Profissionais da educação temem volta ao trabalho presencial em meio à pandemia
Em audiência pública, Secretaria Municipal de Educação afirmou que irá reduzir carga-horária para evitar encontro entre servidores
Foto: William Delfino/CMBH
O trabalho presencial nas escolas da Rede Municipal de Educação e o retorno das aulas em Belo Horizonte, suspenso devido às medidas de isolamento frente à Covid-19, foi debatido nesta quinta-feira (17/9), em audiência pública da Comissão de Educação, Ciência, Tecnologia, Cultura, Desporto, Lazer e Turismo. Funcionários da área administrativa das unidades de ensino têm se mobilizado contra o retorno das atividades presenciais. Com os números da pandemia crescendo no país, os servidores encaram com apreensão e insegurança a volta ao trabalho nas escolas. Belo Horizonte contabiliza 1.144 mortos e mais de 37 mil casos confirmados.
A Secretaria Municipal de Educação deu detalhes do processo de retomada dos trabalhos e das medidas de segurança para proteger os funcionários das escolas. A subsecretária Natália Araújo explicou que o retorno está condicionado ao preparo dos locais de trabalho, para que todos tenham a oportunidade de trabalhar sem nenhum risco e com toda a proteção garantida. Ela esclareceu que essa retomada tem acontecido pouco a pouco, assim que cada direção escolar implementar todas as condições de protocolo que foram aprovadas pelo comitê junto a Secretaria Municipal de Saúde.
Araújo enfatizou que as secretarias das escolas não podem parar e, para que não haja encontro de muitos profissionais dentro no mesmo local, o plantão de seis horas será reduzido para quatro horas diárias. Duas pessoas ou mais não poderão atuar no mesmo espaço e haverá a esterilização completa do ambiente entre uma jornada e outra.
Na conversa, a representante do Executivo garantiu um retorno gradativo e suave, respeitando a necessidade do trabalho para a população, mas também com muita segurança, conforto e diálogo com a categoria. “A gente sabe que é um momento difícil para todos, sair de casa causa aflição em todo mundo, mas a gente tem que ir ponderando pouco a pouco. Temos que pensar na cidade que precisa se articular em torno de funcionamentos essenciais”. Sobre o retorno das aulas presenciais, a Secretaria Municipal de Educação afirmou que existe um diálogo com a categoria construindo convergências e enfrentando as divergências para garantir a segurança dos alunos, professores e funcionários das escolas.
Reivindicações do setor
De acordo com os representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de Belo Horizonte (Sind-Rede/BH), ainda que escolas adotem medidas de segurança e que elas sejam cumpridas, o risco de contágio é grande. O Sind-Rede aponta que os transportes públicos representam situações potenciais de contaminação.
Diretora do sindicato, Andrea Carla reivindicou o teletrabalho: “eu peço que todos os esforços sejam no sentido de que os trabalhadores não precisam ir às escolas, que eles façam o trabalho na segurança de suas casas.Transporte público é um vetor de contaminação e nós não queremos mais ninguém doente". Carla afirmou também que os trabalhadores do setor não estão se recusando a cumprir as atividades, mas temem levar para casa o vírus e infectar os parentes, em especial os de risco, mais vulneráveis à doença.
Encaminhamentos
Durante o encontro, ficou acertado que o Sind-Rede/BH irá encaminhar aos vereadores presentes na audiência e à Secretaria Municipal de Educação um documento elaborado pelos trabalhadores da administração das escolas contendo as reivindicações do setor.
Assista ao vídeo da reunião na íntegra.
Superintendência de Comunicação Institucional