Regras de funcionamento impostas pela PBH estariam desagradando feirantes
Expositores reclamam de queda nas vendas, apesar de grande movimento, e criticam realocação do setor de alimentação
Foto: Divino Advíncula / PBH
Após seis meses sem atividades, em função do isolamento social imposto pela pandemia, a tradicional “Feira Hippie” voltou o ocupar a Avenida Afonso Pena no último dia 27 de setembro. Entretanto, as condições de funcionamento atuais, como localização e distanciamento entre barracas e mudança do setor de alimentação para outro local têm desagradado feirantes e frequentadores. O tema será debatido em audiência pública da Comissão de Administração Pública ne próxima terça-feira (15/12), às 13h30, no Plenário Helvécio Arantes, com a presença de representantes da categoria e da Prefeitura. A população pode participar da audiência de forma digital, enviando dúvidas, comentários e sugestões por meio de formulário eletrônico.
A feira voltou a funcionar com espaço maior, indo da Praça Sete, no quarteirão entre as Ruas Carijós e Rio de Janeiro, até a Rua dos Guajajaras. O setor de alimentação funciona na Rua Espírito Santo, entre Avenida Afonso Pena e Rua dos Carijós, ocupando um outro trecho na Avenida Álvares Cabral, entre Avenida Afonso Pena e Rua Goiás. Internamente, foi aumentado o distanciamento entre as barracas. Contudo, muitos expositores e frequentadores não concordaram com o novo layout da feira, proposto pela Prefeitura de Belo Horizonte.
Vendas prejudicadas
Mesmo com movimento intenso, os comerciantes reclamam de baixa nas vendas, apontando como uma das razões a disposição das barracas, alegando que o distanciamento proposto pela Prefeitura não favorece a comercialização dos produtos. Conforme explicam os vendedores, as barracas foram divididas em grupos de quatro, duas viradas para o passeio e duas para a rua, e as que ficam viradas para o passeio perderam as vendas, já que os clientes não passam mais por lá. Diante disso, a maioria dos feirantes tem colocado as barracas em fila indiana, uma muito próxima à outra, sem nenhum distanciamento, o que tem provocado brigas e conflitos. Como alternativa, o Movimento 100% Feira apresentou como proposta de layout um distanciamento de três metros nos corredores entre as barracas. O Movimento queixa-se, ainda, de falta de fiscalização e invasão da feira por expositores não cadastrados.
Outro fator que preocupa a categoria é o crescente número de roubos. Segundo relatos, enquanto o feirante encontra-se na parte da frente da barraca para atender um cliente, os ladrões aparecem na parte de trás, para cometer delitos. Para os comerciantes, a disposição das barracas dificulta, no caso, que um ajude ao outro.
Os trabalhadores também são contrários à mudança do setor de alimentação para o trecho entre Avenida Álvares Cabral e Rua Espírito Santo, argumentando que as 23 barracas, agora localizadas em um espaço estreito, vêm gerando aglomerações. A sugestão da classe é que se crie mais um corredor de barracas na Avenida Afonso Pena, mantendo-se, assim, o distanciamento social e melhorando a condição de trabalho dos feirantes.
Medidas obrigatórias
Segundo a PBH, para autorizar a volta da Feira da Avenida Afonso Pena foram priorizados protocolos, a fim de garantir a segurança sanitária, tanto de expositores quanto de usuários. Para tanto, foi necessário segregar o setor de alimentação, uma vez que as pessoas precisam retirar a máscara para o consumo de comida e bebida, aumentando, assim, o risco de contaminação. A PBH salientou, ainda, que alterou a localização atendendo a indicação escolhida pelo próprio grupo de expositores e que, enquanto durar a pandemia, essa condição deverá vigorar. A Guarda Municipal, fiscais da PBH e a Vigilância Sanitária, além da Polícia Militar, vêm fiscalizando o funcionamento da feira.
Além do uso obrigatório de máscara por feirantes e frequentadores, os trabalhadores são responsáveis por manter o distanciamento de dois metros dos clientes, cobrir com plástico a máquina de cartão para facilitar a limpeza, higienizar as mãos dos visitantes todas as vezes que requisitarem uma mercadoria e não utilizar provadores. Os vendedores são, ainda, responsáveis por direcionar as filas e demarcar os espaços para evitar aglomerações, observando-se o distanciamento de dois metros entre as pessoas. Os visitantes também não podem consumir comidas e bebidas no entorno das barracas, apenas sentados em mesas e cadeiras, que devem ser limpas e higienizadas após a troca de clientes.
Foram convidados para a audiência, requerida pelo vereador Léo Burguês de Castro (PSL), a coordenadora de Atendimento Regional Centro-Sul, Patrícia Furtado Ferreira Lage; o diretor-presidente da Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S/A (BHTrans), Célio Freitas Bouzada; o superintendente de Limpeza Urbana (SLU), Genedempsey Bicalho Cruz; o subsecretário de Promoção e Vigilância à Saúde, Fabiano Geraldo Pimenta Júnior; o comandante da Guarda Municipal de Belo Horizonte, Rodrigo Sérgio Prates; o comandante-geral da Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), Coronel PM Rodrigo Sousa Rodrigues; o subsecretário municipal de Fiscalização, José Mauro Gomes; a secretária municipal de Política Urbana, Maria Fernandes Caldas; a gerente Regional de Feiras Permanentes, Rosana Maria Nogueira Manso; o diretor-presidente da Empresa Municipal de Turismo de Belo Horizonte (Belotur), Gilberto César Carvalho de Castro; e representantes da categoria.
Superintendência de Comunicação Institucional