Câmara ilumina prédio de lilás em homenagem à luta feminina por direitos
Solicitação partiu da Comissão de Mulheres. Em reunião, colegiado pediu à PBH dados sobre mortalidade materna e infantil
Foto: Abraão Bruck/CMBH
Unindo-se a outros órgãos e organizações do mundo inteiro, a Câmara Municipal de Belo Horizonte terá seu prédio iluminado com luzes na cor lilás para marcar o Mês da Mulher na cidade. A iniciativa partiu de requerimento aprovado na Comissão de Mulheres e acatado pela presidência da Casa. No último encontro, realizado na sexta-feira (5/3), o colegiado aprovou um pedido de informações destinado ao Gabinete do Prefeito em que solicita dados referentes à mortalidade materna e infantil em BH no período entre 1996 a 2020. Ainda na reunião, foram acolhidos requerimentos para a inclusão de convidados nas audiências já agendadas pela comissão.
Incêndio criminoso e tecidos lilás
O mês de março é marcado no mundo inteiro por ações para lembrar a luta das mulheres para a garantia de direitos. A história da data é conhecida, mas vale lembrar. No dia 8 de março de 1857, em Nova Iorque, 129 operárias têxteis promoveram uma greve para exigir aumento de salário, redução de jornada e melhores condições de trabalho. Reprimidas pela polícia, elas se refugiaram no interior da fábrica, onde acabaram morrendo queimadas ou asfixiadas por um incêndio criminoso, provocado pelo proprietário da indústria.
Cinquenta anos depois, durante a II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, em Copenhagen, a jornalista Clara Zetkin sugeriu então que o dia 8 de março fosse marcado como o Dia Internacional da Mulher. Para a escolha da cor lilás, duas versões são dadas: a primeira diz que era a cor da nobreza inglesa; já outra diz que momentos antes de ser deflagrada a greve das trabalhadoras na fábrica os tecidos que eram tingidos tinham essa cor.
Mortalidade materno-infantil e por covid-19
Aprovado pela comissão, requerimento destinado ao Gabinete do Prefeito Alexandre Kalil solicita informações sobre a mortalidade materna e infantil entre os anos de 1996 e 2020 na Capital. No requerimento, de autoria da vereadora Sônia Lansky da Coletiva (PT), a parlamentar justifica que o acesso aos números tem o objetivo de verificar o cumprimento, pela cidade, das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). São pedidos também dados sobre a mortalidade infantil e materna tendo como causa a covid-19; taxa de mortalidade infantil segundo raça/cor nos anos de 1996 a 2020; número de óbitos de crianças de 0 a 12 anos segundo causas específicas nos anos de 2018, 2019 e 2020; razão de morte materna no período de 1996 a 2020; razão de morte materna segundo causas específicas nos anos de 2010 a 2020 e razão de morte materna segundo raça/cor nos anos de 1996 a 2020.
Lista de convidados
Também na pauta da reunião, dois requerimentos alteraram a lista de convidados de audiência pública já agendada, acrescendo novos nomes. O primeiro inclui na lista da audiência que debaterá a Lei Municipal 11.166/2021 (Lei da Morada Segura) e os impactos da política de moradia na vida das mulheres de BH, a ex-vereadora Cida Falabella. O encontro, solicitado pelas vereadoras Iza Lourença (Psol) e Bella Gonçalves (Psol), está marcado para a próxima sexta-feira (12/3) às 10h, no Plenário Helvécio Arantes. Já o segundo requerimento acresce à lista de convidados da audiência que irá debater o tema "Mulheres: existência e resistência na pandemia de covid-19 - política, saúde, trabalho e violência" a terapeuta ocupacional Lígia de Laurentiis. O evento, requerido por Sônia Lansky da Coletiva ainda aguarda confirmação quanto ao dia, horário e local.
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