa do Consumidor visitou, na manhã desta quinta-feira (27/6), o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) Barreiro. Transferido há quase um ano para a Rua David Fonseca, 1147, no Bairro Milionários, o Creas é um equipamento público da política de Assistência Social onde são atendidas famílias e indivíduos que estejam em situação de risco social ou tiveram seus direitos violados. O atendimento e acompanhamento são feitos por meio do Serviço Especializado à Família e a Pessoa, do Serviço de Abordagem Social nas Ruas e do Serviço de Medidas socioeducativas. Em visita à unidade, a comitiva parlamentar verificou as instalações e as condições de atendimento aos usuários. Servidores citaram uma piora no índice que mede a qualidade do serviço e destacaram problemas na estrutura como motivos.

Localização e acesso

Apontada por técnicos responsáveis pelo atendimento como um dos principais problemas, a localização do Creas Barreiro é considerada inadequada por estar em um dos limites da região. Segundo representantes do Fórum Regional dos Trabalhadores do Sistema Único em Assistência Social (SUAS) Barreiro, “a não localização dos serviços regionais em um ponto central e estratégico - da regional com maior extensão territorial de Belo Horizonte - dificulta a efetivação dos encaminhamentos dados às famílias junto à rede de serviços socioassistenciais e órgão de proteção, tais como SINE, UAI, Conselho Tutelar e gerências de educação e saúde". Um relatório com as demandas do Fórum foi entregue ao presidente da Comissão, vereador Pedro Patrus (PT), que foi acompanhado, durante a visita, pela diretora regional de Assistência Social, Ângela Maria de Souza Oliveira. Segundo a diretora, o problema de acesso ao Creas Barreiro está sendo resolvido com a ampliação do número de linhas de ônibus que atendem à região. “Temos cinco linhas de ônibus que atendem o local e estamos negociando com a BHTrans a ampliação do atendimento com aumento de linhas inclusive uma vindo direto da Estação Diamante”, explicou Ângela.

No relatório entregue, os técnicos destacaram que, após a mudança, houve redução no número de atendimento. “Observa-se ainda, redução no número de comparecimento dos usuários aos atendimentos agendados e demandas espontâneas, o que se deve ao difícil deslocamento à nova sede da Regional Barreiro. Além disso, alguns usuários já declararam que não poderão mais ser acompanhados por Serviços de Assistência Social, devido ao fato de ser um território afastado da região central e que perpassa por questões que envolvem conflitos de origem criminal”, afirma o documento.

Estrutura física

A atual sede do Creas Barreiro funciona no mesmo local onde estão instalados outros serviços como a Gerência Regional de Manutenção, a Gerência de Fiscalização e a Coordenadoria de Atendimento Regional Barreiro. Para os servidores que trabalham no Creas, este é mais um fator que dificulta o atendimento. Segundo eles, o Creas Barreiro, tem um IDCreas de 2,97, um dos mais baixos da Capital. O IDCreas é um indicador que vai de 0 a 5 e retrata o grau de desenvolvimento dos Creas em todo o Brasil. O índice é usado, entre outras coisas, para liberação de verbas do Sistema Único de Assistência Social para os municípios. “Os trabalhadores percebem prejuízos em relação à infraestrutura, com repercussão negativa sobre serviços ofertados aos usuários. Destacam-se salas de atendimento sem sigilo, corredores para passagem dos usuários e equipe técnica bem estreitos, o que dificulta a locomoção, sobretudo, de cadeira de rodas; ausência de saídas e equipamentos de segurança, como extintores de incêndio; excesso de poeira, o que tem causado desconforto em trabalhadores, usuários, em especial crianças, recém-nascidos e idosos”, afirmaram os servidores, em relatório. Segundo Ângela Oliveira, há projeto de reforma para todo o Creas, mas não há prazo previsto para a execução das obras.

Deliberações

Para o vereador Pedro Patrus, o local merece atenção. “Vamos levar o que vimos e o relatório para o Grupo de Trabalho de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania da Comissão. Há muito o que melhorar. Vamos levar a situação também para a Prefeitura", garantiu o vereador, explicando que o objetivo é aprimorar o atendimento aos usuários e qualificar a estrutura de trabalho para os servidores. A visita faz parte de uma série de atividades previstas para os demais Creas de Belo Horizonte e que tiveram início em Venda Nova, no dia 23 de maio.

Superintendência de Comunicação Institucional